A Mulher-Gato era inicialmente chamada de "A Gata" e apareceu pela primeira vez em Batman #1, em 1940. Na história, era ela uma misteriosa ladra de joias, que disfarçada de uma mulher idosa, cometia seus roubos. Ao final da edição, é revelado que ela era uma mulher jovem e atraente. Até então sem um nome de batismo, A Gata apareceu em algumas outras edições do Batman, sempre servindo como vilã ao mesmo tempo que como um interesse romântico do herói.

Na época que ficou conhecida como a Era de Ouro dos quadrinhos, ou a Terra-Dois do Universo da DC, uma década depois desde que fez sua primeira aparição, mais precisamente em Batman #62, é revelado que a Mulher-Gato é Selina Kyle, uma aeromoça que depois de ter sofrido um acidente de avião teve amnésia e se transformou numa ladra.

Por muitos anos essa passou a ser a origem da Mulher-Gato, até 1983, quando a própria personagem admite que inventou toda essa história, na edição de The Brave and the Bold #197. O que realmente aconteceu foi que, ao fugir de um relacionamento abusivo, Selina decidiu invadir o cofre particular do até então marido para recuperar suas joias, algo que ela fez tão bem, que passou a adotar essa prática na sua vida.

A origem da Mulher-Gato foi revisada em 1987 quando Frank Miller e David Mazzucchelli publicaram Batman: Year one, uma atualização dos quadrinhos do Homem-Morcego. Na HQ, Selina Kyle é uma prostituta que se torna uma dominadora das artes marciais para sobreviver e se afastar do seu cafetão e ex-namorado. Quando a mulher passa a atuar como ladra pelas ruas de Gotham, ela acaba cruzando com o Batman. Após um breve confronto, ela fica inspirada em usar um traje semelhante ao do herói e se torna enfim a Mulher-Gato.

A série solo da anti-heroína, lançada em 1989, expandiu a origem feita por Miller. Neste enredo, descobrimos que Selina Kyle teve uma infância trágica. Seus pais cometeram suicídio e Selina foi separada da sua irmã, Maggie, e levada para um Centro de Detenção Juvenil, uma casa abusiva destinada a meninas órfãs e delinquentes.

Eventualmente, ela escapou do local e quando tentou roubar um parque de diversões próximo, ela foi pega pelo dono, que ofereceu a ela uma vaga para participar do show. Lá, Selina aprendeu a arte do contorcionismo, ginástica, mágica e entre outros truques que foram fundamentais para sua atuação como Mulher-Gato no futuro.

Depois que o dono do parque morreu, Selina voltou às ruas de Gotham e passou a praticar pequenos furtos.

Publicada em 1996 e 1997, Batman: O Longo Dia das Bruxas trouxe à tona um pouco mais da ambiguidade moral da Mulher-Gato. Nela, Selina conhece Bruce Wayne numa festa da família mafiosa Falcone. Nem ela nem ele imaginam que uma vez eles já haviam se enfrentado debaixo de máscaras.

Não demora muito para que os dois se encontrem novamente como Batman e Mulher-Gato, com a melhor oferecendo sua ajuda para desvendar um misterioso caso de assassinato. Batman aceita com relutância.

Por fim, mesmo depois da Mulher-Gato ter ajudado Batman a enfrentar o Espantalho e Chapeleiro Maluco, ela acaba se juntando a algumas figuras vilanescas como Hera Venenosa e Duas Caras na hora de confrontar Falcone/O Romano. Isso faz Batman perguntar de que lado estava a lealdade da mulher, que responde que sua lealdade estava sempre com ela mesma.

A Mulher-Gato e Batman se cruzaram diversas outras vezes depois, tanto com suas identidades mascaradas tanto com suas identidades verdadeiras. E "entre tapas e beijos", os dois acabaram convivendo tempo o suficiente e ganhando a confiança um do outro para trabalharem juntos em alguns momentos.

Em determinado momento, a Mulher-Gato parecia estar completamente recuperada de seus dias de vilania, inclusive se sentindo completamente apaixonada por Batman. No entanto, não ficou claro se a reforma foi por sua própria vontade ou o resultado de uma lavagem mental por Zatanna.

Acreditando que o Batman está morto, a Mulher-Gato está fraca e meio perdida. Eventualmente ela é atacada por Boneblaster, um novo super-vilão que quer fazer seu nome matando grandes vigilantes. Selina é então salva por Hera Venenosa, que a leva para seu esconderijo, onde Arlequina também se escondia. Depois das três mulheres derrotarem Blaster, Selina guere que elas formem uma nova equipe.

Juntas, as três vilãs que ainda tem alguns desvios morais, acabam se envolvendo em atividades heroicas em suas aventuras.

Após a reformulação da DC com os Novos 52 em 2011, Selina Kyle ganhou uma nova versão no quadrinhos. Sua origem foi modificada, e descobrimos que Selina e seu irmão Aiden foram separados em diferentes lares adotivos depois que seu pai foi preso. Ela acabou na casa de um grupo onde uma mulher ensinou as crianças sob seus cuidados a roubar.

Anos depois, ela foi contratada na prefeitura e usou seus privilégios lá dentro para examinar sua própria pasta na esperança de encontrar seu irmão. Em vez disso, ela descobriu que sua identidade não era o que ela pensava que era, e quando estava prestes a descobrir a verdade, alguém a empurrou de um telhado para mantê-la longe da verdade. Selina sobreviveu, percebendo que devia ser alguém importante o suficiente para quererem morta. Meses depois, depois de decidir se tornar a Mulher-Gato, ela descobriu que seus arquivos foram apagados naquele meio tempo.

Quando Amanda Waller decidiu que precisava de uma nova equipe para atuar como um contrapeso à Liga da Justiça, Steve Trevor sugere que a Mulher-Gato deveria estar incluída nesse plano. Selina inicialmente se recusa, mas aceita a oferta depois que Trevor promete ajudá-la a localizar uma mulher que aparentemente está se passando por ela. Mais tarde, é revelado que a Mulher-Gato foi escolhida especificamente como uma fraqueza para o Batman, caso a equipe precisasse enfrentar a Liga da Justiça original.

Tal qual o Batman, a Mulher-Gato não tem super-poderes, e tal qual o Batman, isso não quer dizer que ela não seja muito poderosa. Suas habilidades são todas voltados para o seus reflexos, devido sua experiência com artes marciais.

Selina é uma lutadora perigosa, ágil, veloz e extremamente precisa. Além disso, sua astúcia e capacidade de ser furtiva a tornam uma excelente ladra e verdadeira especialista em roubos ousados. Ao longo de todos esses anos nos quadrinhos, a Mulher-Gato se provou também uma mestre dos disfarces, se passando por pessoas diferentes em vários momentos.

Várias adaptações de mídias relacionadas ao Batman levaram a Mulher-Gato para as telas. As atrizes Julie Newmar, Lee Meriwether e Eartha Kitt a interpretaram nas séries de televisão e filme do Batman na década de 60.

Uma das representações mais marcantes da personagem foi sem dúvida a de Michelle Pfeiffer, que viveu Selina Kyle em Batman: O Retorno, filme de 1992. Em 2004, veio a fatídica versão de Halle Berry que protagonizou o filme Mulher-Gato, um fracasso comercial e de crítica que assombra muitos fãs de quadrinho até hoje.

Anne Hathaway interpretou uma versão da personagem no grande sucesso de 2012, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Aqui, o codinome "Mulher-Gato" nunca é mencionado, a personagem usa apenas "Selina Kyle".

Na série Gotham, as atrizes Camren Bicondova e Lili Simmons vivem, respectivamente, uma versão mais jovem e uma versão mais velha da anti-heroína. No próximo filme do Homem-Morcego, The Batman, a atriz Zoë Kravitz dará vida a personagem. Seu lançamento é previsto para 2021.