Os Homens Sem Rosto são uma facção de assassinos profissionais do mundo d’As Crônicas de Gelo e Fogo. Eles são citados por vários personagens durante a história, mas a trama do grupo e da Casa do Preto e do Branco, sede da facção, é explorada no arco da Arya Stark, que entra em um treinamento para se tornar uma das “Ninguém”.

A ideia de se transformar em um Homem Sem Rosto é a de eliminar qualquer traço de personalidade, história, títulos e posses e se entregar ao trabalho como servo do Deus de Muitas Faces, o Deus da Morte. Se livrar da própria personalidade é um ponto fundamental, quando os Homens Sem Rosto são treinados para mentir e se passar por qualquer pessoa, por isso a necessidade de se tornar “Ninguém”, tão aplicada durante a história da Arya.

Os primeiros Homens Sem Rosto eram escravos das minas de Valiria, de onde saíram também os fundadores de Braavos. A história conta que um dia, um escravo desconhecido foi o primeiro Homem Sem Rosto.

Ele escutou as orações dos escravos para vários deuses e chegou à conclusão que todos eles cultuavam o mesmo deus “com cem faces diferentes”, e que ele seria um instrumento desse deus. Isso o levou a dar o “presente” do Deus de Muitas Faces para o escravo mais desesperado. Então, o primeiro Homem Sem Rosto teria partido para levar o “presente” para os mestres.

Um ponto importante para entender a história dos Homens Sem Rosto é conhecer Braavos. Braavos é uma cidade livre que fica no topo da Baía de Essos, onde fica o Grande Banco de Braavos, que a coroa de Westeros já fez inúmeras dívidas, dito que consegue erguer e derrubar poderes ao redor do mundo.

A cidade foi fundada por ex-escravos das minas de Valiria depois do cataclisma que destruiu o Império. Por conta da numerosa quantidade de religiões e culturas, Braavos não tem uma religião ou cultura oficial, possuindo templos para todas os cultos e sua população é extremamente diversa. É dito que Braavos é uma das, senão a cidade mais rica do mundo.

Assim, a Casa do Preto e do Branco existe em Braavos como a sede do culto ao Deus de Muitas Faces e dos Homens Sem Rosto, que além de assassinos profissionais, tem o dever de servir à sociedade.

Um lema, que também serve de cumprimento entre os Homens Sem Rosto é “Valar Morghulis”, vindo do alto-valiriano, que significa “Todos os homens devem morrer”. Esse é um dos pilares dos Homens Sem Rosto, servir à morte. Se o Deus de Muitas Faces pede um nome, o nome tem que ser dado a ele.

Dentro da Casa do Preto e do Branco existe um poço, como mostrado na série, com um líquido que concede o “presente” do Deus de Muitas Faces: uma morte indolor e pacífica, dada aos membros da comunidade que pedem e aos servidores do Deus.

Quando é dito “Valar Morghulis”, a resposta esperada é “Valar Dohaeris”, a outra metade dos Homens Sem Rosto. Também vindo do alto-valiriano, a expressão significa “Todos os homens devem servir”, mostrando a segunda base da instituição.

Além de assassinos, os Homens Sem Rosto servem à comunidade, principalmente quando se trata da morte. Preparar corpos e dar uma morte pacífica a quem pede ou precisa. Ainda, parte do treinamento de se tornar “Ninguém” é tornar-se um membro comum da comunidade.

Mas o principal para compreender os Homens Sem Rosto é entender o Deus de Muitas Faces. Na verdade, quando se fala Deus de Muitas Faces, a história se refere ao Deus da Morte; A Casa do Preto e do Branco cultua todos os Deuses da Morte de outras religiões como se fossem o mesmo.

Dentro da Casa existem estátuas de todos esses Deuses, desde uma representando uma Árvore-Coração, para os Deuses Antigos, um coração em chamas para o R’hllor, que também é deus da morte, ou uma estátua do Estranho, a morte da Fé dos Sete.

Assim, os Homens Sem Rosto cultuam a Morte, em todas as suas facetas, e ela, por sua vez, lhes concede a técnica de recolher e trocar de faces, tornando-os os assassinos perfeitos. O “presente” do Deus de Muitas Faces é uma morte pacífica e, quando ele pede um nome, uma vida tem que ser dada. Por isso, também, eles são responsáveis por cuidar dos mortos, como as Irmãs Silenciosas da Fé dos Sete.

A sede dos Homens Sem Rosto é a Casa do Preto e do Branco, situada em Braavos. Ali se abrigam os servos do Deus de Muitas Faces, que se vestem com túnicas pretas ou brancas, e as estátuas de todos os Deuses da Morte estão expostas para culto.

Nela também estão os rostos recolhidos pelos assassinos, para serem utilizados como disfarce, mas não exatamente como é mostrado na série. Nos livros, conhecemos a Casa pela visão da Arya e não temos acesso a todos os seus segredos.

E sobre os membros dos Homens Sem Rosto, eles são “Ninguém”. Nenhum nome é dado para eles, e nos livros são mostrados mais assassinos que na série, que explorou apenas a dinâmica entre a Arya e a “Garota Abandonada” e o “Homem Gentil”/Jaqen.

Como eles não possuem nomes, a Arya os reconhece por características; o Jaqen da série seria o “Homem Gentil”, assim como a garota é a “waif”, ou “Garota Abandonada”. A dinâmica da Casa no livro é bem diferente da série, quando não existe essa ideia de antagonismo da Waif para a Arya, porque os membros não podem se ligar a emoções como raiva ou competição. Eles são ninguém.

Os Homens Sem Rosto contam com muito mais que suas trocas de rosto. Acredita-se que eles possuam um treinamento de combate extenso, além de conhecimentos sobre venenos, anatomia, assassinato furtivo e, em algum ponto, magia. Não é muito bem explicado como funciona a troca de rostos ou toda a ideia de conservação. A teoria é de que seja um tipo de ilusão, assim como a mostrada pela Melissandre na sexta temporada.

A especialidade da facção é com assassinatos silenciosos, que parecem acidentes. É dito que contratar um Homem Sem Rosto é tão caro quanto chamar dois exércitos de mercenários. E os preços de suas mortes variam de acordo com o alvo. Foi colocada a ideia, nos primeiros momentos da história, de mandar Homens Sem Rosto atrás da Daenerys, pelo Rei Robert, mas a ideia foi vetada. Muitos acreditam que Baelon Greyjoy, que caiu da ponte, na verdade foi morto por um dos assassinos.

Não esquecendo: Uma das leis dos Homens Sem Rosto é não matar conhecidos, para não alimentar qualquer tipo de personalidade.

Por fim, o aprofundamento na história dos assassinos é feito pela visão da Arya, quando ela entra no treinamento para tornar-se um Homem Sem Rosto. O treinamento, nos livros, é muito mais extenso e complicado, colocando Arya para identificar venenos, conviver com a comunidade, limpar e preparar corpos, além de seu treinamento com combate e sua época cega. Nos livros, a saga da Casa do Preto e do Branco não acabou e, ainda, “a garota não tem nome”.