Para começar, a série é cheia de criaturas sobrenaturais e místicas, o que já abre possibilidade para tramas mais estranhas, sombrias e interessantes. Não dá para esperar muita monotonia com uma série que, logo de cara, mostra fantasmas vingativos e outros seres fantásticos.

Além de explorar uma vasta gama de possibilidades, Midnight, Texas chega em um momento que a maioria das séries focadas e protagonizadas pelas criaturas sobrenaturais ou foi encerrada, ou está para ser finalizada. Os órfãos de Penny Dreadful, The Vampire Diaries, The Originals e Witches of East End podem encontrar um novo vício nessa série.

“Ah, mas essa coisa de criaturas sobrenaturais já tá tão saturada…” Sim, você pode pensar isso em um primeiro momento, afinal realmente viemos de uma vastidão de séries sobrenaturais - especialmente as focadas em vampiros - mas não dá pra negar que em Midnight, Texas não temos mais do mesmo.

A trama é bem mais adulta - sem ser apelativa - e decide seguir por um caminho diferente do que estamos acostumados quando o assunto são criaturas sobrenaturais. Por exemplo, o vampiro também se alimenta de energia vital através do toque fora que em vez do clássico lobisomem, tivemos um Homem-Tigre na série e assim por diante.

Um ponto que sempre pesa de forma negativa quando busco uma nova série para começar é a quantidade de episódios e temporadas. Não dá pra negar que existe uma certa preguiça quando nos deparamos com mais de 100 episódios atrasados em uma série, saber que teremos que ver tudo aquilo antes de poder acompanhar a história do seriado em “tempo real” não é muito agradável.

Midnight, Texas, no entanto, só tem dois episódios até o momento. Em 80 minutos você já está pronto para acompanhar a história dos episódios inéditos, então vale muito a pena dar uma chance para a série.

Ainda que não seja tão conhecida no Brasil, Charlaine Harris conquistou um nome de peso nos Estados Unidos ao criar grandiosas sagas literárias que, além de ficarem diversas semanas entre as mais vendidas, conquistou uma legião de fãs.

Saber que a mesma mente criativa capaz de inventar o mundo de True Blood criou a trilogia que inspirou a série é com certeza um bom motivo para que você dê uma chance para Midnight, Texas.

Vampiros, Charlaine Harris… Será que temos uma nova True Blood? Bom, não é bem assim. Ainda que alguns elementos sejam parecidos entre as duas séries, Midnight, Texas - até o momento - tem se mostrado menos apelativa do que a série da HBO.

Nada de cabeças decepadas, banhos de sangue e muita pegação. Midnight, Texas foca suas energias em passar a ideia de que todas as criaturas naquela cidade são uma família, mesmo que ainda tenha doses de violência e elementos bem gráficos em alguns momentos.

Tem coisa mais chata do que ver uma com uma vastidão de criaturas sobrenaturais, mas ter apenas uma delas reinando como as mais poderosas, temidas e, bem, protagonistas de toda a série? Em Midnight, Texas isso não acontece.

Até o momento, todas as criaturas tiveram pontos fortes e fracos em relação aos seus colegas “mágicos”, assim não existem protagonismo exagerado em um único grupo de criaturas. Em outras palavras: Os vampiros não são apelões como estávamos acostumados a ver.

É difícil imaginar que, depois de dois episódios tão intensos nesse começo de temporada - especialmente agora que uma grande profecia foi revelada - teremos episódios feitos apenas para encher linguiça.

Desde o começo a série tem se mostrado intensa, rápida e sem o interesse em perder tempo com calmaria ou com um episódio mais arrasto. Assim, é difícil sentir tédio com Midnight, Texas, especialmente quando ainda estamos conhecendo os mistérios que rondam essa cidadezinha.

E são esses mistérios que rondam a cidade que instigam o público a continuar assistindo a série. Descobrir quais são as motivações de cada personagem, o que de fato eles são e até mesmo o que os levou até Midnight é algo bem interessante de se ver desenrolar na série.

Mas, é claro, que existe outro mistério ainda maior - e bem mais interessante - que é descobrir quem matou a noiva de Bobo. Entender o que levou o assassinato a acontecer e quem de fato está por trás disso é uma trama que - como podemos avaliar por How To Get Away With Murder e Pretty Little Liars, por exemplo - são capazes de envolver o público.

Uma série só é tão boa quanto o seu protagonista. E se for isso mesmo, Midnight, Texas tem tudo para se tornar uma ótima série. Manfred, o médium que protagoniza a história, é misterioso, problemático, charmoso, engraçado e bem corajoso, tudo o que um protagonista deveria ser.

Além dele, o elenco de apoio composto pelos outros moradores da cidade também possuem um ótimo charme e, pouco a pouco, conseguem conquistar o público, como aconteceu com Fiji, que com sua suavidade e poder já se tornou uma queridinha entre os fãs.

Desde o piloto ficou claro que, em Midnight, Texas existem forças mais sombrias agindo por ali. No segundo episódio, no entanto, houve a revelação de que se trata de forças demoníacas que querem, como era de se esperar, trazer o caos, morte e destruição para toda a Terra. Uma profecia foi revelada e com ela ficamos sabendo que cabe a Manfred liderar as forças do bem contra essa batalha.

Ainda que essa coisa de batalha do bem contra o mal já seja meio batida, não dá pra negar que ela é uma trama clássica presente na literatura e em série em geral. As pessoas ainda querem ver o bem vencendo o mal e, pelo que conseguimos ver na série, essa batalha vai ser bem perigosa e interessante. Com toda certeza vale a pena dar uma chance para a série. Bora lá?