Os Simpsons surgiram como uma série de curtas cenas exibidas durante os intervalos de The Tracey Ullman Show. Percebendo o potencial da série, a FOX resolveu adquirir os direitos de exibição e encomendou um episódio piloto de meia hora.

Tudo parecia perfeito. Uma equipe de talentosos roteiristas foi contratada, um elenco renomado de dubladores participou do projeto e a animação ficou por conta do mesmo estúdio responsável por Rugrats - Os Anjinhos.

Infelizmente, quando o alto escalão da FOX assistiu ao episódio piloto, a maioria dos membros saiu da exibição antes do fim. Um dos poucos que ainda permaneceu na sala foi James L. Brooks, que soltou um sonoro: "Isso é uma merda!"

A animação foi refeita em outro estúdio e algumas alterações foram feitas no roteiro e o resultado agradou a todos.

O bordão de Homer Simpson é, provavelmente, uma das frases mais conhecidas da história das séries de TV.

D'oh se tornou tão popular entre a população que diversos dicionários passaram a adotar a palavra como parte do dialeto americano com a definição de "Interjeição utilizada quando se percebe que fez ou disse algo idiota."

Apesar do sucesso do bordão, jamais a palavra esteve no roteiro. Como os "episódios" dos Simpsons durante os intervalos do The Tracey Ullman Show se resumiam a alguns poucos segundos, muitas das vezes Homer Simpson apenas resmungava algumas palavras em vez de falar e uma das expressões que o personagem mais usava era um sonoro D'ooooooooh!

O mesmo devia acontecer no seriado, mas Matt Groening pediu a Don Castellaneta que mudasse, já que ia parecer muito forçado. O dublador, então, encurtou a expressão e deu origem ao famoso D'oh!

Aqui no Brasil, poucos devem conhecer o talk show Late Night with Conan O'Brien, mas, o programa foi ao ar de 1993 até 2000, quando o humorista foi substituído por Jimmy Fallon.

Acontece que o apresentador também foi roteirista de Os Simpsons durante as primeiras temporadas da série. Não apenas isso, O'Brien era conhecido por ser o palhaço dos bastidores.

Em determinada ocasião, O'Brien contava uma história enquanto segurava uma lata de refrigerante fechada nas mãos. O roteirista se empolgou e balançou as mãos, esquecendo-se que ainda estava com a lata. Quando finalmente abriu o refrigerante, todos na sala levaram um banho de Coca-Cola. Em outro caso, o roteirista colocou espuma na boca e fingiu ter uma convulsão no escritório.

O interessante é que mesmo depois de ter abandonado o seriado para apresentar seu programa, os outros roteiristas faziam os personagens visitarem seu Late Show e O'Brien constantemente voltava ao estúdio para dublar a si mesmo.

Não é novidade pra ninguém que os personagens dos Simpsons foram inspirados na família de Matt Groening.

Mas quando criou o vovô Simpson, Groening não quis dar a ele o mesmo nome de seu avô. Em vez disso, pediu aos roteiristas Jay Kogen e Wallace Wolodarsky que dessem um nome para o personagem.

Os roteiristas viram as características do personagem e acharam que o nome certo para ele seria Abraham... que é exatamente o nome do avô de Matt Groening!

Em diversas listas que falam sobre os easter-eggs escondidos nos filmes da Pixar, vemos a menção ao "A113", a sala do Instituto de Artes da Califórnia onde estudaram grandes nomes da animação como John Lasseter e Brad Bird.

Antes de usar o easter-egg em filmes como Ratatouille e Os Incríveis, Brad Bird já o havia inserido em alguns episódios de Os Simpsons. Bird trabalhou no seriado desde a época de The Tracey Ullman Show.

Além disso, David Silveman, abandonou a produção do filme dos Simpsons para dirigir Monstros S.A. Outros membros da Pixar também trabalharam na série como Jeff Pidgeon (animador de Toy Story) e Jim Reardon (Roteirista de Wall-E).

Imagine uma sala repleta de comediantes reunidos para escrever um episódio de uma das séries mais divertidas do mundo. Parece divertido, né? Pois não é!

Os roteiristas são metódicos durante a confecção dos roteiros e não trocam nenhuma palavra durante o processo de escrita. Além disso, risadas estão proibidas.

Certa vez, uma equipe de televisão alemã contatou os estúdios para fazer um documentário na sala de roteiro. Eles ficaram tão entediados em ver os roteiristas sentados por horas sem falar nada, que não retornaram para as filmagens nos próximos dias.

Os dubladores Phillipe Peythieu e Veronique Augereau são os dubladores de Homer e Marge Simpson na França.

Os artistas se conheceram em 1989, durante as audições para escolher os dubladores e se casaram em 2001. Eles continuam casados e dublando os personagens, o que dá uma química ainda maior ao casal amarelo.

Quando o filme dos Simpsons finalmente foi anunciado, começaram as dores de cabeça de Matt Groening e James L. Brooks. Como o roteiro seria produzido?

Eles contratariam um roteirista especializado em longa-metragens? Convidariam alguém para revisar o texto? Eles mesmos o escreveriam?

Depois de muito pensar, resolveram seguir a lógica: o filme seria produzido do mesmo modo que qualquer outro episódio. Os roteiristas receberam um guia e cada um deveria escrever praticamente um episódio isolado que se uniriam no filme depois que as adaptações fossem feitas.

Mais de 100 roteiros foram feitos e descartados! O filme passou de uma comédia pastelão para um musical. A ideia do musical foi descartada e apenas algumas canções estariam presentes. Até que as músicas foram cortadas e finalmente tivemos a versão final do roteiro.

No Brasil, os artistas que emprestam suas vozes para os personagens das séries são praticamente desconhecidos, o que é uma pena! Mas, nos Estados Unidos, alguns deles se destacam.

Maggie Roswell era um nome em ascensão no ramo da dublagem e, por dar vida a três personagens, exigiu um aumento de salário. Infelizmente, os produtores não conseguiriam bancar o salário da atriz e ela acabou deixando os estúdios. Assim, sua personagem foi morta por Homer.

Alguns anos depois, Maggie e FOX resolveram seus desentendimentos. A dubladora retornou para dar voz a Helen Lovejoy e em alguns episódios de Halloween, quando o fantasma de Maude Flanders aparece.

Se você já assistiu a algum episódio de Halloween dos Simpsons, já deve ter notado um tal de Sam 'Sayanora' Simon durante os créditos finais.

No começo de tudo, quando o programa estava sendo adaptado para uma série com episódios de meia hora, Matt Groening não tinha ideia de como fazê-lo funcionar e James L. Brooks trouxe Sam Simon para ajudar Groening.

Matt ainda era um novato no ramo e por diversas vezes batia cabeça com Simon. Mas foi justamente o pulso firme do novo roteirista que ajudou Os Simpsons a se tornar o que é hoje.

Simon criou personagens como Senhor Burns, Dr. Hibbert e Chefe Wiggum. Também foi dele a ideia de Smithers ser gay e Lisa uma garota inteligente e culta.

Além disso, foi ele que trouxe os grandes roteiristas para o time. Devido as tensões entre Simon e Groening, Sam teve de abandonar a série, mas conseguiu um acordo milionário pelo resto de sua vida...

Sam Simon foi diagnosticado com câncer terminal e morreu aos 59 anos, de câncer no cólon, em março de 2015. Ele havia anunciado em 2013 que tinha doado sua fortuna para projetos de caridade.