10 Filmes que passam a sensação de ler quadrinhos!

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10 Filmes que passam a sensação de ler quadrinhos!

Por Gus Fiaux

Novamente, deixo claro que não estamos falando muito bem da fidelidade do filme, e sim da forma como ele o é apresentado, seja por aspectos visuais ou por algo mais intrínseco na narrativa ou no que o espectador sente ao ver o longa-metragem.

Além disso, abrimos mão de analisar a qualidade de alguns filmes aqui. Não estamos interessados em saber se tal filme cumpriu a expectativa sobre ele, ou se ele foi premiado por críticos e adorado pelo público depois de seu lançamento. A intenção é puramente relembrar filmes que passam uma sensação de familiaridade com a leitura de HQs. E aqui vamos nós!

 

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Hulk

Claramente um dos filmes menos adorados adaptados de algum quadrinho da Marvel, o Hulk de 2003 ao menos é editado de uma forma que deve deixar os fãs e apreciadores da nona arte encantados - ou entediados.

Entre as transições de cenas, vemos uma vinheta de quadrinhos, que serve para lembrar o que originou o longa e como a trama ali inserida - mesmo com seus vilões-nuvem e seus cachorros-hulk - bebe diretamente das HQs. É sem dúvida uma ideia interessante, porém não é tão bem executada, uma vez que o diretor recorre a ela com muita frequência, e vindo de um filme do Hulk, torna-se algo que sempre quebra um pouco a atmosfera do filme.

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Howard, o Super-Herói

Outro que duramente será lembrado pela sua qualidade - e fidelidade ao material-fonte - Howard, o Super-Herói, em sua busca pelo ridículo e por situações inesperadas, consegue obter um ar muito interessante que sempre sobressai em quadrinhos de comédia ou mais descontraídos.

E isso pode ser visto em momentos mais insanos - e por vezes, até mesmo inapropriados, como Howard lendo um exemplar da "Playduck", a cena mais erótica entre os dois protagonistas e até mesmo a concepção visual de Howard, que era avançada e realista para a época.

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Sin City

Adaptado - ou melhor dizendo, emulado - da famosa série de Frank Miller, Sin City é um filme que inspira e expira quadrinhos. A forma que o filme trabalha sua construção visual, completamente diferente - e até mesmo um pouco artificial demais no início, até que o espectador esteja acostumado ao mundo dentro do longa.

Além disso, o formato narrativo de antologia cria todo um novo patamar nessas adaptações, parecendo-se ainda mais com os quadros escritos e desenhados por Miller em sua época dourada.

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Guardiões da Galáxia

Guardiões da Galáxia é um caso interessante. Além de ser visivelmente um filme de puro entretenimento, ele, assim como Howard, é um filme que aposta bastante no quão absurdas podem ser as histórias em quadrinhos, e traz isso para o cinema, em uma impressionante feira de efeitos visuais, MacGuffins inusitados e situações divertidas que só poderiam existir em um ambiente convivido por um guaxinim falante e uma árvore ambulante.

Além disso, repare bem na forma estrutural do filme, onde temos uma ameaça menor que por sua vez, existe a mando de uma maior - que possivelmente dará as caras em um futuro não muito distante. Tudo bem que muitas adaptações fazem isso, entretanto, é essencialmente a fórmula pela qual os quadrinhos de super-heróis, especialmente, tem sobrevivido ao longo dos anos.

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300

Outra adaptação de Frank Miller, 300 é um filme que tem a assinatura visual bem clara de Zack Snyder - que aparecerá de novo nessa lista. Nem se preocupe. Além de ser uma transcrição quase perfeita do quadrinho original, o filme conta com uma sanguinolência própria de HQs mais adultas.

Isso sem contar o uso pausado da câmera lenta, que, se formos traçar um paralelo com as HQs, relembram bastante os quadros que ocupam duas páginas inteiras, oferecendo um detalhamento maior e mais pausado de cada sequência.

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Homem-Aranha

Homem-Aranha de 2002 é um filme que ganha o aspecto de quadrinhos pela forma como desperta um sentimento nos fãs. Ainda que, se comparado com alguns filmes atuais, seja um longa que corre o risco de ser datado, é um filme que transmitiu, em sua época, a sensação de ler um quadrinho. E especialmente, um quadrinho do Homem-Aranha.

As subtramas de Lee e Ditko estão lá, como um adolescente com problemas normais, o vilão desequilibrado, a história clássica de jornada do herói, um conflito final que consegue ser mais intimista... e claro, a sensação de nostalgia.

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O Máskara

Ainda inspirado em um quadrinho menos conhecido - e bem mais diferente que o resultado cinematográfico - o Máskara é um longa-metragem que, visual e narrativamente, passa toda a sensação que uma HQ poderia passar. O herói surtado, as transformações cartunescas e cômicas, a forma com a qual a história vai se desenrolando, o uso de objetos necessários à trama, os vilões.

Tudo isso embalado pela atuação menos contida de Jim Carrey, que traz um ar diferente para um filme de comédia, deixando bem claro onde estão as raízes do longa.

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Watchmen

Novamente, temos uma obra com direção de Zack Snyder. O diretor consegue manejar a adaptação do maior quadrinho de todos os tempos com gracejos visuais, truques de câmera e cores - nota-se novamente o uso da câmera lenta - e até mesmo uma metalinguagem - que já estava presente nos quadrinhos de Moore, como na frase do vilão da trama "Acha mesmo que eu ia contar todo meu plano para vocês a tempo de me desarmarem? Eu não sou um vilão de histórias em quadrinhos.".

Aliás, uma grande recomendação para quem quer ter a experiência ainda mais fechada e completa e assistir ao Ultimate Cut do filme, que contém cenas extras, além da animação "Tales of the Black Freighter" inserida entre as sequências do filme, que possui toda uma conotação metafórica especial na trama.

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Os Vingadores

Alguns criticam o filme por sua história simples, sem reviravoltas e nem mesmo subtramas mais complexas. Entretanto, como adaptação de um quadrinho de heróis, Os Vingadores obtém sucesso em passar ao público a mesma sensação que o primeiro quadrinho da equipe passou, há cerca de cinquenta anos atrás.

Temos uma ameaça e os heróis se reunindo em meio a ela. Temos um desenvolvimento parcial de heróis que já tinham sido apresentados anteriormente, e a trama pode fluir de modo que esse encontro casual funcione não apenas como um crossover único, mas formando um conjunto que irá se reunir novamente para combater o mal.

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Scott Pilgrim contra o Mundo

Em questão narrativa e visual, nenhum filme consegue superar Scott Pilgrim, do cultuado diretor Edgar Wright. Seguindo a mesma fórmula do quadrinho homônimo de renome, o longa-metragem possui claras inspirações em video games e mangás, e não tem medo de mostrar isso visualmente.

As cenas de ação contam com inovações visuais que apresentam claramente a quebra da realidade do filme, como scores quando um personagem atinge o outro, ou barrinhas de vida. Além disso, podemos ver cenas onde Scott troca de roupa em apenas um take, porém, isso é inserido na história, de modo que o visual e a narrativa não agem separadas, mas em conjunto para passar a ideia de um quadrinho cinematográfico.