10 filmes sobre filmes que você precisa assistir!
10 filmes sobre filmes que você precisa assistir!
O cinema brincando consigo mesmo!
Desde que o ser humano aprendeu a fazer filmes, no final do século retrasado, um dos maiores interesses do cinema era refletir sobre o próprio cinema. Buscar entendimento nas formas de realização e na cultura filmográfica. Assim sendo, o que não nos faltam são filmes sobre filmes.
Nesta lista, reunimos dez longas que discutem a produção de outros filmes, sejam produções reais que os antecederam ou filmes fictícios que só existem no contexto de sua narrativa. Entretanto, estamos deixando de fora documentários, uma vez que eles se encaixam em outra categoria e possuem uma linguagem distinta.
Créditos: Divulgação
Cantando na Chuva (Singin' in the Rain, 1952)
Abrindo nossa lista, temos um dos mais clássicos musicais de todos os tempos. Lançado na década de 50, Cantando na Chuva encantou toda sua geração, por ser um filme que refletiu sobre um período drástico em Hollywood: a criação dos filmes sonoros. O elenco conta com nomes espetaculares, como Gene Kelly e Debbie Reynolds.
O filme fala sobre a produção de um longa fictício, intitulado O Cavaleiro Galante. Na história, um astro de filmes mudos precisa lidar com a transição para essa nova forma de cinema, enquanto a jovem Kathy Selden consegue o estrelato de uma forma inusitada: dublando uma atriz que não sabe cantar.
8½ (1963)
Considerada a obra máxima do cineasta italiano Federico Fellini, a história de 8½ gira em torno de um diretor que passa por uma crise criativa e acaba se internando em um spa para tentar se recuperar e entregar seu filme a tempo. No entanto, ele aos poucos vai se confrontando com como sua vida influencia sua arte.
Um filme com pitadas de surrealismo e drama fantástico, 8½ ganhou uma aclamação sem igual, e foi vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano posterior ao seu lançamento. A influência do longa é sentida até hoje, e muitos filmes acabaram se inspirando na obra de Fellini - como, por exemplo, a dança de Pulp Fiction: Tempos de Violência.
A Noite Americana (La Nuit Américaine, 1973)
Dirigido por François Truffaut no auge de sua carreira, A Noite Americana é, dentre todos da lista, o filme que melhor lida com a loucura coletiva sentida em um set de filmagens. Na história, acompanhamos a produção do longa Je vous presénte Pamela, uma obra fictícia dentro do filme.
O que torna A Noite Americana tão clássico é como ele transforma a vida da equipe e do elenco algo muito essencial e humanizado, retratando casos, brigas e dramas entre os membros da produção. Curiosamente, o nome do filme deriva de uma técnica utilizada para fazer com que cenas gravadas de dia pareçam ter sido feitas à noite.
O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger (New Nightmare, 1994)
De todos os grandes mestres do horror, nenhum teve tanto talento ao brincar com a linguagem do gênero como Wes Craven. Em suas produções, ele sempre desafiou os limites do medo e os clichês do terror - e isso se estabeleceu muito bem na saga A Hora do Pesadelo, onde o diretor criou um dos maiores ícones do horror: Freddy Krueger.
No entanto, a jogada de mestre veio com o sétimo filme da saga, intitulado O Novo Pesadelo. Aqui, Craven subverte um pouco as regras da franquia, e Krueger passa a ser o personagem de um filme, que sai das telas e passa a matar todos os envolvidos na produção de seu longa. E, para coroar o filme, temos Wes Craven interpretando ele mesmo.
A Sombra do Vampiro (Shadow of the Vampire, 2000)
Falando de filmes que realmente aconteceram, temos o drama fantástico A Sombra do Vampiro, que "recria" detalhes da produção de Nosferatu, o clássico absoluto do expressionismo alemão. No longa, um vampiro interpretado por Willem Dafoe faz um pacto faustiano com o diretor F.W. Murnau, para que eles possam realizar o icônico longa de 1922.
Em troca, o cineasta (interpretado por John Malkovich) oferece algumas garantias ao barganhador. O vampiro poderia interpretar o Conde Orlok na produção, e ainda receberia o pescoço da atriz principal ao fim das gravações. Claro que a história real é bem diferente, mas não deixa de ser interessante observar as ideias propostas por essa "biografia fantástica".
Adaptação (Adaptation., 2002)
Spike Jonze é um dos diretores mais criativos que temos no cinema atualmente. No entanto, todos os méritos de Adaptação vão para o roteirista, Charlie Kaufman. Na história, Charlie retrata a si mesmo e seu irmão gêmeo fictício, Donald. Ambos são interpretados por Nicolas Cage, em um dos melhores trabalhos de sua carreira.
Conforme a história progride, Charlie precisa adaptar um livro biográfico de uma jornalista. No entanto, ele lida com sérios problemas de ansiedade social e bloqueio criativo, o que faz com que ele inclusive procure um dos maiores gurus de roteiro da história, Robert McKee. É um filme confuso, que vai se desenrolando aos poucos e acaba com um final grandioso e peculiar.
O Artista (The Artist, 2011)
Assim como Cantando na Chuva fez há mais de seis décadas, O Artista é um longa que detalha a transição da Hollywood muda para a Hollywood sonora, com um filme em preto-e-branco que serve como uma verdadeira homenagem à história do cinema - motivo pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Filme em 2012.
O diretor francês Michel Hazanavicius retrata, em seu longa, os dramas de um astro chamado George Valentin. Apesar de muito talentoso, Valentin não consegue lidar muito bem com um declínio em sua carreira, o que faz com que ele busque novas formas de se expressar artisticamente - enquanto a dinâmica em Hollywood está prestes a sofrer uma grande mudança.
Ave, César! (Hail, Caesar!, 2016)
Um dos filmes mais surtados da carreira de Joel e Ethan Cohen, o hilário Ave, César! é uma crônica sobre a produção de um longa fictício chamado Ave, César! - Um Conto de Cristo, um filme épico produzido no auge da clássica Hollywood. Porém, as coisas mais insanas do mundo começam a acontecer durante a produção.
Assim, um homem que trabalha com serviços ilícitos, acaba sendo contratado para resgatar um ator que foi sequestrado durante a produção do filme. O que chama atenção aqui é o elenco do longa, que conta com George Clooney, Josh Brolin, Tilda Swinton, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Frances McDormand, Jonah Hill e outros artistas premiados.
O Artista do Desastre (The Disaster Artist, 2017)
Considerado um dos piores filmes já feitos na história do cinema, The Room é um longa que muitos cultuam por ser tão trash. Ao longo dos anos, o filme passou a receber sessões especiais de meia-noite nos Estados Unidos, e até hoje conta com uma grande legião de fãs. Assim, logo seria produzido um filme sobre a produção do longa.
O Artista do Desastre faz a crônica da jornada de Tommy Wiseau, um homem bem... peculiar. Na sua pira para provar-se um artista completo, ele dirige, escreve, protagoniza, monta e produz seu próprio filme, que é um completo desastre. O resultado é um longa divertido e cheio de detalhes sobre essa obra tão controversa. E também temos uma cameo do próprio Wiseau.
Os Jovens Titãs em Ação! nos Cinemas (Teen Titans Go! to the Movies, 2018)
Por mais que a série tenha recebido um hate injustificado nos últimos anos, Os Jovens Titãs em Ação! teve força suficiente para ganhar um longa-metragem exibido nos cinemas. Esse filme, por sua vez, é uma grande sátira sobre filmes de super-heróis e sobre a indústria dos estúdios da Warner Bros., especialmente no que diz respeito à DC Comics.
No longa, os Jovens Titãs percebem que precisam apenas de uma coisa para serem heróis completos: um filme. A partir daí, eles começam sua jornada para provar ao estúdio que podem protagonizar seu próprio longa, mesmo com ameaças como o Exterminador no horizonte. O longa não se limita a zoar a DC - há piadas com a Marvel e uma participação de Stan Lee.