Antes de ser o Naruto de Konoha, sonhando em ser Hokage, com Kage Bunshins, bandanas e tudo mais, a história do rapaz ganhou uma versão bem diferente em um one-shot “piloto”, quando o autor estava tentando vender suas ideias.

Nesse capítulo piloto de Naruto, que você pode encontrar em qualquer canto da internet, o Kishimoto colocava a história em um mundo contemporâneo, ainda que contasse com misticismo e ninjas, e o Naruto era filho da Raposa de Nove Caudas. Aqui, ele usava uma forma humana para interagir com a vila, mas ninguém confiava nele e o excluía completamente.

Uma coisa que as pessoas confundem é que os Jinchuurikis são exclusivos dos Bijuu. Não é bem assim. Não fica especificado que eles são apenas dos Bijuu. Em tese, o Jinchuuriki é aquele que carrega um grande poder ou uma criatura selada dentro de si, daí vem o nome "Poder do Sacrifício Humano". Assim, outras criaturas poderosas podem ser seladas em seres humanos - ainda que isso não seja cânone do mangá.

Por exemplo, em Naruto Shippuden: Bonds, existia o Zero-Caudas, usado pelo Shinno, que não tem nenhuma ligação com as Bestas de Caudas. Em outro filme, Blood Prison, uma criatura chamada Satori também segue essa linha. Mais recentemente, em Boruto, tivemos a aparição do Nue, que está selado na Sumire. Eles não seguem a tradição dos Bijuu em si, mas, na teoria, é a mesma coisa.

Não é novidade pra ninguém que o Kishimoto, criador de Naruto, é um grande fã de Dragon Ball. Tanto é, que um dos Bijuu e seu Jinchuuriki é uma homenagem direta à obra do Toriyama.

Começando pelo Jinchuuriki, o nome do portador do Quatro Caudas é Roshi, uma referência ao Muten Roshi, o Mestre Kame, de Dragon Ball. Ele estar exatamente com o Quatro Caudas é pela Esfera de Quatro Estrelas, a favorita do Goku, que ele herda de seu avô, Gohan.

Por fim, o nome do Quatro Caudas é Son Goku e ele tem a forma de um macaco gigante. Isso vai tanto para o protagonista de Dragon Ball e sua transformação em Oozaru, quanto para a inspiração do Toriyama na criação do Goku, o Rei Macaco de "Jornada ao Oeste".

Quando o Gaara surgiu na história, a gente nem tinha ideia do que era um Jinchuuriki. Esse conceito só foi introduzido depois do time skip. Então, até lá, o rapaz era só mais um menino com um monstro gigante dentro de si.

De qualquer forma, nos primeiros rascunhos do Gaara, nem o Shukaku ele teria. Na verdade, ele se chamaria Kumomaru e seria um menino de sete anos que usava drogas para ficar mais forte.

Com o tempo que o Killer B ganha na história depois que é introduzido, não é difícil adivinhar que ele se tornou um dos personagens favoritos do Kishimoto, certo?

E não só do autor, mas como do público, afinal ele deu uma bela surra no Sasuke, que, mesmo que arraste uma base de fãs até hoje, possui um mar de haters ainda maior.

De acordo com o próprio Kishimoto, o Bee foi um de seus personagens favoritos por algum tempo. Essa deve ser a explicação do porque ele sobreviveu até o fim, por mais que nada estivesse muito ao seu favor depois de um período.

Uma coisa bacana é que o nome do Bee vem direto de um dos maiores grupos de rap da história, o Wu Tang Clan. O termo “Killa Beez” é um dos nomes usados para se referir aos “afiliados” do Wu Tang Clan, que eram muitos e mudavam constantemente.

Também, outra inspiração para o nome do Bee vem da fala do Mohammed Ali, “Voe como uma borboleta, pique como uma abelha”.

Naruto sempre teve personagens com gênero não definido - vide o Haku lá nas primeiras histórias. Até mesmo o Deidara e o Sai possuem um visual andrógino, que acabou confundindo o pessoal da tradução aqui no ocidente.

Mas todos esses personagens tiveram arcos na história e acabaram sendo desenvolvidos e revelados em algum momento. E quando o personagem já surge morto? Foi o que aconteceu com a Fuu, a Jinchuuriki do Sete Caudas, que foi apresentada já quando estava morta e seu Bijuu capturado.

Seu design andrógino deixou os fãs confusos e, no fim, nem mesmo o Kishimoto sabia dizer o gênero da Fuu. Por fim, ele decidiu que ela era uma moça.

Todo mundo sabe o quão alongado Naruto ficou em sua versão anime, né? Foram fillers atrás de fillers, intermináveis. Porém, uma coisa interessante nisso é que vários Jinchuurikis que não tiveram nem uma página de história no mangá ganharam um espaço para uma aventura nas telas.

Isso aconteceu justamente com a Fuu, do Sete Caudas e com o Utakata, do Seis Caudas.

Além dos Irmãos de Ouro e Prata da Vila da Nuvem e do Sora dos fillers, que conseguiram porções do chakra do Nove Caudas, depois do fim da história de Naruto, uma nova trama surgiu onde uma droga foi criada para simular os poderes dos Jinchuurikis.

Em Sakura Hiden: Pensamentos de Amor Montados Sobre uma Brisa de Primavera, acompanhamos a Sakura descobrindo essa droga criada a partir do DNA dos Jinchuurikis, coletados na Grande Guerra, que permitia o uso do manto dos Bijuu sem as Bestas seladas no ninja.

Por fim, com o final de Naruto, apenas três Jinchuurikis sobreviveram e o destino dos outros Bijuu ficou em aberto. O Naruto manteve a Kurama, o Shukaku voltou para o Gaara e o Killer B continuou com Gyüki.

De acordo com o Kishimoto, os Bijuu livres encontraram um cantinho no mundo para viver e estão por lá, sem criar problemas. Pelo menos por enquanto. Com Boruto se desenvolvendo e a chegada de novos Ötsutsuki, sabemos que isso não deve durar muito.