Embora os filmes peçam ao público para encarar Kong em um contexto de cara legal mas incompreendido e que causa problemas aonde vai por uma questão de circunstâncias, existem alguns fatos inegáveis sobre o gorila gigante.

Mesmo que forçadas, suas visitas a Manhattan sempre resultam em algumas dezenas de mortes. Podemos creditá-las a auto-defesa, mas Kong certamente tem a capacidade de (como o suposto ser genuinamente bom) meter o pé da cidade sem precisar esmagar ninguém indiscriminadamente, incluindo uma mulher cujo único crime foi ser parecida com Ann Darrow.

Nem chegamos a falar das dezenas (ou centenas) de sacrifícios feitos a ele na Ilha da Caveira.

O que hoje é uma franquia de ação/aventura com conspirações internacionais de espionagem e efeitos visuais cheio de adrenalina, começou com uma simples trama de ladrões de carro viciados em emoção.

Dominic Toretto foi basicamente o vilão do primeiro filme. Se pararem pra pensar, ele não tinha nenhum complexo de Robin Hood com seus ousados roubos automobilísticos.

Em essência o personagem era apenas um cara a fim de roubar carros, curtir a vida e dane-se quem achar isso ruim.

Incrível como Tom Cruise conseguiu fazer o mundo torcer por um personagem cuja definição na verdade cai bem longe da palavra "herói".

Embora pareça atraente o contexto de apoiar a jornada do carismático bad boy em busca de seu objetivo, se pararmos para analisar de maneira fria, Maverick é um cara descuidado, egocêntrico, potencialmente perturbado e com problemas psicológicos sérios em relação ao pai.

Isso não o torna necessariamente mau, mas por favor, não esqueçam de que é um ambiente militar, onde um cálculo errado pode começar uma guerra.

Você realmente torceria por um cara como Maverick ter acesso a mísseis de longo alcance?

Não é que o Tio Patinhas faça alguma maldade em si, mas ele certamente não sai em aventuras para buscar tesouros perdidos pela bondade de seu coração em descobrir a cultura da humanidade.

Diferente de Indiana Jones, os artefatos que o Tio Patinhas descobre são apenas para sua satisfação pessoal. Sem falar que a decisão de manter sua fortuna em um cofre particular gigante é uma péssima escolha econômica que priva Patópolis de milhares (ou milhões) de dólares de capital de giro para gerar empregos e melhorar a qualidade de vida da população em geral.

Mas não, Tio Patinhas prefere nadar em sua piscina de egocentrismo dourado.

Sendo um espião governamental e um assassino a serviço do Reino Unido, podemos dizer que a descrição profissional de Bond é fazer coisas "ruins".

Mesmo descontando todo o patriotismo motivacional de 007, ainda temos um misógino em potencial (dependendo da era em que se assiste os filmes do agente). Além do completo desrespeito por qualquer regulamento de segurança do MI6, muitas vezes apenas porque ele está a fim de fazer o circo pegar fogo.

Embora ele consiga os resultados exigidos, parece que a agência secreta britânica mantém um controle (pífio) sobre um potencial psicopata apenas porque ele é ocasionalmente útil.

Em San Andreas, The Rock interpreta um agente de resgate aéreo, mas basta acontecer um desastre para que ele pegue todo o seu código profissional e ético e jogue na lata do lixo.

Ignorando basicamente qualquer outra pessoa a ser salva além de sua família, podemos dizer que, de forma quase direta, centenas de outras pessoas morreram simplesmente porque Sr. Gaines estava mais afim de salvar esposa e filha do que cumprir seu dever juramentado.

Clube da Luta tem uma popularidade que destoa completamente da mensagem que o filme passa.

Ou hoje, realmente torceríamos para um personagem com um discurso facista macho sem sentido que instiga terrorismo em potencial?

Apesar do filme ter ajustado o enredo para retratar V como um cara bom com medidas extremas para atingir seus objetivos, o enredo de V de Vingança na verdade retrata um mundo onde a razão e decência foram irremediavelmente derrotadas e apenas o fascismo e anarquia sobreviveram como formas de existência.

V está ali para representar a anarquia em uma versão onde assassinatos e terrorismo são recursos aceitáveis para enfrentar os grandes vilões do governo, quando no fim das contas os dois lados são terrivelmente desumanos.

Esqueceram também da tortura psicológica que ele fez sua própria amiga Evie passar?

Basta prestarmos atenção que Adam Sandler tem uma sequência longa supostos heróis que possuem suas personalidades construídas ao redor de falhas de caráter como narcisismo extremo (Billy Madison), falta de auto-controle (Bobby Boucher) ou mesmo propensão a violência (Happy Gilmore) que são apresentadas como aceitáveis ao público, muitas vezes apenas porque esses personagens possuem "boas intenções".

É um terreno sensível falar de Curtindo a Vida Adoidado, mas não é uma tarefa realmente difícil perceber a distorção social que é Ferris Bueller.

Protagonizando o estilo "rebelião contra o sistema", temos um garoto de família abastada do subúrbio, que manipula seu melhor amigo a se arriscar contra o pai (embora bem intencionado, ainda gera um tremendo prejuízo automobilístico) e basicamente passa o dia fazendo o que bem entende pelo prazer de conseguir isso.

E sobre o grande "vilão" do filme, o diretor da escola de Ferris, já consideraram que ele estava literalmente fazendo apenas o seu trabalho?

Temos aqui um potencial sociopata que está caminhando em passos largos de se tornar um adulto no estilo O Lobo de Wall Street.