Antes mesmo do surgimento das primeiras histórias em quadrinhos, propriamente ditas, existia a literatura conhecida como Pulp Fiction.

Tratavam-se de histórias impressas em um papel de baixa qualidade e que geralmente contavam histórias de assassinatos, crimes ou mesmo grandes aventuras espaciais.

Em algum momento, o gênero western começou a se popularizar entre as Pulp Fiction, mas acabou perdendo força com a chegada dos quadrinhos de super-heróis.

No entanto, o cinema reviveu a onda de westerns em meados dos Anos 60, quando filmes de John Wayne e Clint Eastwood passaram a ter cada vez mais destaque.

Aproveitando o crescente interesse do público pelo gênero, a DC Comics passou a reunir grandes títulos na revista All-Star Western. Foi na edição número 10 que conhecemos Jonah Hex, criado por John Albano e Tony DeZuniga.

Jonah Woodson Hex cresceu em um lar abusivo. Ele é filho de uma prostituta e seu pai, um alcoólatra degenerado.

Quando completou 13 anos, seu pai o vendeu para uma tribo apache.

Ele cresceu aprendendo os costumes dos indígenas americanos e conquistou o respeito dos outros membros da tribo.

O chefe apache criou Jonah como seu próprio filho, mas isso despertou ciúmes em seu irmão adotivo, Noh-Tante.

Ambos eram apaixonados pela bela Cervo Branco, mas foi Hex quem conseguiu conquistar seu coração.

No entanto, ele foi convocado pelo exército para lutar na Guerra Civil Americana, então prometeu que se casaria com a indígena quando retornasse.

Jonah lutou ao lado dos Soldados Confederados, mas traiu o exército do Sul, pois não concordava com os ideais escravagistas que eles defendiam.

Depois da Guerra, ele retornou para a tribo, mas encontrou Noh-Tante casado com Cervo Branco.

Enfurecido, Jonah acusou Noh-Tante de traição e eles deveriam decidir seu futuro em um combate de machadinha.

Antes da luta, porém, Noh-Tante sabota a arma de Jonah Hex, que acaba quebrando durante o combate. Jonah está prestes a ser morto, mas saca sua faca e mata seu oponente.

Por quebrar as regras do combate e assassinar seu filho, o chefe da tribo queima uma machadinha em brasa e deixa a Marca do Demônio no rosto de Jonah Hex.

Assim, todos poderão olhar em seu rosto deformado e perceber que ele é uma pessoa dúbia, metade boa e metade perversa.

Apesar de estar sempre ligado a questões de espiritualidade indígena, as aventuras de Jonah Hex eram como quaisquer outras histórias de cowboys e índios e seus inimigos eram criminosos comuns do Velho Oeste.

Com a queda do interesse do público pelo gênero, as vendas de sua revista despencaram e o título acabou sendo cancelado durante a Crise nas Infinitas Terras.

No entanto, seus roteiristas acharam uma maneira interessante de brincar com o título antes de seu cancelamento. Eles decidiram mandar Hex para um futuro pós-apocalíptico inspirado em Mad Max, onde ele enfrentava gangues de motoqueiros alucinados.

A série não fez tanto sucesso nos Estados Unidos - tanto é que acabou sendo cancelada depois de 18 edições - mas chamou atenção na Europa e no Japão e abriu uma nova vertente para explorar o personagem.

Percebendo o potencial do personagem, a DC Comics decidiu mover Jonah Hex para a Vertigo e explorá-lo em uma nova vertente.

Escrita por John R. Landsdale e ilustrada por Tim Truman, a nova fase do personagem mostrava Hex enfrentando zumbis, monstros ancestrais, bruxas e espíritos atormentados.

O gênero passou a ser definido como Western-Horror e chamou atenção não apenas do público, mas também dos produtores de Hollywood.

Em 2010, a Warner Bros decidiu apostar em um filme do personagem.

Estrelado por Josh Brolin, John Malkovich, Megan Fox e Michael Fassbender o filme teve um orçamento de 47 milhões de dólares, mas arrecadou somente 10 milhões em bilheteria, um dos maiores fracassos da história do cinema.

Como se não bastasse, o público e a crítica detestaram a história, que estava repleta de elementos sem sentido e que não faziam jus ao personagem dos quadrinhos.

Nos quadrinhos, Jonah Hex não possui nenhum superpoder.

Ele é altamente treinado em combate corpo a corpo, principalmente no uso de facas e machadinhas.

Em seu período no exército, ele recebeu treinamento militar e tornou-se um exímio atirador, além de um grande estrategista.

Já nos filmes, Hex recebeu uma série de poderes sobrenaturais e é capaz, até mesmo, de trazer os mortos de volta à vida.

Depois de ter vivido Frank Castle nas telonas mas ser substituído por Ray Stevenson em Justiceiro: Em Zona de Guerra, Thomas Jane iniciou uma campanha para interpretar Jonah Hex nas telonas.

O ator chegou a se maquiar e divulgar imagens utilizando um figurino improvisado, mas a Warner ignorou a campanha do ator e trouxe Josh Brolin no papel do protagonista.

Mesmo assim, no mesmo ano, Jane dublou Jonah Hex na animação Batman Contra O Capuz Vermelho.

Praticamente todos os atores tiveram de usar próteses e passar por longos processos de maquiagem antes das filmagens.

John Malkovich utilizava uma prótese no nariz e até mesmo o cachorro passava por um processo de maquiagem que durava cerca de uma hora!

O mais engraçado era que parte do rosto de Jonah Hex tinha barba, mas os pelos acabavam dificultando a aplicação das próteses no rosto de Josh Brolin.

Assim, durante o período de meses de filmagens, o ator precisava barbear apenas metade do rosto, enquanto a outra metade permanecia com barba!

Brent Hinds, vocalista e guitarrista da banda Mastodon, tem uma participação especial durante a cena em que o trem com soldados americanos é atacado.

Hinds está usando um uniforme do exercito estadunidense e pode ser visto entre outros soldados.

O diretor do filme, Jimmy Hayward, também convidou a banda para escrever e interpretar a trilha sonora de Jonah Hex!