Remo João Lupin é o único filho de Lyall e Hope Lupin. Lyall era um renomado expert em criaturas mágicas espirituais, como poltergeists e bichos-papões e tinha uma opinião bem retrógrada no que diz respeito aos direitos de lobisomens, que ele considerava menos que humanos.

Lyall conheceu Hope devido a um problema que ela teve com um bicho-papão e os dois logo se casaram em 1959, tendo Remo em 1960. Nessa época, a ascensão de Voldemort no mundo bruxo estava começando e o vilão estava recrutando criaturas mágicas para o seu lado da guerra, que viria a estourar cerca de uma década e meia depois

Lyall era um homem justo, mas cometeu um erro do qual teve de se arrepender para o resto da vida: certa vez, após a morte de duas crianças trouxas, o lobisomem Fenrir Greyback foi trazido ao Ministério da Magia para um interrogatório. Durante a sessão, Lyall fez questão de dizer que ele merecia a morte.

Sedento por vingança, Greyback conseguiu ser liberado e foi atrás de Lyall. Para se vingar do rapaz, entrou no quarto de Remo quando ele tinha apenas cinco anos e o atacou, antes de ser violentamente expulso por Lyall e Hope. Mas o estrago estava feito: Remo Lupin havia se tornado um lobisomem.

Apesar de todas as preocupações, Remo foi criado como uma criança normal, embora tivesse que aprender desde cedo a lidar com sua condição. Aos onze anos, ele foi convidado a ingressar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde se afeiçoou bastante a Alvo Dumbledore, que já era Diretor da instituição.

Para assegurar a segurança dos alunos - e do próprio Remo -, Dumbledore fez com que Lupin pudesse usar um esconderijo nas noites de lua cheia. E para acobertar o local, plantou o violento Salgueiro Lutador na entrada, de modo que apenas Remo - e posteriormente, seus amigos - sabiam como chegar ao lugar.

Durante seu período em Hogwarts, Remo foi selecionado para a Grifinória, onde se tornou melhor amigo de Pedro Pettigrew, Sirius Black e Tiago Potter. Os quatro formaram um grupo conhecido como Marotos e eles eram responsáveis por causar confusão na escola (embora Remo sempre tenha sido educado e mais formal, chegando a receber o título de Monitor.)

Com o passar dos anos, Pedro, Tiago e Sirius descobriram sobre a licantropia de Remo e, em vez de fugirem, se uniram ainda mais. Os três conseguiram se transformar em animagos - bruxos que se transformam em animais - para poderem acompanhar Remo nas noites em que ele estava transformado em lobisomem, uma vez que ele não atacava animais.

Com Severo Snape, sua relação foi bem diferente. Ele nunca nutriu um ódio pessoal pelo bruxo, ao contrário de Sirius e Tiago. Contudo, ele nunca se impôs para impedir seus amigos de atacarem o bruxo. Certa vez, Sirius pregou uma peça em Snape que faria com que ele encontrasse Lupin em noite de lua cheia, colocando em risco sua vida.

Anos depois, eles nutriram um elo bem formal, principalmente quando Remo voltou para ensinar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Apesar de desconfiar dele, Snape o tratava de igual para igual e sempre preparava poções para que suas noites de lua cheia não fossem tão ruins.

Um dos relacionamentos mais importantes cultivados nos últimos livros de Harry Potter é o que floresce entre Remo Lupin e Ninfadora Tonks. Inicialmente, o bruxo rejeita a feiticeira por achá-la nova demais e por não querer que ela se envolva com um lobisomem. Eventualmente, os dois começariam um namoro e teriam um filho, chamado Ted Lupin.

Contudo, o casal teve um fim trágico: durante a Batalha de Hogwarts, em 1998, os dois acabaram morrendo em combate e seus corpos foram colocados um ao lado do outro no Grande Salão. Ted permaneceu vivo e Harry foi chamado para ser seu padrinho.

Uma das cenas mais intensas de As Relíquias da Morte, que foi retirada da adaptação cinematográfica, acontece quando Remo vai procurar o trio no Largo Grimmauld, pouco depois da queda do Ministério da Magia. Ele diz que deixou Tonks grávida para trás e que estaria disposto a fugir com Harry em sua missão para deter Voldemort.

Harry, por sua vez, se volta contra ele e diz que ele é um covarde por fugir de sua família. Os dois acabam tendo uma briga muito violenta e, ao fim, Remo foge novamente. Posteriormente, os dois se reencontram e Lupin não mostra nenhum traço de rancor e, em vez disso, pede que Harry seja padrinho de seu filho.

J.K. Rowling costuma brincar bastante com as palavras, principalmente na formulação de nomes de seus personagens. Remo é um dos irmãos da clássica lenda da fundação de Roma. Na história mítica, Remo e Rômulo (que depois seria um apelido usado pelo personagem no último livro da saga) são dois irmãos que se perdem e são alimentados por uma loba.

Lupin, por sua vez, é similar a lupino, que é referente a lobos. Nos dois nomes, a autora faz referência à licantropia do personagem, dando pistas para que o leitor descobrissem o mistério por trás de suas ausências em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban.

O comportamento e algumas atitudes de Lupin, ao longo da série, são bem similares às de lobos, o que prova uma mudança em sua personalidade devido ao fato dele se tornar um lobisomem. Para início de conversa, ele é um "lobo solitário" ao longo da saga.

Durante o desenrolar da série, ele mostra intensa preocupação pelos bruxos mais novos, algo que pode ser visto da mesma forma pelo cuidado que os lobos tem com os filhotes em alcateias. Curiosamente, seu amor por chocolate é bem visível na saga, ainda que o alimento seja venenoso para cachorros e lobos.

Para J.K. Rowling, a importância de dar a Lupin um plano de fundo referente à licantropia ajudou a criar uma relevante metáfora dentro da saga. Segundo a autora, a vivência social que o personagem tem sendo um lobisomem é uma alegoria para a vida de pessoas afetadas com o HIV ou a AIDS.

Muito pode ser notado na forma como Remo e outros lobisomens sofrem preconceito por parte da sociedade e, por conta disso, lutam para conseguirem empregos dignos e têm de esconder suas condições do restante do mundo. Outros fatos consideráveis são a preocupação em ter filhos e a forma como a "doença" é passada de forma "contagiosa".