Quando falamos em X-Men, falamos de uma das equipes mais ricas da Marvel. Centenas de heróis já passaram pelas formações do grupo, sempre trazendo algo novo e usando seus poderes com sintonia para lutar pelo sonho de Charles Xavier. Entretanto, nos cinemas, as formações nunca foram muito bem exploradas.

Seria legal ver as equipes mais clássicas trazidas à vida. Em vez de uma Primeira Classe composta apenas por personagens desconhecidos e desinteressantes, seria legal ver os pupilos originais do Professor X. Além disso, gostaríamos de ver outras formações icônicas, como a segunda equipe ou a formação dos anos 90, com direito às equipes Azul e Dourada.

Felizmente, a franquia dos X-Men nos cinemas nos presenteou com ótimos filmes - no entanto, eles funcionam apenas quando os analisamos individualmente, sem prestar atenção na construção da história ou na cronologia por trás desses filmes. E para piorar, temos uma evolução retrógrada para todos os personagens.

Isso ficou evidente na franquia recente, onde em todos os filmes vemos Xavier, Magneto, Fera e Mística tendo os mesmos dilemas, resolvendo-os e voltando a tê-los no longa seguinte. Para criar uma franquia decente, a Marvel precisa trazer evoluções que realmente modifiquem os personagens e os façam crescer a cada filme.

Dentro dos quadrinhos, os Filhos do Átomo protagonizaram dezenas de sagas clássicas, cada qual apresentando elementos espetaculares e ajudando a compor ainda mais o universo desses heróis formidáveis. Por outro lado, os filmes da Fox nunca deram muita moral para as HQs, tanto que pouquíssimas sagas foram adaptadas.

E dentre essas, apenas Deus Ama, o Homem Mata e Dias de um Futuro Esquecido são reconhecidas pelos fãs, apesar das centenas de modificações. Queremos que a saga da Marvel busque mais inspiração nos quadrinhos, adaptando histórias clássicas que realmente eternizaram o grupo - e de preferência, que ainda não foram adaptadas nos cinemas.

A reclamação mais frequente dos fãs em relação aos filmes dos X-Men da Fox diz respeito à forma como vários personagens foram retratados nos cinemas. Enquanto algumas figuras foram endeusadas e exploradas em quase todos os filmes, diversos heróis e vilões foram menosprezados e totalmente mal-adaptados, como o Ciclope e a Tempestade.

E isso não diz respeito apenas aos protagonistas, já que vários dos personagens coadjuvantes também tiveram um péssimo desenvolvimento - para citar alguns, Anjo, Psylocke, Homem de Gelo, Vampira e diversos outros. Na franquia da Marvel Studios, todos os personagens precisam ter a chance de brilhar igualmente, para que a equipe tenha força.

Quando falo que alguns personagens foram endeusados à custa de vários outros que foram menosprezados, estou falando especialmente do Wolverine - que durante muito tempo, foi o único "rosto" da equipe nos cinemas. Até mesmo em filmes onde não era necessária sua participação (X-Men: Apocalipse), ele era forçado por estrelismo.

Embora o Carcaju seja um dos mutantes mais populares das HQs, e seja um baita representante dos Filhos do Átomo, ele precisa estar um pouco afastado da franquia, ao menos por um tempo. E isso pode servir para trazer uma versão mais interessante do personagem, que deixe a vida de Logan Howlett mais misteriosa e sigilosa.

X-Men: Fênix Negra está entrando em cartaz nos cinemas, mas não é a primeira vez que a Fox tenta adaptar A Saga da Fênix Negra. Em 2006, foi lançado X-Men: O Confronto Final, que também trouxe elementos da história, misturados em um roteiro confuso e lotado de personagens e subtramas desnecessárias.

E algo em comum com ambos os filmes é a forma como a "personalidade maligna" de Jean Grey é tratada. Ora não é o resultado de uma força cósmica, ora não é tão malvada assim. De certa forma, esperamos que quando os heróis apareçam no Universo Cinematográfico da Marvel, a história seja colocada na geladeira. E caso seja adaptada, que seja feita da forma certa.

Vindo para substituir o Wolverine como a "nova face" dos X-Men nos cinemas, a Mística foi apresentada novamente na franquia iniciada por Primeira Classe. E embora seu arco no primeiro filme seja espetacular, a partir do segundo ela acabou se tornando uma personagem insuportável, em parte pelas crises de estrelismo de Jennifer Lawrence.

A personagem perdeu sua postura vilanesca da trilogia original, tornando-se uma "heroína". Além disso, a atriz demandava ficar o menos tempo possível no visual azul da personagem, o que irritou os fãs. Embora Raven Darkholme já tenha feito parte dos X-Men nos quadrinhos várias vezes, queremos vê-la da maneira certa: como uma vilã e líder da Irmandade dos Mutantes.

Não há dúvidas de que Magneto seja o inimigo mais importante da equipe. Principal rival de Charles Xavier, o vilão representa o completo oposto dos ideais do Professor X, sendo uma figura que incentiva a revolução dos mutantes por meios violentos. No entanto, o personagem foi extremamente desgastado nos cinemas.

Em todos os filmes da franquia central até o momento, ele se apresenta como o vilão principal - ou então, ajuda a equipe a combater um vilão maior, até traí-los no último segundo, tornando-se novamente a principal ameaça. Esperamos que, no reboot da Marvel, o Mestre do Magnetismo seja deixado de lado por um tempo. Há outros vilões que merecem ser explorados.

Quando o primeiro X-Men estreou, em 2000, ainda fazia sentido para a equipe usar trajes de couro completamente diferentes do que encontrávamos nos quadrinhos - afinal de contas, na época, fazia sentido construir esses personagens de uma forma mais "realista". No entanto, desde que Homem de Ferro foi aos cinemas, em 2008, isso se tornou papo furado.

Há condições de criar versões realmente interessantes e bonitas dos trajes dos X-Men nos quadrinhos - e com sorte, a Marvel Studios vai investir ferrenhamente nisso, dando aos heróis um visual bem diferente do que nos foi apresentado ao longo dos anos na franquia cinematográfica da Fox. Mal podemos esperar para ver o traje amarelo e azul do Wolverine!

Por fim, vem o maior defeito de todo o Universo dos X-Men na Fox: sua cronologia. Desde X-Men Origens: Wolverine, os fãs notam inconsistências graves na composição desses filmes, e lançamentos mais recentes, como Deadpool 2 e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido não ajudaram a aliviar esses problemas.

Isso fez com que os fãs deixassem de tentar analisar esses filmes como uma franquia, já que faz muito mais sentido apreciá-los individualmente. No entanto, para que a equipe seja incorporada ao Universo Cinematográfico da Marvel, sua cronologia precisa fazer sentido - mesmo que tenhamos histórias que lidem com realidades alternativas e viagem no tempo.