Após o gigantesco sucesso de Capitão América: O Soldado Invernal, é evidente que os Irmãos Russo seriam chamados para retornar para a franquia do Sentinela da Liberdade, e assim eles o fizeram, concentrando seus esforços em um novo filme, cujo nome ainda não era muito certo. Porém, a ideia original para o longa era bem diferente do que tivemos nos cinemas.

De acordo com os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely, o plano original para o longa era uma história muito menor e mais intimista, que seguiria o Falcão e o Capitão América enquanto os dois partiam em uma jornada para encontrar Bucky Barnes. A trama tinha elementos que sobreviveram, como a presença de Zemo. Mas a história em si só mudou de rumo quando Kevin Feige teve uma reunião com os dois escritores e iniciou a conversa com duas palavras: "Guerra Civil".

Quando a história do filme ainda estava sendo determinada, a Marvel queria que Robert Downey Jr. fizesse uma participação relativamente pequena como Homem de Ferro. Porém, após debater sobre o roteiro, o astro insistiu em ter um papel maior - o que significava um salário bem mais gordo. Contudo, isso enraiveceu um nome que vocês já estão cansados de odiar: Ike Perlmutter.

O executivo, líder da Marvel Entertainment, demandou que o papel do personagem fosse removido do roteiro. A salvação veio de Kevin Feige, que realmente insistiu na contratação do astro - que ganhou não apenas um pagamento maior, mas também uma série de bônus salariais. E como resultado de toda essa confusão, a Marvel Studios passou a responder diretamente à Disney, sem precisar do aval de Perlmutter. Guerra Civil foi o último filme a ter interferência do engravatado.

Quando assumiram a produção de Capitão América: Guerra Civil, os Irmãos Russo sabiam que precisavam mudar um pouco sua estratégia em relação ao futuro do Universo Cinematográfico da Marvel, uma vez que também dirigiriam Vingadores: Guerra Infinita. Dessa forma, o terceiro longa do Sentinela da Liberdade foi classificado, tanto pelos cineastas quanto pelos roteiristas como "Vingadores 2.5".

De acordo com a dupla, a ideia era trazer uma cisão necessária dos Heróis Mais Poderosos da Terra, para que, quando Thanos chegasse, encontrasse uma equipe quebrada e dividida. Além disso, segundo o que já está sendo revelado dos bastidores, Guerra Infinita será uma continuação direta de Guerra Civil, incorporando vários elementos apresentados no filme, como por exemplo a invenção capaz de modificar memórias de Tony Stark.

Quando o filme começou a ser desenvolvido, a Marvel estava entrando em estágios iniciais de negociação com a Sony para trazer o Homem-Aranha para o UCM. Como as coisas ainda eram muito incertas na época, os roteiristas se prepararam para fazer duas versões do script: uma para caso o acordo fosse fechado e uma para caso a negociação desse errado e o Aracnídeo não pudesse participar do filme.

O curioso, no entanto, é que quando o projeto começou a ser definido, o Pantera Negra tinha um papel bem menor no longa - já que o Homem-Aranha teria de ser o foco maior. Mas conforme as negociações iniciais falhavam, eles aumentaram mais o papel de T'Challa - que originalmente nem usaria o traje heroico -, e quando o acordo foi finalmente fechado, a presença do Rei de Wakanda já era tão importante e significativa para a trama que não tinha como ser cortada para dar espaço a Peter Parker.

Presente desde os primeiros esboços do roteiro do filme, Zemo é um vilão com bastante história para contar. Nas HQs, Helmut é um homem que busca vingança pela morte de seu pai, o nazista Heinrich Zemo. Aqui, temos uma reversão dessa história, conforme Daniel Brühl interpreta uma versão aproximada de Helmut, que jura vingança pela morte de seu pai durante o ataque de Ultron em Sokóvia.

Curiosamente, é o primeiro vilão em todos os filmes do Universo Cinematográfico da Marvel que não possui super-poderes ou um traje avançado que lhe garante habilidades especiais. A ideia era justamente inserir um nível de conflito humano ainda não visto na franquia. Ainda assim, designs iniciais do personagem o mostravam com um traje similar à sua roupa clássica das HQs, com uma máscara roxa no rosto. Com sorte, ele também retornará no futuro, e muito mais disposto a destruir os Heróis Mais Poderosos da Terra.

A morte é um elemento muito presente em quadrinhos de super-heróis, e constantemente é usada como um artifício para chocar o público de forma rápida, mesmo que todos saibam que os personagens posteriormente voltariam à vida. Nos cinemas, o recurso foi usado poucas, mas significativas vezes. Enquanto Phil Coulson morreu em Os Vingadores e voltou em Agentes da S.H.I.E.L.D., personagens como Loki, Nick Fury e Pepper Potts tiveram "mortes" propositalmente fajutas.

Sabendo que esse é um tipo de recurso que não surpreende mais o público, tanto os roteiristas de Guerra Civil quanto os Irmãos Russo tentaram se manter o mais longe possível desse tipo de clichê. Por mais que o próprio Capitão América morra ao final da saga que deu nome ao filme, isso foi considerado mas logo descartado, porque todos saberiam que o personagem teria de voltar à vida para Vingadores: Guerra Infinita.

Depois que a Sony e a Marvel Studios fecharam um acordo para a participação do Homem-Aranha no Universo Cinematográfico da Marvel, o mundo virou de ponta-cabeça, conforme todos esperavam descobrir o quanto antes quem interpretaria o Amigão da Vizinhança. E foi uma longa jornada até termos um ator confirmado, já que milhares de jovens fizeram as audições para o papel. Entre eles, tínhamos nomes como Asa Butterfield, Charlie Plummer, Charlie Rowe e Matt Lintz, entre outros.

Mas só um se destacou: Tom Holland. O ator britânico tinha um grande histórico nos palcos, e começou a atuar para TV e o cinema há pouco tempo. Ele impressionou os produtores por seu talento físico para fazer acrobacias e piruetas, e isso o destacou entre os demais. Curiosamente, sua fita de audição para o filme foi feita ao lado de Jon Bernthal, que interpreta o Justiceiro nas séries da Netflix. Os testes ao vivo foram bem mais assustadores, conforme ele teve que atuar na frente de Chris Evans e Robert Downey Jr.

Por mais que seja um dos (pouquíssimos) filmes do Universo Cinematográfico da Marvel onde o protagonista não aparece sem camisa, Chris Evans teve que trabalhar em dobro para conseguir o físico necessário do Capitão América, malhando ainda mais intensamente do que precisou para os filmes anteriores. E, para que seu esforço fosse valorizado em cena, os figurinistas desenvolveram camisas e camisetas em tamanho bem menor do que o ator usa geralmente, de forma que seus braços e peitoral ficassem ainda mais ressaltados.

A grande cena onde Evans pode demonstrar todo seu treinamento e sua aptidão física se deu no momento em que Steve Rogers precisa segurar um helicóptero para impedir a fuga de Bucky Barnes. Infelizmente, durante as gravações, ele acabou se machucado, devido à posição com a qual articulou seus bíceps. O próprio Tom Hiddleston, o Loki - que nem sequer participou do filme -, disse ter amado a cena, e que é uma de suas favoritas de todo o UCM.

O filme passou por grandes mudanças desde o processo inicial de concepção à versão que foi lançada para o público nos cinemas. A maior prova disso está na variedade de artes conceituais, que mostra que alguns personagens estavam em lados diferentes da batalha. Os dois maiores exemplos são o Homem-Formiga, que aparentemente trabalharia para o Homem de Ferro, e o Visão, que é visto em várias artes enfrentando a equipe de Tony Stark.

A ideia inicial é que o Visão se juntaria ao Capitão América devido aos seus sentimentos pela Feiticeira Escarlate, mas isso não faria muito sentido por conta do personagem ser guiado intensamente pela razão. Além disso, ele traria um desequilíbrio de poder à equipe que já tinha Wanda Maximoff, e por isso, foi mudado de lado. É possível que Scott Lang tenha sido apenas a "moeda de troca" dessa inversão.

Se você parar para analisar bem, Capitão América: Guerra Civil foi o último filme que nos determinou ao certo como estão os Vingadores e como mudou a relação entre esses personagens, uma vez que Guardiões da Galáxia Vol. 2 não mostra nenhuma relação com a Terra e Thor: Ragnarok e Doutor Estranho fogem completamente do núcleo dos Heróis Mais Poderosos da Terra.

É evidente que Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Pantera Negra exploram um pouco as consequências do filme e dão pistas de como estão os outros personagens - sobretudo o Homem de Ferro no filme solo do Amigão da Vizinhança. Mas isso é feito de forma proposital, já que Guerra Infinita será uma continuação direta. Os Irmãos Russo e Kevin Feige querem que o público receba de volta os heróis de forma surpreendente, para que possamos apreciar, aos poucos, todas as consequências deixadas pela Guerra Civil.

Para aproveitar e relembrar todos os grandes clássicos do Universo Cinematográfico da Marvel enquanto se prepara para a aguardada estreia de Vingadores: Guerra Infinita, não deixe de conferir também nossas listas anteriores de bastidores dos filmes, que você confere clicando nos links abaixo:

• Homem de Ferro
• O Incrível Hulk
• Homem de Ferro 2
• Thor
• Capitão América: O Primeiro Vingador
• Os Vingadores
• Homem de Ferro 3
• Thor: O Mundo Sombrio
• Capitão América: O Soldado Invernal
• Guardiões da Galáxia
• Vingadores: Era de Ultron
• Homem-Formiga