10 Coisas que todo mundo entende errado sobre os X-Men no cinema!
10 Coisas que todo mundo entende errado sobre os X-Men no cinema!
Muitas pessoas têm sérios problemas e indagações com os X-Men no cinema. Existem dúvidas muito frequentes e perguntas sem repostas, mas o nosso trabalho é deixar vocês o mais por dentro possível, então, é hora de explicar algumas coisas sobre a versão cinematográfica dos mutantes!
A linha do tempo é uma bagunça
Sim, a linha do tempo é uma bagunça, não há como negar, mas ela não é essa coisa confusa que todo mundo pinta. Na verdade, pra um universo que não foi planejado, a história é bem costurada em seus principais acontecimentos e olha que existem duas realidades distintas.
Se você não consegue entender a linha do tempo dos filmes, eu expliquei ela nesta lista aqui, e tá tudo descrito nos mínimos detalhes.
X-Men: Primeira Classe era um reboot
X-Men: Primeira Classe foi originalmente planejado como um reboot para a franquia, mas o filme teve tantos problemas nos bastidores que quando o roteiro foi reescrito, a Fox exigiu que o longa fosse um prelúdio para a trilogia.
No entanto, isso acabou gerando muitos furos na história geral, e não houve tempo para se trabalhar nos erros que haviam sido cometidos. No fim, não restou alternativa pra Fox senão dar um jeito no universo dos mutantes.
Foi pra isso que X-Men: Dias de um Futuro Esquecido veio. O longa nada mais é que uma despedida digna para o elenco original, ao mesmo tempo que a viagem de Logan altera tudo que foi estabelecido nos filmes solo do Wolverine e na primeira trilogia.
Esse tipo de prática é chamada de soft-reboot, assim, partindo de um momento especifico, toda a história é apagada, mas os alicerces dos novos acontecimentos continuam os mesmos. Essa estratégia também foi utilizada no Star Trek de J.J. Abrams.
Nunca houve menção aos sentinelas
Desde o anuncio de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, os fãs têm se questionado sobre o motivo dos Sentinelas nunca terem sido mencionados ou referenciados - com exceção da cena na Sala de Perigo - nos outros filmes.
Acontece que em 1973, na cronologia original, Bolivar Trask foi assassinado pela Mística, ela foi capturada e o governo concluiu que havia a necessidade do Programa Sentinela ser aprovado. Com um contrato de defesa com a administração de Nixon, as Indústrias Trask começam a produção e o desenvolvimento do Sentinela Mark I. Só que o projeto nunca foi às ruas.
O cancelamento do Programa Sentinela aconteceu dois anos mais tarde, em 1975, quando Charles Xavier se apresentou perante a casa dos Representantes dos EUA, em uma sessão fechada, pedindo liberdade aos mutantes, incluindo integração e privacidade.
Mas, por baixo dos panos uma guerra estava apenas começando, com os experimentos das Industrias Trask com mutantes contribuindo para a criação de uma arma muito mais letal, os Nimrods, que seriam ativados cerca de 40 anos mais tarde.
Como o Trask mudou de etnia?
Ao longo da franquia, dois atores interpretaram pessoas com o sobrenome Trask. No entanto, isso não significa que eles foram o mesmo personagem. Bill Duke foi Trask em X-Men: O Confronto Final, e Peter Dinklage foi Bolivar Trask em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
A Fox foi muito feliz ao creditar Duke apenas como Trask, abrindo caminho para que Dinklage interpretasse o verdadeiro criador dos Sentinelas, Bolivar. Sendo assim, o Trask de X-Men: O Confronto Final é um parente distante do Bolivar Trask de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
Charles Xavier não poderia estar vivo
Em X-Men: O Confronto Final, o Professor X é desintegrado e aparentemente morto pela Fênix, voltando a aparecer somente durante a cena pós-créditos do filme, onde Charles transfere sua consciência para o corpo de um homem que estava em estado vegetativo.
Isso explica porque ele está vivo, mas não explica porque ele ainda possui a aparência de Patrick Stewart. Bem, nos extras do DVD de X-Men: O Confronto Final, um dos escritores do filme disse que o homem em estado vegetativo é um irmão gêmeo idêntico de Charles que teve morte cerebral.
Segundo o roteirista, eles criaram essa explicação para que Patrick pudesse voltar em X-Men 4. Mesmo que o filme nunca tenha acontecido, isso deu uma brecha para que a mesma explicação fosse usada para o retorno do ator em Dias de um Futuro Esquecido.
O Wolverine perdeu as garras
A cena pós-créditos de Wolverine: Imortal se passa dois anos depois dos acontecimentos retratados no filme. Yukio não está viajando com Logan, e as garras, depois de terem sido cortadas pelo Samurai de Prata, cresceram como osso.
No final da cena, ele é recrutado por Professor X e Magneto e o filme termina. Em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido Longan reaparece, mas desta vez com as garras de metal.
Honestamente, esse não é um problema da história. De acordo com Bryan Singer, "em algum momento entre o final de Wolverine: Imortal e o início de Dias de um Futuro Esquecido, o Wolverine tem o Adamantium religado às suas garras." O diretor complementa afirmando que "o Magneto foi quem recolocou o Adamantium com seu domínio sobre o metal".
Não dá pra entender os poderes da Lince Negra
No original em quadrinhos, foi a Lince Negra que voltou no tempo para alertar os mutantes do futuro fatídico que os esperava. No entanto, na versão cinematográfica de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido seria impossível que Kitty tivesse a mesma função, já que ele nem eram nascida nos anos 70.
Por motivos claros, para fechar a lacuna, quem assumiu esse papel foi o Wolverine, mas o Bryan Singer não deixou que Kitty fosse simplesmente colocada de lado. Para honrar a personagem, o diretor se utilizou de um recurso chamado "Mutação Secundária", que se trata de um novo poder que o mutante recebe tempos depois de descobrir seus poderes primários. Esta mutação pode desenvolver um poder já existente, ou conceder um poder novo e mais específico.
No filme, é revelado que Kitty Pryde desenvolveu habilidades adicionais durante os 17 anos que se passaram desde X-Men: O Confronto Final.
Enquanto Kitty normalmente poderia passar a si mesma e outros através de objetos sólidos, ela agora também é capaz de atravessar as barreiras do tempo, enviando as mentes das pessoas para seus corpos mais jovens.
O final de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido não faz sentido
"Ah, tá todo mundo feliz, a gente já sabe que vai terminar bem!"
Existem 40 anos de histórias não contadas entre X-Men: Apocalipse e o desfecho perfeito de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.
No entanto, isso não significa que as coisas vão terminar bem no final de X-Men: Apocalipse, só significa que determinados mutantes estarão vivos em 2023.
O legal não é saber como as coisas terminam, pra um universo dessa amplitude é quase irrelevante. São tantas histórias pra nós descobrirmos que saber quem fica vivo no final não estraga a experiência, só nos coloca no caminho certo.
A não ser que a franquia conte novamente com viagens no tempo, o futuro está determinado, e ele é feliz para os mutantes, coisa rara nos quadrinhos.
Um Universo Cinematográfico dos X-Men não tem como funcionar
Por si só, chamar o programa da Fox para com os filmes dos mutantes de Universo Cinematográfico dos X-Men já é um erro. Não por sua existência, é claro, mas porque a proposta não é essa.
Diferente da Marvel, que tem um modus operandi já conhecido e bem funcional, a Fox vai apenas expandir suas histórias através de filmes de personagens que funcionam bem sozinhos. A proposta não é fazer filmes que culminem em um grande evento, mas sim criar eventos centrais nos principais filmes dos X-Men, que gerem novos filmes.
Dessa maneira, as histórias de Wolverine, Gambit, Deadpool e seja lá quem mais aparecer, poderão ser mais independentes e contadas em qualquer lugar na linha do tempo, com a condição de que sempre respeite os acontecimentos centrais da mesma.
Devolve pra Marvel
Provavelmente você já teve ter visto alguém aí nos comentários levantar a bandeira de #FoxLixo ou #DevolvePraMarvel achando que é só pedir que acontece. Isso faz parte de um jogo muito maior e lucrativo, e a única forma de entender isso é voltando pra 1995.
Em meados dos anos 90 a Marvel passava por uma crise sem precedentes, e mostrava os mesmos sinais que outras editoras sofreram antes de decretar falência. Temendo encontrar o mesmo destino de suas concorrentes e com os índices de venda esmagados pela DC, a única saída da Casa das Ideias foi vender os direitos cinematográficos de seus personagens para outras empresas.
Capitão América, Hulk, X-Men, essas e muitas outras propriedades foram parar nas mãos de grandes estúdios e deram um alívio financeiro para a Marvel. Apesar disso, poucos filmes foram produzidos à partir desses acordos.
O negócio começou a fluir quando em 1998 a New Line levou o Blade para o cinema, mas não era o suficiente pra recuperar a esperança nos filmes baseados em quadrinhos, visto que os últimos filmes do Batman haviam transformado o "gênero" em um piada. No entanto, ainda era necessário que personagens mais famosos chegassem à telona.
X-Men: O Filme, de Bryan Singer, foi o impulso que faltava para colocar a Marvel de volta à ativa de uma vez por todas. O primeiro longa dos mutantes foi um sucesso de público e crítica, fazendo com que outros estúdios começassem a ver potencial na ideia. Um desses estúdios foi a Sony, que em 2002 nos trouxe o Homem-Aranha. Em 2003, o segundo X-Men estreou amplificando os feitos do primeiro filme, e é até hoje considerado uma das melhores adaptações de quadrinhos.
A Marvel só viria a iniciar a empreitada de produzir seus próprios filmes em 2006, com a criação da Marvel Studios e a consequente chegada do seu adorado Universo Cinematográfico.
Ame ou odeie, é inegável que os filmes dos X-Men são os grandes responsáveis pela maravilhosa era heroica que podemos presenciar nos cinemas, e os direitos desses personagem estão em posse da Fox. Talvez, só talvez, um pouco de reconhecimento, mente aberta e otimismo não faça mal.