Começando por um item curioso, Lea Thompson tinha tudo para se tornar uma atriz memorável da década de 80, principalmente após sua aclamada participação como Lorraine McFly em De Volta Para o Futuro. Já inserida no cenário dos blockbusters da época, ela foi chamada para interpretar uma das protagonistas de Howard, O Pato, a controversa adaptação de uma HQ da Marvel, produzida por George Lucas.

O filme gerou muita polêmica e Lea precisou protagonizar uma das cenas de sexo mais bizarras da história do cinema - sim, com o pato. Ela acabou sendo marginalizada pela indústria e, desde então, ainda tem aparições esporádicas e trabalhos menores, mas perdeu qualquer resquício da fama que já teve outrora.

Considerada por muitos como uma das maiores revelações latinas da década passada, Jessica Alba veio para fazer seu nome nos cinemas, alavancando produções como a série de TV Dark Angel e a adaptação cinematográfica de Sin City. Mas como a era heroica vem para todos, ela também acabou se juntando ao elenco de Quarteto Fantástico.

No papel de Mulher Invisível, foi massacrada pelos críticos e considerada uma das piores partes do filme e de sua continuação, lançada em 2007. A partir daí, Alba só conseguiu trabalhos em comédias genéricas e filmes infantis. Por sorte, ela tem se reerguido aos poucos e chegou a fundar sua própria companhia de produção.

Um prodígio da TV australiana, Eric Bana havia decidido que era hora de sair da comédia e fazer algo mais dramático. Isso o colocou nas mãos de ninguém menos que Ang Lee, um aclamado diretor taiwanês, que estava em alta no mercado Hollywoodiano da época. Seu projeto de destaque não seria outro senão Hulk, uma adaptação do clássico quadrinho da Marvel.

E foi assim que tudo começou a dar errado. O filme foi tão controverso entre os fãs, críticos e o público médio, que Bana acabou perdendo sua própria identidade no mercado cinematográfico. Seus planos de se tornar um grande ator de blockbusters foram por água abaixo e não ajudou o fato dele, logo em seguida, ter estrelado no criticado Tróia, de 2004.

Após sua elogiadíssima atuação no aclamado Poder Sem Limites, o jovem Dane DeHaan foi tido por muitos como uma das maiores revelações da década. De jeito tímido, simpático e, ao mesmo tempo, sombrio, ele conseguia encarnar personagens mais humanizados, sem uma linha moral muito bem definida.

Isso lhe garantiu um papel em O Espetacular Homem-Aranha 2, onde interpretou Harry Osborn, melhor amigo da infância de Peter Parker e o homem por trás da armadura do Duende Verde. O filme teve um fracasso tão grande de crítica e de público que chegou a ser cancelado, apesar dos diversos planos de spin-off. E DeHaan, atualmente, faz filmes mais independentes, sem pretensões a grandes papéis.

Considerado um menino-prodígio (perdão pelo trocadilho) de sua época, Chris O'Donnell foi uma das primeiras escolhas do diretor Joel Schumacher ao introduzir o Robin em Batman Eternamente. O ator, apesar de bem mais velho do que exigia o papel, acabou sendo contratado para viver um Dick Grayson adolescente.

E se Batman Eternamente ainda foi um começo promissor para o personagem, Batman & Robin veio para sepultar qualquer chance de uma carreira posterior. O filme foi tão mal-recebido e tão zoado que O'Donnell se tornou uma piada pronta para o público e para os críticos. Posteriormente, ele ainda teve chance de redenção com papeis em Grey's Anatomy e NCIS.

Uma grande estrela em ascensão na década de 90, Alicia Silverstone começou sua carreira deslumbrando o público com sua performance no divertido As Patricinhas de Beverly Hills. Isso logo lhe rendeu convites para os mais diversos projetos, dentre os quais, o encerramento da franquia do Cavaleiro das Trevas nos cinemas, com Batman & Robin.

Interpretando uma versão bem distorcida da Batgirl no filme, Silverstone foi um dos maiores motivos de críticas negativas para o longa, com sua atuação quase teatral e caricata. A má recepção do filme afetou diretamente na carreira de Alicia, que só conseguiu papeis em projetos abominados pela crítica e pilotos de séries de TV falidas.

Mas é claro, para encerrar essa trilogia de desgraçamentos, não podia faltar o próprio Val Kilmer, que interpretou o Batman no sofrível Batman Eternamente. Diferentede seu sucessor, George Clooney, cuja carreira em si não foi tão destruída pela presença do Cavaleiro das "Trevas", Kilmer - um grande astro dos anos 80 e 90 - acabou relegado ao esquecimento.

Para piorar, seu comportamento abusivo no set de filmagens foi exposto pelo diretor Joel Schumacher, o que trouxe severas consequências negativas em sua carreira. Após o filme, ele só conseguiu outro papel de destaque em Beijos e Tiros, de 2005, além de diversas outras participações em filmes irrelevantes.

Apesar de ter sido marcada pelo papel de Jean Grey/Fênix na primeira trilogia dos X-Men nos cinemas, Famke Janssen é uma atriz multi-talentosa, já tendo servido como modelo, escritora, roteirista e até mesmo diretora. E ainda assim, não pôde escapar da maldição lançada pelo terceiro filme dos mutantes.

X-Men: O Confronto Final acabou sendo um longa tão confuso e convoluto para a franquia, que quase manchou a reputação de todos os envolvidos. Janssen chegou a ser a mais afetada por ter interpretado justamente a principal antagonista da trama. Desde então, ela só conseguiu trabalhos notáveis na TV e na trilogia Busca Implacável.

Embora sua performance como Tempestade no Universo dos X-Men seja digna de diversas críticas por parte dos fãs, Halle Berry conseguiu devastar todo seu prestígio em Hollywood ao atuar em um dos piores filmes de super-heróis de todos os tempos: o tenebroso Mulher-Gato, de 2004, com direção do francês Pitof.

Tendo ganhado o Oscar em 2002, pelo aclamado A Última Ceia, Berry começou a entrar em uma decadência pessoal jamais vista nos moldes de Hollywood. A atriz perdeu grandes oportunidades devido a essa "mancha" em sua carreira e, desde então, evita veementemente filmes de super-heróis, com exceção dos pertencentes à franquia dos X-Men.

Por mais chocante e surpreendente que pareça ser este item, não há como negar que o maior prejudicado por um papel de super-heróis na história foi Tobey Maguire, considerado uma das maiores estrelas em ascensão da década passada. Após dois filmes excelentes do Escalador de Paredes, o ator teve o azar de participar novamente de Homem-Aranha 3...

O resultado deixou o estúdio muito desgostoso e logo foram abandonados os planos para um quarto filme da franquia, que não tardaram a ser substituídos por um controverso reboot. Maguire, que já havia sido marcado pelo papel de Peter Parker, acabou caindo no esquecimento e, desde então, sua carreira de ator foi devastada. Atualmente, ele só atua como produtor.