X-Men é o grupo mais diversificado de heróis das histórias em quadrinhos.

São tantos personagens que existem arcos inteiros - e muito bem desenvolvidos - focados apenas em um pequeno grupo de mutantes.

Mas isso é algo que os filmes parecem ignorar. Mesmo com tantos personagens à disposição, os produtores insistem em apostar nas mesmas formações todas as vezes.

Mercúrio, Homem de Gelo, Colossus, Noturno, Kitty Pryde.

Enfim, excelentes personagens que mereciam um desenvolvimento maior, mas que são sempre deixados de lado e só ganham destaque em uma cena ou outra, quando seus poderes são necessários.

Nós sabemos que os mutantes não nascem sabendo controlar seus poderes. Aliás, na maioria deles, os poderes só se manifestam durante a puberdade!

Aprender a controlar os poderes e, até mesmo, o desenvolvimento de mutações secundárias, é algo que estamos acostumados a ver na vida dos X-Men nos quadrinhos.

Se nós tivéssemos o mesmo desenvolvimento nas telonas seria algo plausível e aceitável, mas, talvez pela falta de tempo para desenvolver todos esses elementos, algumas coisas parecem jogadas ao longo da trama e os poderes são mostrados conforme é conveniente.

Ora o fator de cura de Wolverine leva certo tempo para regenerá-lo de um tiro, ora o carcaju consegue bater de frente com a Fênix, que foi capaz de obliterar outros mutantes em frações de segundo.

Assim como o poder de Kitty de enviar a mente de Logan para o passado, o magnetismo de Erik , que basicamente se transformou em telecinese e assim por diante.

Matar personagens principais não é um erro.

Game of Thrones está aí para mostrar que não podemos nos apegar a nenhum personagem. O erro é usar desse artifício de maneira desenfreada e sem pensar nas consequências.

Por mais que tenhamos reclamado da Fox utilizar sempre os mesmos personagens, o que seria dos X-Men sem Wolverine, Jean Grey e Charles Xavier?

Quando um personagem importante se vai, outro mutante teria que assumir a responsabilidade de chamar a atenção do público, mas não havia outro X-Men capaz de sustentar a equipe já que, como falamos, a maioria dos bons personagens foi deixada de lado!

Ora, se já cometeram a burrada de matar os personagens importantes, pelo menos tenham a consideração de deixá-los descansar em paz!

Trazer os mutantes de volta à vida também não é um erro.

Isso acontece a todo momento nos quadrinhos e nós já estamos acostumados. O problema é o modo como isso é feito.

Na maioria das vezes, as coisas acontecem convenientemente de um modo onde nada é explicado!

Nós sabemos que seria difícil ver os uniformes adaptados nas telonas, mas transformar todos os X-Men em motoqueiros rebeldes não foi a melhor das soluções.

Nós já tivemos boas adaptações de trajes.

Visão e Capitão América estão aí para provar que roupas coloridas podem funcionar nesse universo. Além disso, os trajes do Universo Estendido DC Comics são um espetáculo visual, mesmo alterando elementos dos quadrinhos.

Nós já tivemos uma cena deletada em que Wolverine receberia um traje que homenageava o clássico dos quadrinhos.

Se eles pensaram nessa possibilidade e os fãs receberam de braços abertos, por que não arriscar?

Além disso, os uniformes apresentados no final de X-Men: Apocalipse são muito melhores do que os utilizados pela equipe nos filmes anteriores.

Pena que eles precisaram de 15 anos para perceber isso!

Nos quadrinhos, o irmão de Xavier não é um mutante.

Graças ao Cristal de Cyttorak, Cain Marko se tornou um dos seres mais poderosos do Universo Marvel.

Mas, nas telonas, foi reduzido a um bobalhão que sai por aí enfiando a cabeça nas paredes! Trágico!

Wade Wilson não era tão conhecido quando foi apresentado em X-Men Origens: Wolverine. E aquela aparição grotesca só serviu para deixar o público menos interessado em conhecer o personagem!

Logicamente, Deadpool tem uma sólida base de fãs desde a década de 90, mas apenas recentemente a febre do Mercenário Tagarela alcançou o grande público.

Transformá-lo em uma Arma XI com garras, lasers e SEM BOCA, foi uma blasfêmia. Felizmente, Ryan Reynolds não desistiu do personagem e lutou para que Deadpool pudesse ter a chance de brilhar nas telonas.

Esse é um dos problemas mais conhecidos por todos os fãs da franquia.

Tudo bem, Dias de um Futuro Esquecido consertou alguns desses problemas, com a velha solução de resetar tudo e colocar uma linha do tempo alternativa, mas alguns desses problemas de continuidade nunca serão explicados ou acertados.

Como Moira não envelheceu nem um dia sequer? Por que Emma Frost, que era uma mulher adulta em Primeira Classe, era uma garotinha em X-Men Origens: Wolverine?

Bolivar Trask já foi interpretado tanto por um negro alto, quanto por um anão branco.

E a lógica?

Apesar de muitos fãs não concordarem, Hugh Jackman fez um bom Wolverine.

Pode até não ser parecido com o material original, mas combinou muito bem com o universo apresentado no primeiro filme.

O problema foi que os produtores gostaram tanto do resultado que decidiram empurrar Wolverine até onde não deveria existir.

Essa saturação acabou deixando muita gente insatisfeita com os filmes e muitos já vão para os cinemas carregando um preconceito antes mesmo de conferir o resultado nas telonas.

Sim, o filme inteiro é um grande erro que quase matou a franquia.

Temos um Fanático completamente bizarro, mortes de personagens jogadas ao vento, apenas para cunho de efeitos dramáticos, vimos uma Fênix mutante e terminamos o filme com um Magneto sem poderes, Xavier, Ciclope e Jean Grey mortos.

Apesar das teorias e especulações no fim do filme, tudo não passava disso, especulações.

Pelo menos Dias de um Futuro Esquecido veio para apagar esse filme da cronologia e nós podemos fingir que nada disso nunca aconteceu.