10 coisas que o filme da Capitã Marvel pode aprender com Mulher-Maravilha!

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10 coisas que o filme da Capitã Marvel pode aprender com Mulher-Maravilha!

Por Gus Fiaux

Em menos de dois anos, o Universo Cinematográfico da Marvel passará por uma revolução com Capitã Marvel, o primeiro filme da Marvel Studios protagonizado por uma heroína. Porém, de certa forma, a Casa das Ideias acabou se atrasando na corrida, uma vez que a DC Comics já saiu na frente com o aclamado Mulher-Maravilha. 

E como os estúdios sempre precisam aprender com os erros e acertos de seus concorrentes, separamos dez coisas que o filme de Carol Danvers precisa aprender com o longa solo de Diana Prince, principalmente no que diz respeito à representatividade feminina e à força de sua heroína!

Créditos: Marvel Comics/Warner Bros./BossLogic
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Nada de sexualização

Há muito a se aprender no que diz respeito à forma como observamos nossas heroínas. O público feminino, cada vez mais presente em Hollywood, tem se queixado cada vez mais da objetificação e hipersexualização feminina desnecessária. Contudo, Mulher-Maravilha veio para provar que uma heroína pode ser forte sem precisar se transformar um objeto de prazer para o olhar masculino.

Mesmo com seu traje clássico, que mostra muito do corpo de Diana, o filme conseguiu retratar a personagem de forma que ela não se tornasse apenas um pedaço de carne, e Capitã Marvel precisa entregar ao público algo similar, o que deve ser ainda mais fácil caso os cineastas optem por adaptar o traje mais contemporâneo da heroína.

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Não esquecer da feminilidade da heroína

Ao mesmo tempo, quando se fala em personagens femininas marcantes, muitos estúdios pensam que isso significa que a personagem em questão precisa ser desprovida de feminilidade, transformando-se em uma caricatura quase masculina. Embora estereótipos de gênero possam ser quebrados, é importante lembrar que Carol Danvers é uma mulher e passa por questões relacionadas ao seu gênero.

Mulher-Maravilha conseguiu acertar em cheio nesse quesito, dando ao público uma personagem cativante, poderosa e nem um pouco fraca, mas que também tinha espaço para feminilidade, vulnerabilidade e emoções. É necessário balancear a personalidade de Carol para que ela não se torne uma personagem unidimensional para nenhum dos lados.

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Guerreiras e aliadas

Muitos filmes atualmente vêm com a promessa de trazer personagens femininas fortes para o cinema. Contudo, boa parte acaba falhando ao desenvolver apenas um token de representatividade, deixando de lado outras mulheres que poderiam ser mais bem trabalhadas. Em Mulher-Maravilha, isso não acontece, principalmente graças à participação das outras amazonas.

Em Capitã Marvel, há chances para ainda melhorar esse aspecto, trazendo mais personagens femininas marcantes que possam estar ao lado de Carol por todo o filme e não apenas em uma parte dele. É importante mostrar que, apesar de ser uma personagem única e poderosa, ela também inspira as pessoas ao seu redor. E por falar em inspiração...

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Uma fonte de inspiração

Nos quadrinhos, a Capitã Marvel se tornou atualmente o que o Capitão América representava na década de 40 ou o Homem-Aranha passou a representar nos anos 60. Ela é uma heroína inspiradora, que mostra que diversas outras pessoas - sobretudo jovens meninas e mulheres - também podem lutar pelo que é certo. Não é a toa que hoje temos outra Miss Marvel nas HQs.

O filme precisa retratar isso de uma maneira orgânica e pode tomar algumas lições com Mulher-Maravilha. No filme de Diana Prince, a guerreira inspira não apenas aos soldados ao seu redor, mas também o próprio público. É importante lembrar à audiência o ícone que a Capitã Marvel é e o que ela representa.

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Um romance equilibrado

Embora muitos reclamem - sem fundamento, aliás - romances não irão deixar os filmes de super-heróis tão cedo. Histórias de amor são grande parte da vida de seus personagens, gerando arcos e relações humanizáveis, ao mesmo tempo que garantem um lucro maior nas bilheterias. O que podemos esperar, no entanto, é uma história de amor que seja responsável com seus envolvidos.

Nesses filmes, é comum vermos mulheres que se tornam impotentes ou menos importantes por estarem em um relacionamento com um super-herói. No caso de Mulher-Maravilha, o filme consegue equilibrar ambas as partes sem tornar nem Diana e nem Steve a "donzela em perigo". Supondo que Capitã Marvel também percorra o caminho do romance, precisa tomar cuidado para não tornar a heroína ultra-vulnerável por causa de um homem.

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Humanizando a heroína

Ao mesmo tempo, é importante lembrar que vulnerabilidade não é uma coisa ruim. Quando super-heróis são retratados como seres sem fraquezas e "sem brechas em suas armaduras", eles se tornam incomunicáveis com o público, que anseia por alguém em quem possa se espelhar. E Capitã Marvel precisa evitar isso a todo custo.

Mulher-Maravilha nos trouxe a história de uma protagonista forte e independente, que ainda assim possuía grandes vulnerabilidades pessoais e espaço para demonstrar sentimentos e emoções. Com o filme de Carol, esperamos algo similar, ainda mais considerando todas as situações pelas quais a personagem já passou nas histórias em quadrinhos.

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Coadjuvantes à altura

Em filmes de super-heróis, é importante encontrar o delicado equilíbrio para os personagens coadjuvantes, de forma que eles tenham seu próprio arco e sua jornada pessoal sem canibalizar o protagonismo dos personagens centrais - algo que você pode ver com clareza em filmes como Thor, Esquadrão Suicida e X-Men: Apocalipse.

Mulher-Maravilha apresentou personagens coadjuvantes que em vez de confrontarem Diana por espaço em sua jornada, se unem a ela, criando um núcleo forte e que parte em direção ao mesmo destino. Nos quadrinhos, a Capitã Marvel tem diversos personagens coadjuvantes que podem ter o mesmo papel na história, sem tirar o protagonismo de Carol.

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Empoderamento feminino

Por mais que alguns ainda relutem em enxergar ou sentir empatia por pessoas próximas, há de se notar que Hollywood ainda tem uma base muito machista, com poucos papeis de destaque para mulheres, se compararmos com papeis masculinos. Por conta disso, o empoderamento feminino é algo cada vez mais discutido e necessário nos cinemas.

Mulher-Maravilha conseguiu nos mostrar esse empoderamento da forma mais sagaz, sem apelar para escolhas óbvias e jargões clichê. E é algo a ser aprendido para Capitã Marvel, que antes de mais nada, tem a obrigação de representar sua heroína de forma responsável e justa, como ela merece. E com sorte, isso dará ao público feminino mais uma representante marcante.

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Igualdade feminista

O feminismo é uma ideologia que prega a igualdade entre os gêneros e Mulher-Maravilha faz isso de uma forma muito sensível e delicada. Temos um filme que mostra o poder de sua personagem feminina sem menosprezar figuras alheias (o que poderia, caso acontecesse, colocar mais lenha na fogueira de comentários machistas.)

Capitã Marvel também precisa apostar nesse lema da igualdade, mostrando que a heroína tem um papel importante para desempenhar e que ela é igual a qualquer outro super-herói que já deu as caras no Universo Cinematográfico da Marvel, mesmo que tenha diferenças consideráveis em relação a eles.

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Não esquecer de cutucar a ferida

E embora seja fácil apostar em um "feminismo light", sem trazer grandes discussões e apontando apenas o óbvio, Capitã Marvel também precisa saber a hora certa de cutucar a ferida e escancarar a desigualdade que ainda existe entre homens e mulheres, da mesma forma que Mulher-Maravilha fez em momentos cruciais.

Assim como Diana desafia um grupo gigante de militares que a desrespeitam por ser mulher, Carol precisa desafiar o status quo, apresentando seu caráter e sua personalidade, para que possa finalmente se provar - não para nenhum homem, mas sim para si própria - como a heroína que queremos e merecemos.