Então, bem antes de você ficar aí reclamando de Homem de Ferro 3, xingando até a mãe do diretor, Shane Black, ele tava de boa dirigindo Beijos e Tiros, que também é estrelado por Robert Downey Jr. (Coincidência? Eu acho que não.)

Acontece que no final do filme, antes dos créditos, o Robert vira para a tela e começa a falar com o público. Ele tenta explicar sobre o que é o filme, dizendo que é uma história de amizade e esse tipo de baboseira. Aí chega o Val Kilmer (o Batman daquele filme ruim, que não é tão ruim quanto o outro), interrompe ele e fala com você também.

Você já deve ter ouvido falar desse filme. Não? Toda página "cult" de cinema no Facebook fala dele. Sério que não viu? Ok. Então, é sobre uma menina francesa chamada Amélie Poulain (obviamente) que procura ser feliz. Não lembro se ela consegue, mas se conseguisse, podia me dizer como.

Acontece que, em um momento, ela tá no cinema e começa a falar de tudo que ela gosta de fazer. Apesar de ser mal-educada conversando logo no cinema, ela tá falando diretamente com quem tá assistindo... e aí ela começa a falar das coisas estranhas que gosta de observar nas pessoas, e como ela gosta de pensar em quantas pessoas estão tendo orgasmo nesse momento. Bom, tem gosto pra tudo, né mesmo?

Sabe aquele filme bem legal de máfia que não é O Poderoso Chefão e nem Scarface? Isso, o que tem o Ray Liotta! (esse bonitão aí da imagem) Então, em Os Bons Companheiros, esse homem aí passa o filme TODO narrando a história por trás.

Aí chega no final do filme e #BOOOOM. É um julgamento. E ele tá falando com o júri. Só que o júri é você! Aí tem a cena final, dele em casa. Ele sai de casa, olha pra câmera (ou pra quem tá atrás dela, vai saber) e sorri.

E que sorriso...

Então, não bastou essas pestes atazanarem o mundo em um filme, eles voltam pra atazanar na continuação. E aqui eles não perturbam só os atores, mas resolvem atentar a paz de quem tá assistindo também. Tem uma cena que o filme simplesmente queima. E aí, a gente descobre que são os próprios Gremlins mexendo na projeção do cinema.

Eis que aparece ninguém menos que o Hulk Hogan com aquele bigodão mó esquisito e manda eles pararem com a palhaçada. Os capetas obviamente não vão desafiar logo o Hulk, seja ele Hogan ou não, e aí o filme volta ao normal. E o Hogan acaba pedindo desculpas ao público (não sei se pelos Gremlins ou pelo bigode).

Antes que eles ficassem neuróticos e nervosos com a tradução do título no Brasil, os protagonistas de Annie Hall passam por alguns momentos de quebra de quarta parede nesse sucesso do Woody Allen (aquele cara que dirige e atua em um filme a cada mês).

Tem uma cena nesse filme onde o personagem dele tá na fila de um cinema - SERÁ QUE TODO MUNDO TEM QUE FAZER ISSO NO CINEMA? - , e atrás dele tem um crítico chato (tipo eu) falando mal do próprio Woody Allen. Ele fica com ódio da vida e começa a perguntar ao público o que eles fariam numa situação dessas.

Obviamente que se fossem vocês respondendo, falariam pra xingar nos comentários das críticas do homem. Acham que eu não conheço vocês, é?

Esse aqui eu não vou nem apresentar porque você provavelmente já viu e também porque não pode falar dele. Mas enfim, durante o filme, o Edward Norton fica falando constantemente do que tá acontecendo na história. E aí, tudo fica ainda mais complexo quando ele fala da outra personalidade dele. (Calma pessoal, ainda não é o Hulk).

Tem uma cena em especial onde o Tyler Durden - o Brad Pitt antes de ter se tornado um hipster de cinquenta anos -, que trabalhava na projeção de um cinema (!!!!) fala diretamente com o espectador sobre coisas próprias do cinema. Como a "marquinha de cigarro" que fica na tela quando o filme é gravado em película.

Você que fica fazendo maratona de filme do Oscar provavelmente deve ter ouvido falar ou visto esse filme. A Grande Aposta é o filme que ninguém entendeu direito, mas segundo a sinopse, é sobre a grande quebra da Bolsa de Valores da última década.

Já sabendo que o tema é difícil de ser abordado, o filme constantemente é cortado por celebridades - como a Margot Robbie e a Selena Gomez - explicando termos técnicos de economia para o público. E ainda assim, eu não entendi foi nada.

Nossa, eu amo esse(s) filme(s)

Violência Gratuita é o nome de um filme austríaco do Michael Haneke. Anos depois, ele mesmo dirigiu o remake americano, que é idêntico ao original, mas com atores diferentes (isso que é gostar do próprio trabalho). No filme, dois meninos com sérios probleminhas na cabeça invadem a casa de uma família e começam a matar todo mundo.

Só que eles constantemente falam com o público, numa crítica social muito bem elaborada sobre como a violência é vista como um espetáculo pela sociedade moderna, quand... O que importa é que um deles morre e o outro ressuscita apertando botão no controle remoto. É tipo Click do Adam Sandler, só que com sangue.

Você provavelmente já cansou de ver esse filme na Sessão da Tarde. (Não, não é A Lagoa Azul). Aqui, somos apresentados a Ferris Bueller, um malandro que passa a vida toda faltando aula. E além de tudo, ele fica falando com o público sobre os esquemas delinquentes dele.

É o filme mais famoso da história a quebrar a quarta parede e também influenciou o próximo item na nossa lista...

O filme do Mercenário Tagarela - aquele que um monte de criança endiabrada foi ver no cinema, no ano passado - é cheio de momentos em que o próprio Deadpool conversa com o público ou faz referências a momentos da vida real e outros filmes em que o Ryan Reynolds participou.

Isso, obviamente, é o que torna o personagem fiel às HQs já que o Deadpool dos quadrinhos também não fecha a boca e tá sempre falando com o leitor.

Bem, é isso por hoje. Agora, me deem licença que eu vou ali escrever outra crítica e também ser xingado nos comentários.