10 grandes filmes do cinema que foram esnobados pelo Oscar
10 grandes filmes do cinema que foram esnobados pelo Oscar
Nem sempre os melhores filmes são lembrados pela premiação…
Em breve, estaremos assistindo à transmissão da 95ª edição do Academy Awards, o Oscar. Com muitos indicados de peso neste ano, a premiação parece ter expandido seus horizontes em relação às edições anteriores, onde vários filmes eram ignorados por seus gêneros, tramas ou por não terem uma forte campanha de lobby nos bastidores.
Porém, vale ressaltar que muitas injustiças foram cometidas nessas nove décadas desde a origem da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, com produções mais do que excepcionais não tendo recebido nem sequer uma indicação. Pensando nelas, nós reunimos aqui 10 grandes filmes da história do cinema que foram esnobados do Oscar!
Frankenstein (1931)
Não é de hoje que se fala em como a Academia - e, por consequência, o Oscar - despreza filmes de terror. Isso está muito atrelado à percepção do gênero, que sempre foi visto como uma "arte menor" pela nata de Hollywood que vota na premiação. Porém, é um absurdo pensar que Frankenstein, um clássico absoluto do cinema, não conquistou sequer uma indicação.
Dirigido por James Whale e baseado no livro de mesmo nome de Mary Shelley, o filme nos conta sobre o experimento de Victor Frankenstein, que deu origem a um monstro. Até hoje, o cinema (não só de horror) bebe da fonte deixada por esse longa, mas ele sequer foi indicado à Melhor Roteiro Adaptado na quinta edição da cerimônia, que ocorreu em 1932.
Narciso Negro (1947)
Dirigido por Michael Powell e Emeric Pressburger, com base no livro homônimo de Rumer Godden, o filme estrelado por Deborah Kerr é ambientado em um convento situado no alto de um penhasco no Himalaia. Aqui, acompanhamos as vidas, paixões e desejos de um grupo de freiras, que recebem constantes visitas de viajantes.
Citado como um dos filmes mais bonitos de todos os tempos devido ao seu visual em Technicolor e cenários deslumbrantes, o filme foi esquecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ainda que hoje tenha o status de clássico. Parte disso se deve ao fato de que Narciso Negro foi gravado no Reino Unido, e durante muito tempo o Oscar só beneficiava filmes americanos.
Três Homens em Conflito (1966)
Quando o western - ou faroeste - começou a entrar em decadência, surgiu um movimento na Itália para recuperar o sentimento desses filmes, graças a diretores como Sergio Leone. Um de seus clássicos mais importantes foi Três Homens em Conflito, filme que encerrava a Trilogia dos Dólares estrelada por Clint Eastwood no papel do Homem Sem Nome.
O filme acaba servindo como uma grande homenagem ao faroeste americano e ainda nos oferece cenas icônicas e uma interpretação inesquecível por parte de Eastwood. Infelizmente, ele não foi lembrado na quadragésima edição do Oscar, sobretudo por ser um filme italiano em uma época onde produções de outros países ficavam restritas ao prêmio de Filme Estrangeiro.
O Iluminado (1980)
Dando continuidade ao ódio da Academia pelo horror, um outro exemplo bem marcante é O Iluminado, filme de Stanley Kubrick que trazia para as telas - com muitas liberdades criativas - o livro de Stephen King. Lançado em 1980, ele se tornou um marco para o cinema de horror e é até hoje considerado um dos melhores expoentes do gênero.
O filme traz atuações assombrosas de Jack Nicholson e Shelley Duvall, além de contar com um impressionante design de produção. No entanto, o motivo que o deixou de fora do Oscar foi sua recepção negativa na crítica, o que só prova como os tempos mudam e a percepção dos críticos para algum filme também pode se transformar da água para o vinho.
O Rei da Comédia (1982)
Martin Scorsese está longe de ser um diretor preterido pelo Oscar. Na verdade, ele já foi indicado nove vezes ao prêmio de Melhor Diretor, e já levou para casa uma estatueta por seu trabalho em Os Infiltrados, filme lançado em 2006. Mas é bem curioso que um de seus maiores clássicos tenha sido ignorado pela premiação.
Lançado em 1982, O Rei da Comédia traz Robert De Niro como um aspirante a comediante com severos problemas psicológicos que testemunha a desilusão com a mídia em primeira mão. É bem curioso que o longa tenha sido esnobado, sendo que anos depois, Coringa iria "se inspirar" nele de diversas formas e ser indicado até a Melhor Filme.
Cães de Aluguel (1992)
Quentin Tarantino é outro que já fez história com a Academia, tendo sido indicado três vezes na categoria de Melhor Diretor e até recebido duas estatuetas de Melhor Roteiro Original por seu trabalho em Pulp Fiction e Django Livre. No entanto, muitos reclamam até hoje de como seu primeiro filme foi totalmente esnobado pela premiação.
Lançado em 1992, Cães de Aluguel conta a história de vários ladrões de joias cujos planos são frustrados de uma forma terrível. O longa é tido por vários fãs de Tarantino como o melhor filme de sua carreira e, assim como os outros filmes citados, tem um roteiro afiado e muito surpreendente. Ainda assim, como era um nome desconhecido, Tarantino ficou de fora do Oscar de 1993.
Antes do Amanhecer (1995)
Muito antes de ganhar o mundo com Boyhood, Richard Linklater já fazia filmes profundos e reflexivos sobre as conexões e relações humanas, e talvez o melhor exemplo disso seja a Trilogia Before, que segue a história de um casal quando eles se conhecem, se reencontram e, anos depois, passam por problemas conjugais.
Estrelado por Ethan Hawke e Julie Delpy, o primeiro filme da trilogia foi Antes do Amanhecer, de 1995. Apesar da recepção estrondosa da crítica especializada, o filme foi totalmente ignorado da sexagésima oitava edição do Academy Awards. Felizmente, a Academia aprendeu e os dois filmes seguintes conquistaram indicações a Melhor Roteiro Adaptado.
Amor à Flor da Pele (2000)
Falando em romances, um filme que precisa ser citado (e cultuado) é Amor à Flor da Pele, drama romântico escrito, dirigido e produzido por Wong Kar-wai. Aqui, seguimos um homem e sua vizinha, que suspeitam que seus cônjuges são infiéis. Apaixonados um pelo outro, eles decidem iniciar uma relação, enquanto tentam não ser descobertos.
O filme é citado como uma das maiores obras de todos os tempos e um baita atestado da potência de Wong Kar-wai para contar histórias. No entanto, ele não foi indicado ao Oscar de 2001, principalmente porque naquela época todos os holofotes estavam voltados para outra produção asiática: O Tigre e o Dragão.
Retrato de uma Jovem em Chamas (2019)
Dirigido por Céline Sciamma, Portrait de la jeune fille en feu - também conhecido como Retrato de uma Jovem em Chamas conta a história do amor proibido entre uma pintora e sua modelo. O filme foi aclamado desde a sua estreia no Festival de Cannes, em 2019, mas surpreendentemente não foi indicado a sequer uma categoria do Oscar de 2020.
Parte do motivo que levou à esnobada do filme foi que a França, país original do longa, não o inscreveu na lista de concorrentes a Melhor Filme Estrangeiro - naquele ano, o longa escolhido foi Les Misérables. Ainda assim, muitos acreditavam que Sciamma merecia a indicação a Melhor Diretora e o filme deveria ter concorrido à categoria principal da cerimônia.
Nós (2019)
Nem mesmo uma atuação primorosa é a garantia do Oscar, sobretudo se você estiver em um filme de terror. Em 2019, Jordan Peele lançou o seu 2º longa-metragem, Nós, que conta a história de uma família que recebe a visita de seus "duplos malignos". E no centro do filme, Lupita Nyong'o se destaca com uma das melhores interpretações de sua carreira.
Ainda que Peele tivesse ganhado o prêmio de Melhor Roteiro Original por seu trabalho em Corra!, de 2017, seu segundo projeto foi sumariamente esquecido no churrasco, e os fãs criticaram a ausência de Nyong'o na disputa pelo troféu de Melhor Atriz. Por outro lado, diversas atuações incríveis em filmes de terror também foram esnobadas, como Toni Collette por seu papel em Hereditário.