Depois de como as coisas terminaram na terceira temporada, não seria uma boa ideia trazer Barry Allen de volta para a série tão cedo. Sim, ele é o grande protagonista e, apesar de todos os problemas com a série, o carisma de Grant Gustin sempre foi um dos pontos fortes da série mas, até para levarmos a sério o final chocante que o personagem teve, ele não pode voltar tão cedo.

Sim, ainda queremos ele de volta, mas seria muito melhor se ele demorasse uns cinco - ou mais - episódios para conseguir escapar do seu triste destino. Trazer ele de volta logo de cara quebraria todo o impacto da sua despedida.

E, enquanto não temos Barry de volta, quem poderá salvar o dia? Wally West, é claro. Essa é a chance de Kid Flash sair da sombra do outro velocista e ter um desenvolvimento mais profundo, ser o protagonista da história.

Ao invés da trama principal ser “eu preciso ficar ainda mais rápido para vencer meu inimigo” - como tem sido nos últimos três anos da série - podemos ter outros temas principais para o herói, especialmente com ele lidando com o trauma que ele sofreu ao ficar preso na Força da Aceleração. Podemos acompanhar seu amadurecimento agora que, de uma vez por todas, ele será obrigado a crescer, trabalhar em total sintonia com sua equipe e deixar de ser tão impulsivo em suas ações. A cidade depende disso.

Outra coisa que seria muito interessante de se ver na série é o retorno da doutora Caitlin Snow, agora que ela conseguiu se resolver com sua personalidade de Nevasca. Da última vez que a vimos, ela estava tentando entender as mudanças pela qual passou e quem ela era agora, o que significa que podemos ter uma versão 2.0 da Nevasca da próxima vez que ela aparecer na série.

Além da possibilidade de explorar esse novo aspecto de Caitlin ser muito interessante e de toda a relação que a personagem tem com o Time Flash, sua mudança poderia combinar com uma trama que vem acontecendo nos quadrinhos. Por lá, a vilã começa a trilhar seu caminho como heroína - com a bênção e supervisão do Batman - e chega até mesmo a fazer parte da nova Liga da Justiça.

Ter vilões semanais é algo que já se desgastou muito em The Flash. Ainda que isso sirva para deixar as coisas mais dinâmicas, fazendo com que o Time Flash pense em estratégias interessantes para enfrentar vilões diferentes (com poderes e motivações diferentes), é bem chato ver que, na maioria das vezes, eles são utilizados apenas para encher linguiça.

Além disso, ter um vilão diferente a cada semana desperdiça o verdadeiro potencial dos vilões, fazendo com que eles não sejam minimamente ameaçadores já que, como sabemos, ele será derrotado ao fim do episódio. Tá na hora de começar a explorar os vilões que já apareceram na série e deixá-los mais importantes para a história.

Sem perder tempo enchendo linguiça com vilões semanais aleatórios, a série pode conseguir uma trama mais coesa que não fique arrastada ou que seja esquecível. A grande quantidade de episódios por temporada pode ser melhor explorada criando dois, ou três, grandes arcos para dividir a série, conseguindo amarrar melhor as pontas soltas e perder menos tempo.

Agents of S.H.I.E.L.D e Gotham são séries que tem conquistado muitos elogios dos fãs justamente por causa disso, sendo os melhores exemplos sobre como uma série com muitos episódios pode ter sua trama trabalhada de forma positiva.

O drama não é uma das coisas que mais agrada os fãs nas séries de super-herói, especialmente em The Flash que sempre costumou ser muito alegre. Ainda assim, depois do final da terceira temporada é impossível fingir que nada aconteceu para a Família West.

Uma boa maneira de trabalhar o luto dos personagens - especialmente Iris e Joe - seria a criação do Museu do Flash, algo que vem sido sugerido em diversos momentos da série (e que faz muito mais sentido do que um Museu da S.T.A.R. Labs, como o Wells da Terra 19 queria fazer). Assim, o museu não só serviria para honrar a memória de Barry, como também permitiria que sua família conseguisse lidar melhor com sua partida.

Outra questão que poderia ser melhor trabalhada nessa temporada é Iris West. A personagem vive alternando entre momentos de extrema coragem, onde ela consegue vencer os perigos sozinha e até mesmo ser aquela que salva o dia e derrota o vilão, e momentos onde ela não passa de uma donzela indefesa.

Estamos a quatro anos acompanhando Iris, já passou da hora dela ganhar uma trama independente do Flash e deixar de ser a donzela indefesa de uma vez por todas. Agora que Barry não está mais ali para protegê-la, esse é o momento para termos esse desenvolvimento, talvez até deixando a personagem mais heróica.

Sim, eu sei que a viagem no tempo - e consequentemente os problemas causados na linha do tempo relacionados a essas viagens - estão diretamente relacionados com o Flash, mas depois de termos o Flashpoint na última temporada e todas aquelas viagens para o futuro, tudo que esperamos da quarta temporada é que ela seja mais focada no presente.

Fora que, essa é a primeira vez que Wally está “sozinho” para proteger a cidade, ainda estamos no início da jornada solo dele, o que significa que talvez não seja uma boa ideia já jogar o personagem em viagens do tempo.

Depois de três temporadas fica uma pergunta no ar: Precisamos mesmo de um novo Harrison Wells? Se tornou meio que uma tradição ter uma versão diferente do personagem a cada temporada, mas depois do fiasco que foi o Wells da Terra 19 - que conseguiu ser dispensável e irritante na maioria de suas cenas - gastar o tempo da série explorando um novo Wells parece simplesmente um desperdício.

Mesmo assim Tom Cavanagh ainda pode continuar na série, basta trazer de volta para a série a melhor versão de Harrison Wells que já tivemos, o pai de Jesse Quick. Não só sua maturidade e experiência viriam a calhar nesse momento delicado em que o Time Flash se encontra, como também seria um bom motivo para termos mais momentos de Jesse na série.

Para que todas essas mudanças sejam bem estabelecidas e que o impacto do destino de Barry seja bem explorado, um pequeno salto no tempo é essencial para a série.

Assim, não só podemos encontrar os personagens já encaminhados para suas transformações, sem perder tempo com o início dessas novas jornadas, como também podemos explorar o impacto que o desaparecimento de Allen causou na cidade como um todo. Como as pessoas de Central City reagiram depois de perder o seu herói mais querido? Como os vilões se organizaram agora que o velocista escarlate sumiu? Um salto no tempo ajudaria a explorar isso.