A Guerra Civil do cinema pegou bem mais leve no comportamento e no envolvimento do Tony Stark diante do Acordo/Ato e dos contrários a nova lei. Nos quadrinhos, o Homem de Ferro pode ter tido suas motivações, mas foi completamente manipulador, não só em relação ao Capitão América, mas a todos os envolvidos, e todo a saga é uma traição do herói para com seus companheiros. Ele construiu uma prisão especial para seus colegas super-heróicos, por favor.

O Bishop ganha uma nova direção quando a saga pelo “Mutante Messias” começa. Enquanto várias equipes vão atrás da recém-nascida Hope Summers, que foi encontrada primeiro pelo Cable, em busca de respostas sobre o futuro dos mutantes no planeta, Bishop se mostra cego na busca por matar a criança, que traria um grande cataclisma ao mundo e geraria o futuro de onde ele foi originado. Depois de muito tempo trabalhando com os X-Men, ele se virou completamente contra o grupo e contra o Cable e acabou causando o exílio do mutante e da Hope nos futuros distantes.

Depois de ver sua cidade ser obliterada, Hal Jordan se virou contra todos os Lanternas e contra a Liga para conseguir poder o suficiente para reviver a cidade. É então que o Crepúsculo Esmeralda surge, trazendo consigo a entidade cósmica do medo, Parallax, no corpo do herói. Traição compreensível, vai.

Outra na parte dos compreensíveis, Jason foi traído pelo público, que nunca curtiu ele muito, e pelos roteiristas, que o mataram com um pé de cabra. Depois de várias sagas e crises, Jason Todd volta a vida e é treinado por Talia Al Ghul e, enfim, volta para Gotham sob o manto do Capuz Vermelho, desafiando seu antigo mentor. Ainda que seja uma traição para a Batfamília, Jason ainda se relaciona com os outros membros e nem é algo tão ruim assim, afinal, uma vez morcego, sempre morcego.

Uma das traições mais lembradas e tristes da DC Comics, em “The Judas Contract”, quando se descobre que a Terra, integrante relativamente recente (na época) dos Jovens Titãs, interesso amoroso do Mutano, sempre esteve trabalhando para o Exterminador. A história só podia levar à tragédia, claro, em um dos momentos mais dramáticos dos Titãs.

O Mercúrio não tem história específica onde ele traiu os Vingadores, X-Men ou sua irmã; seu caráter sempre foi duvidoso, vide a Invasão Skrull ou A Queda e a Dinastia M. Alguns já o consideram assim, mas talvez fosse melhor colocá-lo de vez na categoria de anti-herói, não? As origens da Irmandade do Mal nunca se perderam completamente.

Nos anos 90, um dos mutantes favoritos do público era o Gambit, seja pelo estilo, sotaque ou poderes. Ninguém nunca entendeu direito. A história do personagem era um mistério, até que é descoberto que ele sempre esteve trabalhando para o Sr Sinistro, organizando o Massacre Mutante. Ele é perdoado, mas dá outras bolas fora, tornando-se um dos cavaleiros do Apocalipse e, depois, voltando para o Sinistro.

Depois de descobrir a identidade do Demolidor, Karen Page fica, para dizer o mínimo, perturbada. Ela se muda para a Califórnia, se torna uma viciada em heroína, faz vídeos pornôs e, claro, vende a identidade de Matt para um traficante, que o entrega de bandeja para o Rei do Crime. Mesmo quem não conhece a história já pode imaginar o desfecho.

Maxwell Lord é um caso especial. Desde sua primeira aparição, ele sempre esteve mais na área cinza da coisa. Já fez algum bem por aí, liderou a Liga por algum tempo, etc. Porém, tudo mudou em “Contagem Regressiva para a Crise Infinita”, quando ele mostrou seus verdadeiros planos. Ele sempre esteve entre os heróis para juntar dados para acabar com todos eles no futuro e, quando vê que chegou a hora, ataca com força total. Sua primeira vítima é o Besouro Azul, Ted Kord, desencadeando toda a ira de vingança do Gladiador Dourado.

Pra fechar, direto de Watchmen, Ozymandias e seu plano incrível para trazer paz (temporária) ao mundo, manipulando todos os seus ex-colegas de equipe e o resto do planeta. Não tem muito o que falar sobre Ozymandias e seu plano, é uma das traições mais bem arquitetadas de todos os tempos nos quadrinhos.