10 coisas que queremos ver na série de TV de Watchmen!

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10 coisas que queremos ver na série de TV de Watchmen!

Por Gus Fiaux

Watchmen é, sem dúvida alguma, a graphic novel mais aclamada de todos os tempos. A HQ em doze edições de Alan Moore Dave Gibbons entrou para a história dos clássicos dos quadrinhos, graças a uma trama extremamente imersiva que fazia comentários políticos e sociais a respeito do papel dos super-heróis em meio ao mundo bipolar da Guerra Fria. 

A história já foi transcrita para os cinemas em 2009, em um filme de Zack Snyder. Contudo, agora teremos uma série televisiva na HBO, que irá adaptar novamente – e com mais profundidade – a história dos vigilantes e do Dr. Manhattan, enquanto todos investigam a misteriosa morte do Comediante. E aqui, relembramos dez coisas que gostaríamos de ver na série!

Créditos: Warner Bros. / DC Comics
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Uma abordagem narrativa diferenciada

Quando o filme de Zack Snyder foi lançado, dividiu opiniões da crítica. Por um lado, alguns elogiaram a fidelidade ao material original e o estilo visual do longa. Porém, por outro lado, muitos criticaram o fato de que o filme não passava de uma cópia dos painéis de Dave Gibbons e a estrutura havia sido toda "copiada" da escrita de Alan Moore.

De uma forma ou de outra, a série precisa encontrar mecanismos narrativos e estéticos que a diferenciem do filme e da graphic novel. Talvez, uma solução plausível seria adicionar mais conteúdo e até mesmo mudar alguns elementos da HQ, de modo que a nova história fosse original e conseguisse ter um impacto relevante tão grande quanto a obra gráfica.

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Personagens mais realistas

Aliás, para começar a se diferenciar do filme, a série poderia abraçar um conceito mais presente na graphic novel: a verossimilhança dos personagens. No longa de Snyder, todos os heróis possuem um grau elevado de super-força e reflexos avançados. E, embora isso crie cenas interessantes, tira um pouco do ar de realidade da trama.

A série poderia seguir os quadrinhos, onde, com exceção do Doutor Manhattan, que é um deus entre mortais, todos os outros personagens não possuem nenhum tipo de habilidade sobre-humana. Isso aumentaria o nível do drama da narrativa e ajudaria a estabelecer sequências de ação mais intensas e realistas.

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Conteúdo adicional de fora da saga

Por mais criticado que seja, o compêndio de minisséries Antes de Watchmen traz uma grande variedade de informações adicionais que ajudam a expandir o mundo de Watchmen. Aqui, temos detalhes sobre a extinta parceria entre Coruja e Rorschach, o passado de Ozymandias e a origem do Doutor Manhattan, entre outras.

Essas subtramas poderiam ser bem incorporadas à narrativa. Aliás, se a série tiver a intenção de existir por mais de uma temporada, uma boa ideia seria tornar essa primeira temporada um grande prelúdio para toda a história de Watchmen, adaptando primariamente conceitos de Antes de Watchmen.

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Os Contos do Cargueiro Negro

Porém, caso decida partir direto para a saga original, uma coisa não pode ficar de fora: Os Contos do Cargueiro Negro. Trata-se de uma narrativa metalinguística presente na história de Moore e Gibbons. É o quadrinho lido por um jovem na banca de revistas, que acaba dialogando com a história principal do arco.

Quando o filme foi lançado, uma animação baseada na história foi produzida também e lançada separadamente. No "Ultimate Cut" do filme, a animação é incorporada ao longa, mas por serem mídias diferentes, acaba causando um estranhamento. A série pode encontrar maneiras mais orgânicas de trazer essa "subtrama" para junto da narrativa central.

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Sem heróis e sem vilão

Uma das ideias mais geniais por trás de Watchmen é a fundamentação em uma moral muito ambíguo. Por mais que se vistam como heróis e combatam o crime, esses personagens estão longe de serem modelos de vida. O Comediante é um fascista estuprador. Rorschach tem diversos problemas psicológicos e é, de fato, louco. O Dr. Manhattan por vezes se prova frio e insensível. E o Coruja II é um grande exemplo de covardia.

E nem vamos mencionar Ozymandias, que apesar de ser o homem mais inteligente do mundo, arquiteta um plano desumano para salvar o planeta da extinção. O filme, por mais que tente, acaba pintando algumas figuras como vilões e outras como heróis. No caso da série, seria mais interessante brincar com essa ambiguidade ética dos vigilantes.

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Explorando ainda mais o mundo pessimista de Moore

Por mais que tivesse uma ambientação contemporânea na época de seu lançamento, a história de Dave Gibbons e Alan Moore trazia um mundo bem distinto da realidade, com uma pegada até mesmo distópica. Isso foi muito bem traduzido para o filme, e a série poderia dar um passo além na hora de conceber esse mundo.

Seria interessante ver as bases que construíram essa trama desde a década de 40, com a aparição dos Minutemen - mais sobre isso depois -, e a entrada dos personagens centrais anos depois. Queremos conhecer mais dos cenários e da vivência das ruas nessa Nova York desolada, e como os super-heróis são parte da decadência.

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Episódios focados em diferentes personagens

Nos últimos anos, as narrativas televisivas têm se aproveitado de tramas mais intimistas, focadas em diversos personagens. Séries como Lost, Orange is the New Black e até mesmo Game of Thrones já mostraram como é interessante e efetivo criar episódios focados em um único personagem, uma vez que isso desenvolve a trama ao mesmo tempo em que evolui os protagonistas de forma homogênea.

Em Watchmen, isso poderia ser genial. Caso cada episódio contasse a trama da história a partir do ponto de vista de um personagem específico, poderíamos conhecê-los melhor e entender suas motivações nesse universo, além de explorar mais suas funções e dramas pessoais.

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Os Minutemen

Uma trama bem interessante que o filme de Watchmen toca apenas tangencialmente é a história dos Minutemen, os primeiros vigilantes desse universo, que se juntaram para combater o crime na década de 40, e acabaram tendo fins trágicos. Seria muito interessante caso a série decidisse abordá-los com mais profundidade.

Uma ideia possível seria criar uma trama paralela no passado e outra no presente, ambas relacionadas com a mesma história, mas criando comparativos entre os diferentes heróis - especialmente Espectral e Espectral II ou Coruja e Coruja II. Além disso, vale mostrar os personagens que participam das duas equipes, como o Comediante, bem como seus vilões, tais quais o Moloch.

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A famigerada lula alienígena gigante

Se há uma única coisa que chateou até mesmo os fãs mais fervorosos da adaptação cinematográfica da graphic novel, isso sem dúvida alguma foi o final, onde Ozymandias acaba revelando seu plano para transformar o Doutor Manhattan em uma grande ameaça em comum para o mundo.

Nos quadrinhos, no entanto, ele se envolve com engenharia genética e cria, em laboratório, criaturas gigantes que se assemelham a lulas. Isso, posteriormente, é usado para dar indícios de uma invasão alienígena, que serviria para por fim à Guerra Fria. Como a série precisa trazer diferenças em relação ao filme, um bom caminho seria manter-se fiel ao material original.

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Ligações ou referências com o Universo DC!

E por fim, trazemos um item um tanto quanto polêmico. Se você tem acompanhado o Renascimento DC, deve saber que o grande plano da editora é integrar o universo de Watchmen à realidade padrão da DC, a partir da mega-saga Doomsday Clock, que passará a ser publicada no próximo mês nos Estados Unidos.

Os fãs ainda estão extremamente divididos com essa ideia. Enquanto uns acham ótimo, outros acham um verdadeiro desrespeito à obra de Moore. Em qualquer caso, seria interessante ver ao menos referências ao Universo DC, ainda que se passe em uma realidade à parte. Talvez fosse interessante mostrar que o Doutor Manhattan sabe da existência de outros universos e talvez um desses seja povoado por um certo Homem de Aço e um certo Cavaleiro das Trevas.