Antes de ser a semi-divindade de pele azul, o Doutor Manhattan era o Dr. Jon Osterman, um grande físico, filho de um relojoeiro. Em 1959, Osterman estava trabalhando em um projeto quando se envolveu em um acidente no laboratório, ficando preso dentro de um separador de átomos momentos antes do aparelho ser ligado. Jon foi completamente desintegrado, pelo menos no sentido físico da coisa.

Depois do acidente, Osterman conseguiu reconstruir seu corpo, em etapas. Em um primeiro momento, ele se manifestou como apenas um sistema circulatório; dias depois, a criatura ganhou alguns músculos e um esqueleto. Por fim, Jon se transformou no ser de pele azul brilhante, que logo foi chamado de Doutor Manhattan.

Por conta de seus poderes estarem além da própria imaginação humana, Manhattan foi usado como uma arma e como instrumento de propaganda pelo governo estadunidense. Ele ganhou o nome, muito popularesco, e seu símbolo.

O personagem foi criado por Alan Moore e Dave Gibbons.

O Doutor Manhattan é o único personagem em Watchmen que realmente possui poderes sobrehumanos. Sua maestria sobre a matéria e a energia são extremos, o colocando em total controle sobre seu corpo e sua projeção de poder.

Ele tem uma forma única de percepção de tempo, conseguindo observar o todo, presente, passado, futuro e todas as suas possibilidades, o que causou uma desumanização do personagem, gerando um tom de apatia e niilismo crescente em sua personalidade. Por não compreender o tempo como um humano, ele se viu preso em padrões, predeterminações e sequências inescapáveis.

Categorizando melhor os poderes: Manhattan pode alterar seu tamanho e massa; tem uma força em níveis absurdos; consegue se teleportar e teleportar outras pessoas a distâncias realmente grandes, como o caso de Marte em Watchmen; possui controle sobre manipulação de matéria/manipulação atômica, podendo criar, em tese, até mesmo vida, quando consegue criar água e energia; consegue criar cópias de si mesmo; é inatingível; possui uma percepção de tempo única; não envelhece; não necessita de mantimentos fisiológicos; possui telecinese; tem o poder de desintegrar alvos. Pouca coisa? Na verdade, a extensão total dos poderes dele são desconhecidas, então ficamos por aqui.

Janey Slater é o primeiro amor de Osterman na história, sendo sua colega de trabalho e par romântico no momento do acidente. Ela continuou ao lado do Doutor Manhattan até o herói se interessar e se envolver com Laurie Juspeczyk, a Espectral II.

Slater também é uma peça fundamental do plano de Ozymandias, quando é uma das afetadas pelo câncer que teria sido causado pelo contato extensivo com Manhattan.

Em seus primeiros anos como Doutor Manhattan e ferramenta do governo americano, a capacidade do herói de produzir qualquer elemento químico foi utilizada na criação de lítio para uma produção em massa de baterias de poliacetileno.

O objetivo era a fabricação de automóveis elétricos, que se tornaram a norma em 1963, apenas 4 anos de Doutor Manhattan.

O segundo interesse amoroso do herói foi com Laurie Juspeczyk, a Espectral II, com quem teve um caso depois de conhece-la no encontro dos Crimebusters.

Juspeczyk trazia um sentido mais humano ao Doutor Manhattan e ficou ao seu lado depois da Lei Keene ser aprovada, abandonando sua carreira como heroína por estar insatisfeita com o rumo que havia tomado, tornando-se companheira do Manhattan em seus afazeres com o governo.

Em 1971, o presidente Nixon teria pedido pessoalmente ao Doutor Manhattan que intervisse na Guerra do Vietnã. Na batalha, Manhattan encontrou Edward Blake, o Comediante. Pouco tempo depois da entrada dos vigilantes na luta, a Guerra foi vencida pelos americanos.

Enfim, chegamos à proposta do Senador Keene, que tornava o vigilantismo ilegal. Para toda lei, existe uma exceção; no caso duas, com o Doutor Manhattan e o Comediante sendo mantidos pelo governo. Principalmente o primeiro, quando era uma das maiores ferramentas americanas, não apenas no quesito segurança/militar.

Nesse momento, Laurie abandona o manto da Espectral II e se junta ao Doutor Manhattan, enquanto o Rorschach torna-se um fora da lei.

Durante Watchmen, o Doutor Manhattan é mostrado como um ser de nível de consciência extremamente elevado, por conta de seus poderes e de sua percepção temporal. Ele pode ver passado, presente, futuro e suas ramificações como um todo, sendo um ser atemporal. Por não conseguir intervir no tempo e seus desdobramentos, considerando a ordem das coisas como uma predeterminação, ainda que Laurie estivesse servindo como seu lado humano, o Doutor Manhattan foi tornando-se cada vez mais vazio e apático.

O personagem é construído para uma grande crise existencial, quando ele tira um tempo para si em Marte, depois dos eventos na entrevista para a TV. Durante seu exílio, ele explora seus poderes no planeta estranho, até que busca Laurie, ainda seguindo uma ideia predeterminada de tempo, quando volta a compreender um pouco a capacidade humana.

Originalmente, a trama de Watchmen tinha sido planejada visando os heróis da DC Comics, tanto que os personagens originais, criados para a história, carregam várias referências aos super-heróis DC.

No caso do Doutor Manhattan, ele tem uma grande inspiração no Capitão Átomo, em seus poderes e em sua aparência, ainda que possua semelhanças com o Superman e o Caçador de Marte.

E a saga do Doutor Manhattan não terminou em Watchmen. Com o novo projeto editorial instaurado, o Rebirth, a DC pretende alinhar o mundo de Watchmen ao seu universo regular, colocando Manhattan como responsável pelos Novos 52!

A ideia é que “uma força” teria roubado dez anos da história dos heróis, o que gerou toda a era Novos 52. A tal força seria o Doutor Manhattan e tudo isso teria ligação com a história de Before Watchmen: Dr. Manhattan #4. Ele teria criado o Universo dos Novos 52, ainda que a ideia do Ponto de Ignição continue sendo importante para o caso.

Segundo Geoff Johns, Manhattan é fundamental para a história por conta da nova trama tratar de um conflito entre otimismo e pessimismo, com Manhattan sendo um ser capaz de olhar esses dois sentimentos de fora, além de ter a capacidade de afetá-los.

O símbolo no meio da testa do Doutor Manhattan é o elemento hidrogênio. No entanto, há uma brincadeira visual, visto que o símbolo em sua localização específica lembra também o terceiro olho - que enxerga da ilusão dos cinco sentidos.