O movimento New French Extremity (Novo Extremismo Francês em tradução literal) nos trouxe diversas produções sanguinárias e perturbadoras. E, no topo da lista, temos Mártires, filme de 2008 do diretor Pascal Laugier. Brincando com a ideia de pós-vida, Pascal nos apresenta a teoria de que, se uma pessoa aguentar as mais terríveis torturas enquanto viva, ela pode ter um vislumbre da vida após a morte.

Para chegarmos nesse clímax, vemos uma mulher passar por todo tipo de tortura chocante. Desta forma, todo o filme é uma grande cena desconfortável, mas o que nos deixa o público ainda mais impactado são os momentos finais de Mártires.

A sugestão é a alma de toda boa cena traumática. E Louca Obsessão, filme de Rob Reiner de 1990 deixa isso claro quando Annie Wilkes, interpretada por Kathy Bates, quebra os tornozelos de Paul Sheldon, interpretado por James Caan.

O mais interessante da cena é que não vemos nada de explícito e sanguinário. Pelo contrário, apenas existe a sugestão do que aconteceu. Ouvimos o grito de Paul e o som de seus ossos sendo quebrados, o que já é o suficiente para o espectador sentir a dor na própria pele.

A agonia de Um Lugar Silencioso, filme de John Krasinski, começa pela sua ideia inovadora. No filme, vemos um futuro pós-apocalíptico em que para sobreviver, os seres humanos aprenderam a conviver com o total silêncio. Mas, o que marcou o público foi a famosa cena do prego. Nela, vemos Evelyn Abbott, interpretada por Emily Blunt, pisando em um prego e precisando lutar contra si mesma para não gritar de dor.

A Centopéia Humana marcou a cultura pop com sua inusitada ideia: seres humanos conectados na forma de uma centopéia. Já a sequência, também dirigida por Tom Six, trabalha com a metalinguagem e traz um homem inspirado pelo primeiro filme. Nele, o perturbado e solitário Martin sonha em criar uma centopeia de 12 pessoas.

Dada a falta de conhecimento médico de Martin, vemos um experimento ainda mais sujo que no primeiro filme. Mas, o que marcou o público foi a brutalidade em que ele une as pessoas, utilizando cola, tesouras e fita adesiva. Todos os detalhes sanguinários são explorados em tela do início ao fim.

Assim como outros filmes dessa lista, Grotesco é uma produção feita para chocar. Dirigida por Kōji Shiraishi, seguimos a história de um casal que foi assaltado, sequestrado e, agora, precisam lidar com um médico macabro e seu plano de cortar, mutilar e torturar eles. Mas, é no teste final que tudo descarrila para o total desespero e agonia.

Na cena, vemos o estômago do homem ser aberto, seus intestinos pendurados e uma oferta de liberdade que apenas gera mais dor e sofrimento.

Takashi Miike é um dos diretores japoneses mais controversos. Com filmes como Visitor Q e Ichi, o Assassino, o diretor já chocou ao apresentar histórias bizarras e sangrentas. Dentre tantas produções, a que se destaca é Audição, a história de um homem comum que se vê mergulhado na vida de uma bela mulher com um passado obscuro.

Em uma de suas cenas mais populares, vemos uma cena de tortura ministrada com agulhas de acupuntura, além da amputação de um pé com uma corda de piano.

Da aclamada diretora francesa, Julia Ducournau, Titane foi um marco do cinema de horror de 2021. Nele, seguimos uma mulher com fetiche por carros, uma placa de metal implantada na cabeça e um instinto assassino, embarcando em uma jornada bizarra envolvendo identidade, fuga e amor incondicional.

Mas, o que o público não esperava de Titane era um parto bizarro envolvendo metal, gritos, agonia e terror. Com muito sangue e óleo de motor, a cena é capaz de deixar marcas irreversíveis.

Corrente do Mal não é um filme que escorre sangue em cada um de seus segmentos. Pelo contrário, o “mal” do filme de David Robert Mitchell é sutil, ele vem caminhando em sua direção, calmamente. Por isso, é extremamente desconfortável quando vemos um homem gigantesco aparecendo na porta de Jay Height, interpretada por Maika Monroe.

Existe uma quebra na cena que tanto assusta quanto incomoda. O homem mal parece caber na imagem, causando um estranhamento aliado ao susto e a um medo crescente.

Retornando a onda de terror extremo francês, temos A Invasora, filme de 2007 dirigido por Alexandre Bustillo e Julien Maury. Aqui, uma mulher grávida precisa lidar com uma invasão ao seu domicílio que promete virar sua vida de cabeça para baixo. A cena chocante do filme envolveu um parto forçado, uma tesoura e uma quantidade absurda de sangue que pode revirar estômagos.

O Exorcista moldou o gênero de possessão. Com direção de William Friedkin e com Linda Blair e Ellen Burstyn nos papéis principais, seguimos Regan MacNeil, aos poucos, sendo tomada por um espírito maligno.

Até hoje, o filme consegue arrancar um incômodo geral no público, mas aqui escolhemos todo o segmento de vômito e cabeça girando para compor a lista. Seja por nojo, ou apenas medo, essa cena não é uma das quais o público fica ansioso para ver novamente.