10 filmes que sofreram por conta de diferenças criativas
10 filmes que sofreram por conta de diferenças criativas
Treta nos bastidores prejudicaram eles, e muito!
Fazer filmes é um desafio gigantesco. São centenas de pessoas trabalhando para chegar a um único resultado final, um único produto, uma só obra. Entre tantos artistas e técnicos se desdobrando por trás e pela frente das câmeras, há ainda o interesse de estúdios, que visam acima de tudo, o lucro.
Por causa disso, nem precisamos ir muito longe para lembrar de filmes que foram bastante prejudicados devido à divergências criativas entre seus artistas e estúdios.
Confira:
Esquadrão Suicida
O filme da DC prometia bastante quando seu primeiro trailer foi lançado. Seu marketing foi verdadeiramente eficaz, mas o resultado final foi longe do que o público esperava.
O diretor David Ayer, ao que tudo indica, fez um filme um pouco mais sombrio e violento do que aquele que foi parar nos cinemas. Mas com o mal desempenho de Batman vs Superman, a Warner Bros. ficou apavorada com a possibilidade de outra má recepção e tratou de fazer extensas refilmagens, bem como uma reestruturação na pós-produção, a fim de tornar o longa mais divertido - o que acabou tornando o filme uma completa bagunça.
Quarteto Fantástico
Um dos filmes baseados em quadrinhos mais detestados da história, Quarteto Fantástico, lançado em 2015, teve uma série de divergência em seus bastidores, que incluem insatisfação por parte do estúdio com o corte do diretor Josh Trank, bem como do cineasta com o ator Miles Teller, intérprete do Senhor Fantástico.
Por causa disso, a Fox resolveu intervir, tirando qualquer poder de decisão das mãos de Trank, refilmando boa parte do filme e o tornando um grande Frankstein. Alguns anos depois, o próprio Trank afirmou que o corte que ele fez teria sido bem recebido, ao contrário do alterado pelo estúdio.
A Bússola de Ouro
Com A Bussola de Ouro, a New Line estava decidida a criar seu novo O Senhor dos Anéis, dessa vez destinado a um público mais jovem, fãs de Harry Potter e As Crônicas de Nárnia. Porém, para adaptar o romance de Phillip Pullman era necessário comprar certas brigas, especialmente com algumas instituições religiosas. É claro que o estúdio não fez isso e o filme foi um fracasso.
O diretor e roteirista Chris Weitz se viu então tendo que deixar de lado a verdadeira aura da obra original para atender a essa demanda. O filme chegou ao cinema com 40 minutos a menos do que o planejado pelo cineasta, já que vários dos pontos cruciais do livro foram sacrificados para satisfazer a audiência familiar. No fim, o resultado é uma obra oca que nada tem a ver com a forma como foi idealizada.
X-Men Origens: Wolverine
O spin-off de X-Men prometia ser um filme que amarraria várias questões acerca do amado personagem vivido por Hugh Jackman. E o filme, é claro, poderia ter sido um grande derivado, se não fossem as más decisões e divergências nos bastidores.
O que viria a ser o idolatrado Deadpool de Ryan Reynolds, por exemplo, fez sua estreia capenga no filme do Wolverine. No entanto, o estúdio temia que o personagem fosse ofuscar o mutante protagonista e por isso atenuou sua participação. Além disso, o diretor Gavin Hood e o produtor Tom Rothman da Fox estavam travando uma verdadeira batalha por trás das câmeras, com o produtor ignorando várias das decisões do diretor.
Cleopatra
Esse clássico de 1963 é considerado até hoje um dos maiores fracassos de Hollywood e responsável por quase levar a Fox à falência. O estúdio gastou muita grana para fazer Cleopatra sair e o resultado não foi nada compensador.
Prestes a começar as filmagens, a estrela Elizabeth Taylor ficou muito doente, paralisando a produção em muitos meses. Isso levou ao roteirista e diretor Rouben Mamoulian a reescrever o roteiro, terminando numa versão que desagradou Taylor, levando a Mamoulian a pedir demissão. Joseph L. Mankiewicz acabou sendo contratado, reescreveu o roteiro e mandou derrubar todos os cenários construídos para que fosse feito diferente. Além disso, o relacionamento entre Taylor e o astro Richard Burton nos bastidores foi caótico. O resumo foi um filme absurdamente caro, extremamente longo e que não leva a lugar nenhum.
Demolidor
Antes da elogiada série da Netflix, o Demolidor ganhou um filme estrelado por Ben Affleck e Jennifer Garner. O longa foi idealizado pelo roteirista e diretor Mark Steven Johnson para contar a saga da Elektra dos quadrinhos. Com a ideia de fazer uma obra mais densa e violenta, Johnson começou a filmagens… no entanto, as coisas acabaram sendo totalmente alteradas no meio da produção.
A Fox forçou Johnson a reescrever, refilmar e remontar o filme, removendo tramas inteiras, diminuindo a violência e colocando sobre foco o romance de Demolidor e Elektra. Tudo isso por causa do sucesso de Homem-Aranha, de Sam Raimi, que chegou aos cinemas na época das filmagens, sendo um ótimo filme baseado em quadrinhos mas com uma abordagem mais leve e divertida.
O Espetacular Homem-Aranha 2
A Sony botou na cabeça que faria um universo compartilhado do Homem-Aranha durante a produção de O Espetacular Homem-Aranha 2, o que obviamente deu muito errado.
O diretor Marc Webb tinha um filme todo planejado quando a Sony veio com a ideia, o que fez com que o cineasta fosse obrigado a alterar seus planos, acrescentando uma gama desnecessária de vilões e personagens que deveriam ser desenvolvidos em futuros filmes spin-off. Além disso, a Sony queria que o filme fosse mais leve e divertido, o que acabou fazendo com que o vilão Eletro tivesse um tom mais caricatural. O resultado foi um filme abarrotado de enredos que nunca alcançaram seu potencial.
RoboCop
O filme RoboCop, comandado pelo brasileiro José Padilha, atraiu críticas mistas e teve um desempenho abaixo do esperado nas bilheterias.
Segundo o cineasta, isso se deve às divergências criativas entre ele e a Sony. Padilha comenta que passou 90% do tempo lutando para fazer sua visão se sobressair, mas que não teve o apoio dos produtores e empresários.
Homem-Aranha 3
Embora tenha feito um excelente trabalho com os dois primeiros filmes do Homem-Aranha, aparentemente, Sam Raimi lutou para ter o controle criativo do terceiro, o que acabou condenando a trilogia de forma incontestável.
A Sony forçou o cineasta a incluir Venom no filme mesmo quando a ideia original do diretor era manter apenas os outros vilões existentes na obra. Assim, Raimi precisou ceder e o longa acabou se saindo cheio de excessos.
Liga da Justiça
Aqui está um dos casos mais famosos dos últimos anos, que repercutem até hoje. Liga da Justiça, dirigido por Zack Snyder, tinha a intenção de reunir os maiores super-heróis da DC Comics em um épico no cinema, porém, o que acabou acontecendo foi o lançamento de um filme fraco, curto, com efeitos especiais questionáveis e um diretor amargurado que não esquece o que aconteceu.
De acordo com o que se sabe sobre os bastidores de Liga da Justiça, Snyder foi afastado do filme e a Warner convocou Joss Whedon, de Os Vingadores, para transformar o filme da DC em um longa divertido e menos sombrio - que era a marca de Snyder. O resultado foi um filme totalmente alterado, sem personalidade e confuso.