A partir do momento que adotou a persona do Justiceiro, Frank Castle passou a registrar cada momento de sua batalha urbana contra o crime em um Diário de Guerra. Esse caderno de anotações deu nome a vários títulos solo do herói nos quadrinhos e vê-lo na série seria algo bem interessante.

Não sabemos ao certo qual será a pegada que a série abordará. Contudo, uma ideia interessante seria ouvir o Justiceiro narrando ao público sua jornada contra seus inimigos, servindo de análogo ao Diário de Guerra de Castle.

Apesar de não possuir nenhum poder ou habilidades extra-humanas, o Justiceiro é um expert em poder de fogo, tendo um dos maiores arsenais de armas e artefatos de combate dos quadrinhos. Em Demolidor, já tivemos um gostinho do inventário do anti-herói.

A série solo pode ir além, explorando toda a conexão que o Justiceiro possui com suas armas, elaborando formas de explorar diferentes tipos de armamento, cada qual mais adequado à missão com a qual Frank terá em cada episódio.

Todo herói - que não possua capacidades de locomoção mais... aprimoradas - precisa de seu próprio veículo, para não se atrasar no combate ao crime. E com o Justiceiro, não é diferente. Ao longo de sua carreira, ele possuiu várias vãs e SUVs, todas apelidadas de "Veículo de Guerra" ou "Veículo de Combate".

Curiosamente, esse elemento tão presente na história do vigilante nunca foi bem retratado nos filmes ou versões anteriores do personagem fora dos quadrinhos. E a série tem uma obrigação moral de representar bem o meio de transporte mais aterrorizador para bandidos e criminosos no Universo Cinematográfico da Marvel.

Muito presente em Justiceiro: Zona de Guerra e já até mesmo confirmado na série solo de Frank Castle, Microchip é um dos poucos aliados próximos do Justiceiro, ajudando o anti-herói a conseguir equipamentos ou realizando investigações virtuais, devido às suas habilidades de hacker.

A inserção do personagem na série, caso fosse feito de forma fiel às HQs, seria uma forma de estabelecer conexões entre o universo dos personagens da Marvel/Netflix, já que Microchip se tornou aliado de Frank Castle depois que seu sobrinho foi morto sob ordens do Rei do Crime.

Mudando um pouco o assunto para os vilões que gostaríamos de ver na série, temos aqui uma das inimigas mais icônicas do personagem. Mama Gnucci era a matriarca de uma família mafiosa, que assumiu os negócios criminosos de sua família após a morte de seu marido. Quando o Justiceiro mata seus dois filhos, ela contrata todos os assassinos possíveis para perseguirem Frank Castle.

Tudo acaba dando errado e ela é mutilada graças ao ataque de um urso, perdendo seus braços e suas pernas. A vilã é uma das mais assustadoras da carreira de Castle e poderia ser inicialmente introduzida aqui, deixando o gancho para um papel mais antagônico em temporadas futuras.

Billy Russo é um dos homens contratados para assassinar a família de Frank Castle, tarefa que ele cumpre, mas falha ao não conseguir matar aquele que viria a se tornar o Justiceiro. Frank, revoltado com a perda, caça Billy e faz com que ele seja jogado em um tonel de vidro reciclado, para mandar uma "mensagem" aos chefes do criminoso. Billy retorna, mas dessa vez, com um rosto completamente deformado, adotando o codinome Retalho.

O personagem já está confirmado na série do vigilante e será interpretado por Ben Barnes (As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian). Esperamos, contudo, que o vilão seja retratado com fidelidade ao personagem dos quadrinhos, e não da forma que Dominic West o interpretou em Zona de Guerra.

O Justiceiro é um personagem com poucos vilões memoráveis, mas certamente, Barracuda é um dos principais destaques de sua carreira na luta contra o crime. O curioso aqui é que tanto ele quanto Frank compartilham de origens similares, lutando no exército. Contudo, Barracuda se voltou para o crime organizado, ascendendo de capanga a chefão, e isso o colocou diretamente contra o Justiceiro.

O personagem é um dos inimigos mais brutais do Justiceiro, sendo extremamente resistente quanto à dor e aos ataques de Frank e um dos únicos que não foi assassinado no primeiro confronto com o anti-herói. Vê-lo na série é uma obrigatoriedade, ainda que o personagem não precise ser o vilão central da primeira temporada.

No Universo Marvel dos quadrinhos, quase tudo parece girar em torno dos Estados Unidos, principalmente Nova York. É por isso que algumas das melhores histórias do Justiceiro mostram o herói saindo de sua zona de conforto e realizando missões ao redor do mundo, em países do Oriente Médio, na Rússia e até mesmo no Alaska.

Na série, por mais que a trama central deva envolver a máfia em Nova York, seria interessante ver Frank Castle explorando mais o mundo, em busca de conexões e investigações que possam ajudá-lo a resolver suas missões mais complexas.

Uma das coisas mais elogiadas sobre as séries da Netflix baseadas em personagens da Marvel é a forma como elas conseguem debater temas éticos, morais e sociais relevantes através de alegorias, seja no dilema entre justiça e punição na segunda temporada de Demolidor, os debates sobre abuso em Jessica Jones ou os questionamentos sobre racismo e violência policial em Luke Cage.

Justiceiro pode se aprofundar um pouco mais no drama que já foi construído em Demolidor, mostrando o lado de Frank Castle na batalha. Além disso, seria interessante ver a série adaptando arcos mais famosos do personagem nos quadrinhos, como Os Escravistas, que aborda o assunto do tráfico de pessoas.

E claro, não podia deixar de faltar o próprio Demolidor. Depois de "compartilhar" sua segunda temporada com o Justiceiro, Matt Murdock poderia dar as caras na primeira temporada da série solo do anti-herói, se revelando apenas como advogado, sem necessariamente aparecer como o Diabo da Guarda.

Isso ajudaria a unir as tramas das duas séries e, quem sabe, até mesmo puxar um gancho para uma possível participação do Justiceiro nas próximas temporadas de Os Defensores. Além disso, abre a margem para que possamos ver a resolução de um dos melhores elementos da segunda temporada de Demolidor: a relação de Frank Castle com o Rei do Crime.