10 filmes noir que você precisa assistir!
10 filmes noir que você precisa assistir!
Prepare-se para entrar em um mundo sombrio!
O filme noir é um dos “gêneros” mais interessantes da história do cinema. Tendo despontado nos Estados Unidos por volta das décadas de 40 e 50, esses longas são cheios de subtextos políticos, corrupção, tramas policiais e arquétipos memoráveis – como a femme fatale, por exemplo.
Nos últimos anos, alguns filmes tem tentado trazer de volta esse charme para Hollywood, como Maus Momentos no Hotel Royale, John Wick e Zodíaco, e alguns inclusive já se tornaram clássicos. Mas agora, é a hora de voltarmos ao passado e relembrarmos 10 filmes noir que você precisa assistir!
Créditos: Divulgação
Sin City: A Cidade do Pecado (Sin City, 2005)
Uma ótima porta para quem conhecer o cinema noir sem se afastar da Hollywood mais contemporânea, Sin City: A Cidade do Pecado, de 2005, é um filme excepcional por brincar com vários arquétipos, clichês e temas recorrentes dos filmes das décadas de 40 e 50, com uma roupagem estética única.
Baseado na obra de Frank Miller - e dirigido pelo próprio, ao lado de Robert Rodriguez -, o filme é uma antologia de contos, cada um explorando personagens corruptos e ambíguos, em um mundo distorcido e cruel. Nota-se uma forte inspiração do Expressionismo Alemão, como é de costume dos filmes noir clássicos.
Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958)
Há quem desconsidere Um Corpo que Cai da lista do noir, apenas por ter sido gravado em technicolor. No entanto, isso é quase um crime contra a obra-máxima de Alfred Hitchcock, que apresenta uma série de elementos típicos desse tipo de filme - a começar pela femme fatale, brilhantemente vivida por Kim Novak.
O filme é sobre um detetive que, a pedido de um amigo, começa a investigar a história de uma mulher que está passando por uma crise de identidade quase sobrenatural. A partir daí, ele precisa descer numa espiral de loucura, conforme as diversas peças desse quebra-cabeça macabro começam a se encaixar - até ele perceber que já está em um ciclo destrutivo.
Disque M para Matar (Dial M for Murder, 1954)
Outra obra-prima de Alfred Hitchcock, o suspense Disque M para Matar é memorável - e inclusive, trata-se de um dos primeiros filmes da história a contar com a tecnologia 3D. No longa, uma mulher se vê vítima de um plano diabólico arquitetado por seu próprio marido. Com isso, ela precisa fugir de uma tentativa de assassinato perfeitamente planejada.
Grace Kelly é a estrela-mor do filme, esbanjando charme e uma simpatia que tornam sua personagem ainda mais interessante. Como muitos filmes noir, o longa tenta traçar a rota para o crime perfeito, mas aos poucos, o jogo de gato-e-rato vai se tornando mais acirrado, de forma que não conseguimos prever o que vai acontecer ao final.
O Mensageiro do Diabo (The Night of the Hunter, 1955)
Um longa mais pipoca, que inclusive chegou a ganhar um remake na década de 90, O Mensageiro do Diabo gira em torno de um homem que, antes de ser preso, esconde uma quantia significativa de dinheiro na boneca de sua filha. No entanto, na prisão, ele acaba revelando o seu segredo para um colega de cela, que secretamente é um psicopata ambicioso.
Embora não seja tão complexo ou ambicioso quanto outros filmes da lista, o longa ainda é um trhiller muito empolgante, que sabe estruturar bem seus personagens e criar uma tensão e uma atmosfera singulares. Roger Ebert, um dos críticos mais famosos dos Estados Unidos, disse que esse é "um dos filmes mais assustadores, com um dos vilões mais marcantes já feitos".
À Beira do Abismo (The Big Sleep, 1946)
Considerado um dos filmes noir mais influentes de todos os tempos, À Beira do Abismo brinca justamente com o que torna o gênero tão interessante: a complexidade da história e personagens que são construídos em camadas, sempre revelando algo novo a cada rodada. O longa é um dos filmes mais queridos da carreira de Howard Hawks.
Baseado em um livro homônimo, o longa conta a história de um detetive particular chamado Philip Marlowe, que é contratado por uma rica família para resolver uma questão sórdida. No entanto, ele aos poucos acaba se envolvendo em uma trama maior, que envolve assassinatos, chantagens e sedução perigosa.
Chinatown (1974)
Considerado o filme com o melhor roteiro já escrito, Chinatown, de Roman Polanski, é uma obra incomparável. Apesar de ter sido lançado muito depois da era dos grandes clássicos noir, o filme resgatou diversos aspectos da estética e da narrativa do "gênero", tornando-se um exemplar digno para qualquer um que queira ver mais longas do tipo.
O longa traz Jack Nicholson no papel de J.J. Gittes, um detetive particular que precisa investigar um intricando caso envolvendo uma mulher misteriosa, seu pai e seu marido recém-assassinado. O longa é colocado ao lado de outros filmes da lista por sua importância para o cinema noir, e é um dos filmes mais complexos da categoria.
A Marca da Maldade (Touch of Evil, 1958)
Considerado por muitos como um filme de crime perfeito, A Marca da Maldade é uma grande obra de um grande diretor. Aqui, Orson Welles acaba desenvolvendo uma trama obscura e grandiosa, que trata da investigação de um carro-bomba, que atravessou a fronteira do México e explodiu nos Estados Unidos.
A partir daí, dois policiais - interpretados pelo próprio Welles e por Charlton Heston - começam a investigar o crime, aplicando suas próprias noções de lei, crime e moral, em uma história que se desenrola rapidamente para uma conclusão devastadora. É um filme que explora bem a corrupção florescendo em figuras de autoridade.
Laura (1944)
Lançado em 1944, Laura é um filme interessantíssimo porque, apesar de estar inserido dentro do contexto do filme noir, ele serve como desconstrução de alguns elementos primordiais - principalmente do arquétipo da femme fatale, representada aqui pela personagem que dá nome ao filme (e é interpretada pela maravilhosa Gene Tierney.
O filme começa com a investigação em torno do aparente assassinato de Laura Hunt, em sua própria casa. Tudo vira de cabeça para baixo quando a mulher aparece viva, sem saber do que aconteceu. Aos poucos, as suspeitas começam a cair sobre ela, mas talvez outra pessoa importante esteja por trás desse crime macabro.
Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950)
Um dos grandes clássicos de Billy Wilder, o longa Crepúsculo dos Deuses fala, acima de tudo, sobre a vida das celebridades de Hollywood, com um olhar crítico, frio e distanciado, ao mesmo tempo em que mergulhamos de cabeça na vida de Norma Desmond, uma atriz de filmes mudos esquecida com o advento do cinema sonoro.
A princípio, o longa pode até não parecer um clássico noir, por não contar com nenhum crime (ao menos, não de cara). No entanto, a forma como Wilder representa a loucura de Desmond e o desmanche social de uma mulher que já foi considerada uma deusa é, certamente, motivo para que esse longa esteja dentro do cânone noir.
Pacto de Sangue (Double Indemnity, 1944)
Outro grande sucesso de Billy Wilder, o clássico Pacto de Sangue é considerado um dos noir mais bem-sucedidos de todos os tempos, tanto pela crítica quanto pelo público - inclusive, alguns dizem que ele foi o longa responsável por popularizar o noir na cena mais mainstream de Hollywood, comercializando o "gênero".
Na trama, que realmente é uma aula sobre os elementos que orbitam o noir, vemos uma mulher que tenta matar seu marido para conseguir o dinheiro do seguro de vida. Para isso, ela conta com a ajuda de um vendedor de seguros. As atuações de Barbara Stanwyck, Edward G. Robinson e Fred MacMurray tornam esse filme um clássico obrigatório.