No princípio, havia apenas o deus supremo Eru Ilúvatar. Ele criou os Ainur e ordenou que criassem uma canção que daria origem ao universo.

Ela seria perfeita, mas Melkor, o mais poderoso dentre os Ainur, queria fazer sua própria canção. Era como se houvessem duas músicas se enfrentando: uma bela e harmoniosa e outra alta e repleta de caos.

Ilúvatar ficou enfurecido, mas o mundo se originou e a interferência de Melkor alterou o destino da criação para sempre.

Muito antes de Sauron, existiu outro Senhor do Escuro ainda mais poderoso: o próprio Melkor.

Quando os Ainur criaram o mundo, desceram até ele para habitá-lo. Eles se separaram em dois grupos: os Valar - com poderes semelhantes ao de deuses - e os Maiar - anjos.

Melkor pertencia ao primeiro grupo, mas, diferente de seus semelhantes, queria se tornar o soberano do mundo. Ele recrutou o mais poderoso dos Maiar para ajudá-lo em sua jornada, ninguém menos que Sauron.

As maiores tragédias da Terra Média ocorreram por influência de Melkor. Ele foi o responsável pela criação dos Balrog e dos Dragões, bem como incitar a guerra e violência entre os mortais.

Durante o reinado de Melkor - agora chamado de Morgoth - as principais cidades foram destruídas ou abandonadas. Os Valar abandonaram a Terra Média e muitos reis e heróis foram mortos.

A esperança estava nas mãos de Eärendil, um mestiço filho de um humano com uma elfa. Ele partiu em uma jornada para convencer os Valar a salvar a Terra Média.

Eles aceitaram e declararam guerra a Morgoth. O Senhor do Escuro foi derrotado e aprisionado além dos Portões da Noite. Quando o mais poderoso dos dragões caiu sobre as torres de Thangorodrin, a Terra Média foi transformada.

O mar invadiu grandes abismos, rios pereceram ou encontraram novos leitos, vales foram elevados e colinas arrasadas. E assim grande parte da Terra Média deixou de existir.

Quando os Valar desceram até Eä a única luz que iluminava o mundo era a das estrelas. O Sol e a Lua ainda não haviam sido criados.

Um dos Valar, Aulë, à pedido de sua esposa, Yavanna, criou duas poderosas lamparinas que foram iluminadas por Varda e colocadas em cima de duas colunas altíssimas; uma ao norte e outra ao sul da Terra Média.

As colunas foram destruídas por Melkor e os Valar partiram para as Terras Imortais. Ali, Yavanna criou as Duas Árvores de Valinor. Nem mesmo o Sol possuía uma luz tão bela quanto a das árvores. Infelizmente, elas também foram destruídas por Melkor e o mundo voltou à era da escuridão.

Quando as árvores foram destruídas, Yavanna chorou sobre elas. Da árvore prateada, nasceu uma flor de prata. Da árvore dourada, nasceu um fruto de ouro.

Yavanna as entregou ao seu marido que forjou duas naves para conservar seus brilhos. As naves foram entregues a Varda que as ergueu ao firmamento.

Os Valar escolheram dois Maiar para guiar as naves. O espírito de fogo, Arien, guiava o Sol, enquanto o caçador e amante da prata, Tilion, guiava a Lua. Ao ver Arien nua, Tilion se apaixonou pelo Sol e passou a persegui-lo como faria pela eternidade.

Antes de Eärendil convencer os Valar a salvar a Terra Média ele se casou com a Maiar Elwing. Eles tiveram dois filhos: Elrond e Elros.

Por serem descendentes de elfos e humanos eles puderam escolher a qual família pertenceriam. Elrond preferiu ficar entre os elfos, enquanto Elros se tornou o maior rei que os humanos já viram.

No entanto, como humano, Elros não pôde escapar do destino da morte, diferente de seu irmão imortal.

Duas Eras do Mundo se passaram até que Aragorn se casou com Arwen, filha de Elrond e, portanto, sobrinha de Elros, antepassado de Aragorn.

Não é novidade para ninguém que os elfos são imortais. Os sessenta anos que se passam entre os eventos mostrados em O Hobbit e O Senhor dos Anéis não foram nada para os elfos que aparecem em ambas as trilogias.

Difícil é estimar a idade dos elfos, como a da bela Galadriel, que já estava viva nos Anos das Árvores e presenciou as Três Eras do Mundo, cerca de sete mil anos.

Durante este tempinho modesto, a elfa esteve presente em importantes capítulos da história de Arda como a destruição das Árvores de Valinor, a Revolta de Fëanor, a passagem pelo Helcaraxë, a chegada dos homens, as guerras contra Morgoth, o romance de Beren e Luthien, a destruição de Beleriand, a ascensão e a queda de Númenor, a fortificação de Mordor, a Última Aliança, a forjadura dos Anéis do Poder e, finalmente, a tomada de Erebor e a Guerra do Anel.

Não é a toa que ela é uma das criaturas mais poderosas da Terra Média.

Os Elfos não podem morrer por velhice ou doença, mas isso não quer dizer que eles não podem ser mortos.

Quando isso acontece, seus espíritos vão para os Salões de Mandos. Mandos é o guardião da Casa dos Mortos e ele decide se os espíritos ficarão ali para sempre ou se poderão retornar à vida. Quando isto ocorre, os Elfos retornam em um corpo muito parecido ao de sua vida anterior e, em alguns casos, podem até se lembrar de suas vidas passadas.

Os Valar sempre souberam que os elfos chegariam à Terra Média. Eles eram chamados de Os Filhos de Ilúvatar.

Curioso e ansioso pela chegada dos elfos, Aulë decidiu criar seus próprios seres. Sob as montanhas da Terra Média, ele os fez à sua maneira, já que não sabia como os elfos seriam, e até mesmo criou um dialeto próprio. Aulë os tornou duros, teimosos e obstinados para que pudessem se opor às criaturas de Melkor.

Eru ficou furioso com a criação de Aulë e ordenou que suas criaturas fossem destruídas. Com lágrimas nos olhos, o Valar levantou seu martelo para acabar com suas criações, mas Ilúvatar apiedou-se de Aulë e permitiu que os anões vivessem sob uma condição: eles deveriam ser transformados em pedra e só voltariam à vida depois que os elfos chegassem, já que eles deveriam ser os primeiros seres a habitar a Terra Média. E assim foi feito.

Olórin, o mais sábio dos Maiar, chegou ao mundo no momento de sua criação.

Depois da queda de Melkor, Sauron retomou a missão de espalhar a escuridão pela Terra Média.

Os Valar decidiram interferir e, com o consentimento de Eru, mandaram cinco escolhidos para viver entre os homens comuns, em corpos frágeis e sujeitos aos sofrimentos dos mortais. Eles se tornaram viajantes interferindo na vida de humanos, elfos, anões e hobbits de modo a evitar as investidas de Sauron.

Os escolhidos tornaram-se conhecidos por seus novos nomes: Gandalf, Saruman, Radagast, Pallando e Alatar.