Homem-Aranha no Aranhaverso é um ótimo filme em termos narrativos, apresentando Miles Morales e mais uma penca de versões alternativas do aclamado Amigão da Vizinhança. Porém, um elemento que realmente elevou o longa à perfeição é o seu visual.

O filme possui um estilo de animação muito diferente do que estamos acostumados, trazendo uma pegada mais urbana e próxima às HQs. Além disso, cada realidade alternativa possui seu próprio estilo de animação - e adoraríamos ver isso sendo elevado à décima potência na sequência.

O grande ponto alto da narrativa do longa é a relação entre Miles Morales e o Peter Parker de um universo alternativo. Juntos, os dois se tornam mais do que aprendiz-e-mentor. Eles viram amigos e, à sua maneira, ajudam o outro a superar obstáculos e dificuldades.

Essa comunhão da dupla aracnídea deixou os fãs muito felizes, honrando o espírito de alguns quadrinhos onde os dois heróis se encontram. Para a sequência de Homem-Aranha no Aranhaverso, queremos ver ainda mais da dupla em ação, especialmente nos momentos mais leves.

No primeiro longa, acompanhamos quando um experimento comandado pelo Rei do Crime acabou dando errado, fazendo com que diversas versões alternativas do Homem-Aranha fossem "sugadas" para o universo de Miles Morales, ameaçando destruir todo o multiverso.

Na sequência, gostaríamos de ver o jovem herói saindo de sua zona de conforto. Em vez de colocá-lo como o hóspede que aceita outros heróis em seu lar, adoraríamos vê-lo conhecendo outras realidades alternativas - especialmente a de Peter Parker e a de Gwen Stacy.

No primeiro longa, vimos Miles Morales sendo o centro das atenções como um herói que está se erguendo e aprendendo a lutar. Ele ainda não tinha treinamento e precisava lidar com diversos problemas pessoais antes de realmente se tornar uma figura digna de seu legado.

Felizmente, ao fim do filme, ele mais do que prova o seu valor, tornando-se um Homem-Aranha completo. Agora, queremos ver ele colhendo os louros e também os problemas que vêm com essa responsabilidade descomunal - especialmente em Nova York.

Por mais que sua participação seja contida e não ganhe muito impulso na trama, Gwen Stacy roubava cada cena em que aparecia, muito graças à dublagem de Hailee Steinfeld e ao estilo descolado que faltava nos outros Homens-Aranha.

Felizmente, há rumores de que ela deve retornar na sequência - e adoraríamos vê-la com mais destaque. Nós já percebemos que ela e Miles Morales tiveram uma química instantânea, e não seria muito ruim ver essa dupla desenvolvendo "algo a mais", o que já aconteceu nas HQs.

Bob Persichetti, um dos diretores por trás do primeiro longa, disse que nos roteiros originais, havia o plano de inserir um popular herói da Marvel Comics: o Doutor Estranho. No entanto, o estúdio preferiu deixar isso de lado para não confundir o público.

Agora que o longa já chegou aos cinemas e encantou a todos com sua história estranha, não seria ruim dar uma chance para que outros heróis da editora pudessem dar as caras, mostrando que o Homem-Aranha não é o único salvador de cada universo. Quem sabe, os Vingadores?

O primeiro filme manda muito bem ao apresentar uma vasta gama de inimigos do Homem-Aranha, em várias versões diferentes. Por exemplo, temos o Rei do Crime, o Duende Verde, o Gatuno e até mesmo uma "versão feminina" do Doutor Octopus.

Considerando que o personagem tem uma das melhores galerias de vilões das HQs, queremos muito ver novas ameaças clássicas dos quadrinhos, como o Camaleão, Kraven, Mysterio, Lagarto e, quem sabe, até mesmo outras figuras mais obscuras, como Morlun.

Falando em Morlun, aqui vai uma sugestão sobre qual poderia ser a trama do novo filme. Por mais que o longa traga um inovador crossover entre os universos habitados por versões do Homem-Aranha, isso já aconteceu nas HQs, na saga Aranhaverso, de 2014.

Na história, diferentes versões alternativas do Amigão da Vizinhança começam a ser perseguidos pela família de Morlun - vampiros psíquicos que se alimentam dos usuários do "Totem da Aranha". Por mais que a saga tenha dividido alguns fãs, seria interessante ver uma interpretação dela nos cinemas.

O que Homem-Aranha no Aranhaverso faz com perfeição é delinear as diferenças entre as diversas versões alternativas desse clássico herói. Temos de tudo, desde uma menina que pilota um mecha gigante ao Porco-Aranha. Graças a isso, o filme nos deixou sedentos por mais.

Seria ótimo se a continuação incorporasse ainda mais versões icônicas do personagem, como o Aranha Escarlate, o Homem-Aranha Indiano e até mesmo o Homem-Aranha 2099, que já aparece no primeiro filme, protagonizando uma das melhores cenas pós-créditos de todos os tempos.

Por fim, outro plano original do roteiro que foi descartado no meio da produção foi a inserção de uma cena que trouxesse os Homens-Aranha que já fizeram sua estreia nos cinemas: Tobey Maguire, Andrew Garfield e Tom Holland.

Por mais que isso não tenha ido para o primeiro filme, a Sony tem o dever moral de fazer essa reunião acontecer na continuação. Adoraríamos, nem que por poucos segundos, ver esses três atores reunidos, interpretando iterações diferentes de um personagem tão aclamado como o Homem-Aranha.