Os Targaryen possuem um visual bem característico, quando tem, pelo menos enquanto a linhagem permanece “pura”, ou próxima disso, o cabelo loiro embranquecido e os olhos violeta. A família não é tradicional de Westeros, eles vem do Império Valyriano, pouco antes do cataclisma que destruiu o local. O estandarte adotado pela família mostra um dragão vermelho de três cabeças, que simboliza os três conquistadores, Aegon, Visenya e Rhaenys. A família é extremamente importante para o contexto de quando a história de As Crônicas de Gelo e Fogo começam, ainda que, na época, apenas 3 Targaryens “oficiais” estivessem vivos: Viserys, Daenerys e o Mestre Aemon, da Patrulha da Noite. Por fim, as palavras da casa são “Fire and Blood” (Fogo e Sangue).

Uma das principais características da casa é que, após a queda de Valyria, eles se tornaram os únicos portadores de dragões do Mundo Conhecido. A maior arma dos três irmão ao conquistar Westeros foi seu domínio sob os dragões. Porém, conforme os anos foram se passando e, principalmente, depois da guerra entre os membros da família, chamada “Dança dos Dragões”, os seres foram extintos, pelo menos dessa região do planeta, até a chegada da Daenerys e seus três “filhos”.

Os Targaryen são originais de Valyria e, por mais que em Westeros seu domínio sob os dragões tenha feito grande diferença, a prática no Império, que dominava parte da baía de Essos, era um tanto quanto comum, com 40 famílias capazes de domar dragões, e os Targaryen não estavam nem perto de serem os mais poderosos deles. Tudo muda quando a jovem Daenys, a Sonhadora, tem uma visão, em um de seus sonhos, de que Valyria seria destruída. A família, então, a ouve e se muda para Westeros. Doze anos depois, o Império Valyriano é consumido por um gigantesco cataclisma e os Targaryen tornam-se a última família com domínio sob dragões, agora em Westeros.

Em sua mudança para Westeros, os Targaryen ficaram, até antes da Conquista, nas ilhas de Pedra do Dragão, que serviam como extensão do Império Valyriano nos territórios ocidentais. A família permaneceu ali por cerca de 100 anos, sem se envolver muito com a política do continente, até que chegou a hora de Aegon agir.

O grande ponto de virada de Westeros, que no momento era dividida em vários reinos, sem uma centralização, foi quando Aegon, depois de muito planejar e encontrar uma desculpa em uma afronta feita por um dos lordes do continente, decidiu conquistar os Sete Reinos. Ele e suas esposas-irmãs, Rhaenys e Visenya, com a ajuda de uma pequena tropa, partiram então para a tomada do continente, contando, claro, com seus três dragões. A primeira parada de Aegon em Westeros é conhecida como King’s Landing, “Pouso do Rei”, onde ele montou um pequeno forte, que logo seria transformado em Porto Real. Porém, Aegon não foi extremamente ditador. Ele manteria títulos, terras e não faria nenhum mal para quem não se opusesse à sua centralização de poder. Foi o que aconteceu no caso da família Stark, com Torrhen Stark se ajoelhando perante o novo rei. Outras famílias se rebelaram e sofreram baixas extremas, como os Lannisters, ou foram completamente extintas, como os Gardeners, que eram os reis da Campina, que logo foi tomada pela família Tyrell. Os únicos problemas enfrentados pelos Conquistadores viram de Dorne e das Ilhas de Ferro que, no fim, acabaram não se juntando ao novo governo totalmente.

Um dos grandes problemas que a família Targaryen enfrentou durante seu reinado foi com a Fé dos Sete e a Fé Militante. Ao ser coroado Rei de Westeros, Aegon se converteu à Fé, porém, suas tradições e costumes vindos de Valyria contradiziam muitos dos preceitos da religião, como o casamento entre irmãos e familiares para manter a pureza da família. A guerra entre a Fé Militante e os Targaryen foi se perdendo com o tempo, quando a família se adaptava cada vez mais aos costumes da região, até que temos Jaehaerys I, que conseguiu um certo acordo com a religião, e, anos depois, Baelor, o Abençoado, que contribuiu muito com a Fé, construindo o Grande Septo de Baelor, forjando a paz com Dorne. Baelor foi querido por sua humildade e gestos, para dizer o mínimo, extremos no quesito pacifista, para buscar a harmonia no reino. Ele morreu de inanição depois de jejuar por muito tempo.

As histórias dizem que o sangue Targaryen é amaldiçoado e que, quando um bebê da família nasce, basta jogar uma moeda no ar para descobrir se ele terá o gene da loucura ou não. Isso é atribuído também aos incontáveis casos de casamento entre irmãos e familiares muitos próximos, que podem ter deixado sequelas genéticas para as próximas gerações. É daí que temos Maegor, O Cruel, terceiro rei na linha de sucessão, ou o famoso caso do Rei Aerys II. Isso também levanta dúvidas sobre o caráter e a construção da Daenerys, quando muitos acreditam que a Mãe dos Dragões está se encaminhando para a jornada da Rainha Louca.

Algo que abalou profundamente as bases da família foi a guerra civil entre os membros da própria por conta da linha de sucessão extremamente confusa para o reino. A Casa já possuía vários problemas internos, com a Fé dos Sete e sua briga com as famílias de “bastardos” dos Targaryen, até que houve a briga pelo trono entre Rhaenyra e Aegon II. O Rei vigente da época, Viserys I, colocou Rhaenyra como sua herdeira, mesmo que a sucessão, seguindo a ordem, iria para Aegon II, filho de um segundo casamento do rei. O resultado da guerra foi uma dizimação das últimas forças dracônicas da família, até que Rhaenyra foi devorada pelo Sunfyre, dragão de Aegon II, enquanto seu filho, Aegon III, assistia. Ao mesmo passo que Aegon II foi gravemente ferido e também acabou morto. Aegon III, filho de Rhaenyra, tomou o trono no fim e, então, o último dragão morreu. Isso enfraqueceu terrivelmente a família nos Sete Reinos.

Por fim, dando um grande salto temporal, temos o filho de Jaehaerys II e, por mais que, a primeiro momento não tenha parecido, o lado errado da moeda caiu para Aerys II. O reinado ia bem, com Tywin Lannister como sua Mão do Rei, até que Aerys foi sequestrado, em uma tentativa de revolta, pela Casa Darklyn. Desde então, o rei embarcou na insanidade, tornando-se obcecado por chamas e fogo-vivo, trancafiado em seu castelo, ajudado em seu caminho pelo Lorde Varys, que servia como seus olhos no mundo. O fim dessa história, todos já conhecem, com Aerys, enlouquecido, querendo explodir a cidade com fogo-vivo espalhado por todo o subsolo, o herdeiro do Rei, Rhaegar, morto em batalha contra Robert Baratheon, Porto Real saqueada pelos Lannisters, Rainha Rhaella em fuga para a Pedra do Dragão, já com Viserys, onde daria a luz à Daenerys, e os outros Targaryen mortos, o Rei pelas mãos de Jaime Lannister, que se torna conhecido como Regicida, e Elia e seus dois filhos são mortos pelo Montanha.

Depois dos eventos com o Rei Louco, muito pouco restou da família Lannister a não ser a lenda e a promessa de volta dos herdeiros para retomar o trono do “usurpador”. Daenerys e Viserys fugiram, com a ajuda do Lorde Varys, e ficaram vagando pela costa de Essos até o começo da história. Após isso, temos a morte de Viserys e a ascenção incontrolável da Quebradora de Correntes em sua saga na baía de Essos. Aí, então, entramos nas teorias. Muitos acreditam que o jovem Aegon, filho de Rhaegar com Elia Martell, não morreu durante o saque, sendo salvo por Varys. Um personagem que existe nos livros e não na série é o “Jovem Grifo”, que se diz Aegon e está em busca de sua tia, Daenerys, para tentar um casamento e junção de forças para tomar Westeros novamente. Nada confirmado sobre o garoto, mas algumas especulações dizem que o verdadeiro Aegon está sob os cuidados de Dorne. Outra teoria de disseminação de sangue Targaryen é a de Jon Snow ser filho de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen, da época em que o príncipe sequestrou/fugiu com a moça, gerando o episódio da Torre da Alegria. Se houve um casamento secreto na época, Jon seria oficialmente um Targaryen e, seguindo a linha de sucessão, o herdeiro da dinastia.