Se você não está familiarizado com a coisa toda, a Muralha é o paredão de gelo no Norte de Westeros que corta o continente de uma ponta a outra, indo da Baía das Focas, no Leste, até a cadeia montanhosa das Presas de Gelo, à Oeste. Ela não é reta em seu topo, então seu tamanho varia entre os 200m, enquanto ela atravessa mais de 500km de comprimento, separando Westeros das Terras de Inverno.

Sua composição não é exatamente certa, mas pode-se concluir que existe, além de gelo sólido, terra e rocha. Ela pode ser vista a quilômetros de distância por conta de seu tamanho.

Ela é tida como uma das Nove Maravilhas feitas pelo homem nos livros e briga com o Farol da Cidadela sobre ser o maior monumento de Westeros em altura.

Obviamente, nem sempre a Muralha esteve ali. Muito antes dela, as Crianças da Floresta, os gigantes, os Primeiros Homens e o que quer que seja que exista de mais além da Muralha no tempo corrente, viviam por toda Westeros. Porém, viviam em guerra. É então que surgem os Outros e a Longa Noite, que mergulhou todo o mundo em uma escuridão extrema por vários anos.

A Muralha foi construída depois que os Primeiros Homens e as Crianças da Floresta se uniram para derrotar os Outros, na chamada “Batalha pela Aurora”, mais de 8 mil anos antes dos eventos de Game of Thrones. Seja pela intervenção do Último Herói, do Azor Ahai ou algo do tipo, a Longa Noite foi extinta, os Caminhantes Brancos recuaram para as Terras de Sempre Inverno e a Muralha foi feita.

Arte: Tomasz Jedruszek

As lendas creditam, então, que quem levantou a Muralha foi o lendário Brandon, o Construtor. Ele seria também o fundador da Patrulha da Noite, ancestral Stark e teria feito outras construções icônicas em Westeros, como Winterfell e o castelo de Ponta Tempestade.

Porém, com uma história tão incrível assim - e pela magnitude da Muralha - muitos acreditam que Brandon é apenas uma lenda, ou aquele que começou o projeto e, ao longo dos anos, por conta de sua fama crescente, várias construções grandiosas foram creditadas a ele por falta de registro.

Arte: Feliche

Isso fica um tanto implícito desde o começo, mas algumas vezes já foi citado que a Muralha possui magia em sua estrutura, o que impede que os seres do extremo Norte de passar por ela.

Faz todo sentido, afinal, a Batalha pela Aurora foi travada pelos Primeiros Homens e as Crianças da Floresta, com a Muralha sendo erguida logo em seguida.

Assim como as Crianças ofertavam, tempos depois, Vidro de Dragão para a Patrulha da Noite combater os Caminhantes Brancos, é meio que natural que elas tenham usado sua magia na construção da Muralha.

Enfim, a Patrulha da Noite, desde o fim da Batalha pela Aurora, foi designada para a proteção da Muralha e como o escudo de Westeros contra os Caminhantes Brancos e os perigos das Terras de Inverno.

No entanto, com o passar do tempo e o desaparecimento dos Outros e da “magia” em si, a Patrulha acabou sendo vista como um serviço inútil ao povo de Westeros, combatendo apenas o avanço dos Selvagens.

Quem conhece apenas Castelo Negro e, agora, Atalaialeste-do-Mar da série pode ficar espantado, mas a Muralha comporta em sua base 19 castelos da Patrulha da Noite. Exatamente, dezenove.

Mas, na história corrente, apenas três deles são ocupados: Castelo Negro, o forte central da Patrulha, Atalaialeste-do-Mar, no extremo Leste, na Baía das Focas e a Torre Sombria, bem ao Oeste da Muralha, o castelo onde o Mance Rayder serviu antes de abandonar a Patrulha.

Como foi apresentado na série, Atalaialeste-do-Mar é o castelo no extremo Oeste da Muralha, que fica localizado na Baía das Focas. Esse é um ponto de extrema importância para ser mantido pela Patrulha, quando é uma das “fraquezas” da Muralha, pelo menos para os vivos.

Em Atalaialeste houve relatos de pescadores terem visto Caminhantes Brancos já no primeiro livro d’As Crônicas. É um ponto de interceptação tanto de Selvagens tentando atravessar a Muralha pelo mar, quanto de mercadores de escravo tentando ir para o Norte caçar o Povo Livre.

Arte: Ted Nasmith

Vejam bem: a Muralha é uma ótima proteção, mas ela realmente precisa ter algo mágico, ou os Caminhantes Brancos já a teriam atravessado de alguma forma. Os Selvagens possuem vários métodos para burlar o muro de gelo e pular para Westeros sem ter que passar pelos túneis da Patrulha.

Como vimos na série, eles podem escalar a Muralha em pontos estratégicos, afinal, apenas 3 castelos dos 19 da Patrulha estão ocupados. Também, eles usam a Baía das Focas para atravessar para Westeros pelo mar, tentando escapar da vigia de Atalaialeste.

Com o tempo, a Muralha acabou perdendo sua importância, assim como a Patrulha, para o resto de Westeros. Ninguém no Sul acreditava mais no perigo dos Outros - na verdade, os Caminhantes Brancos tornaram-se lendas apenas.

Assim, a Muralha começou a ser vista só como uma barreira de proteção contra os Selvagens, uma ameaça humana, simples de lidar com o poder militar esmagador das grandes Casas.

Por fim, como a Muralha pode cair? É de praxe: se existe algo dessa magnitude em uma história, que serve de proteção contra o grande “inimigo final”, uma hora essa barreira será derrubada para o avanço da narrativa.

Nos livros, corre a lenda do Berrante de Inverno, ou “Berrante de Joramun”, um berrante que o primeiro Rei-Pra-Lá-Da-Muralha possuía que era capaz de “acordar os gigantes da terra” e, em tese” derrubar a construção de gelo se soprado. Na série, o berrante até foi sugerido no começo da trama, mas foi deixado no meio do caminho.

Agora, na reta final, o Rei da Noite ganhou uma nova arma que deve servir para derrubar ou abrir um buraco na Muralha. Como ela está coberta por magia, só outro ser com uma força mágica tão forte quanto para combater, certo? Assim surge o Viserion zumbi, dragão de gelo.

Os dragões de GoT são essencialmente mágicos, então é quase 100% de certeza que ele seja usado para abrir caminho para os Caminhantes Brancos em direção ao Sul.