Essa é uma das previsões mais fáceis de se fazer. Daquelas que a gente faz sem medo de errar. Parasita será eleito o Melhor Filme Internacional no Oscar. E nem é preciso olhar para a unanimidade do filme sul-coreano nas outras premiações para afirmar isso. Basta olhar para o próprio Oscar.

O filme é o único dos indicados a Melhor Filme Internacional a ter sido reconhecido em outras cinco categorias, sendo elas Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem, Melhor Roteiro Original, Melhor Direção e, vejam bem, Melhor Filme.

Esperamos que os votantes da Academia sejam coerentes, afinal, se o longa de Bong Joon-Ho é forte o suficiente para conquistar uma vaga na categoria de Melhor Filme, é de se esperar que ele saia vitorioso na de Melhor Filme Internacional.

Bastante respeitado na indústria, Brad Pitt está praticamente com as mãos no Oscar. O astro atuou ao lado de Leonardo DiCaprio no filme de Quentin Tarantino, Era uma Vez... em Hollywood, pelo qual está sendo premiado em todos os eventos de cinema desta temporada.

No filme, o ator interpreta Cliff Booth, um homem misterioso cuja reputação não é das melhores, e que trabalha como dublê do personagem principal de DiCaprio. É inegável que Pitt está em um dos seus melhores momentos, mesmo quando o cara tem uma filmografia impressionante, incluindo 7 indicações ao Oscar, sendo 3 delas pelo seu trabalho de produtor.

Ao que tudo indica, Brad Pitt vai vencer o Oscar enquanto disputa com pesos pesados como Tom Hanks, Al Pacino, Joe Pesci e Anthony Hopkins.

A estatueta de Melhor Atriz do Oscar de 2020 parece já ter o nome de Renée Zellweger incrustado nela. A atriz, que já tem um Oscar de Atriz Coadjuvante por Cold Mountain, está sendo bastante aclamada nas premiações pela sua interpretação do ícone do cinema Judy Garland.

E a gente bem sabe como a Academia fica impressionado com atores que se transformam fisicamente - nesse caso por meio de próteses - para dar vida a pessoas reais, especialmente se essa pessoa for uma figura lendária do cinema.

Zellweger deve sair na frente por Judy - Muito Além do Arco-Irís, disputando com atrizes como Scarlett Johansson, Charlize Theron, Saoirse Ronan e Cynthia Erivo.

A principal categoria da noite é aquela que a gente mais tem medo de arriscar um palpite, afinal, diferente das outras, ela tem 9 filmes batalhando pela atenção, e também possui um sistema de votação diferenciado. Porém, se é para arriscar, a aposta mais segura é 1917, filme de guerra de Sam Mendes.

A produção, que está atualmente em cartaz no cinema, tem impressionado pela sua grandiosidade técnica: ele é filmado e montado para parecer uma longa sequência sem cortes. E isso tem feito com que o filme vença praticamente todos os principais prêmios a que ele está concorrendo, como o Globo de Ouro, o BAFTA e o PGA (Prêmio dos Produtores). Vale lembrar que o PGA é o melhor termômetro do Oscar para a categoria de Melhor Filme, tendo acertado 9 vencedores dos 10 últimos anos de entrega do prêmio.

Seria loucura não apostar em 1917 como o grande vencedor da noite. Mas não podemos descartar nenhuma surpresa...

Laura Dern passou invicta pelos prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante devido a sua performance no filme produzido pela Netflix, História de Um Casamento. O drama protagonizado por Scarlett Johansson e Adam Driver coloca Dern na pele da enérgica advogada Nora Fanshaw.

Sua personagem beira o amável e o cáustico, e tem cenas boas o suficiente para garantir à atriz toda a atenção que ela merece. Dern é uma profissional veterana que por anos foi desvalorizada pela indústria, e agora, parece estar finalmente sendo reconhecida.

Para além desta indicação, Laura Dern já foi indicada outras duas vezes ao prêmio da Academia.

Se 1917 está muito perto de ser coroado com o Melhor Filme da noite, o que esperar da mente que comandou tudo? Sam Mendes, o cineasta por trás desse projeto super ambicioso, tem sido o mais premiado nesta temporada, faturando o Globo de Ouro, o BAFTA, o Critic’s Choice e o DGA (Prêmio dos Diretores), esse último que, é claro, sempre prevê o Oscar.

Sam Mendes, que dirigiu os últimos filmes da franquia James Bond, Skyfall e Spectre, venceu o Oscar em 2000, pelo seu trabalho em Beleza Americana. Sua trajetória parece se repetir aqui exatos vinte anos depois.

1917 está sendo especialmente aclamado pela sua técnica, então seria estranho se a Academia não caísse de amores pela fotografia do filme. O responsável por ela é ninguém menos que Roger Deakins, um dos melhores diretores de fotografia de Hollywood, que recentemente foi premiado pelo seu trabalho em Blade Runner 2049.

Deakins se utilizou do conceito de filmagem contínua na hora de filmar o drama de guerra. Em uma das sequências mais impressionantes do filme, o personagem principal se vê em meio a um campo de guerra à noite, e nela encaramos um trabalho de iluminação realmente esplêndido, que certamente não será ignorado pelos eleitores do Oscar.

A partitura experimental criada pela compositora islandesa Hildur Guðnadóttir para Coringa tem sido considerada pelos especialistas uma das favoritas para levar o Oscar na noite de domingo.

Elogiada por evocar a atmosfera que fez Joaquin Phoenix brilhar no filme da DC, a compositora foi recentemente premiada no Emmy pela trilha sonora da série da HBO, Cherbobyl, e também aclamada em vários eventos pela trilha de Coringa, tornando-se a primeira mulher a vencer sozinha o Globo de Ouro de trilha sonora.

Caso vença o Oscar 2020, Hildur será a quarta mulher ao levar o prêmio pela trilha sonora original de um filme, uma área dominada quase que completamente por homens.

Aqui está uma categoria do Oscar que os eleitores não tem nenhuma relutância na hora de premiar filmes realmente originais ou que fogem um pouquinho da caixinha. E isso é o que pode fazer com que sul-coreano Parasita saia laureado.

O impressionante roteiro de Parasita, co-escrito por Bong Joon-hoo e Han Jin-won, encontrou sua graça com o WGA (Prêmio dos Roteiristas) no fim de semana passado, e além disso, pode seja um jeito da Academia "fazer justiça" com o filme, já que ele provavelmente vai perder o prêmio de Filme e Direção.

Já faz muito tempo que Joaquin Phoenix se prova um dos melhores atores da sua geração. Com uma filmografia invejável, o astro que esse ano conquistou sua quarta indicação ao Oscar, se consagra ao dar vida a Arthur Fleck, uma versão cinematográfica de um dos maiores vilões do Batman, o Coringa.

Gostando ou não do filme de Todd Phillips, é praticamente unânime a opinião de que a performance de Phoenix é uma das melhores do ano. O ator se entregou de corpo e alma a esse seu personagem desequilibrado e fez do Palhaço do Crime uma das maiores tendências pop de 2019.

Pheonix ganhou os prêmios mais importantes da indústria, como Globo de Ouro, Critic’s Choice, BAFTA e o de maior termômetro para o Oscar, o Prêmio do Sindicato dos Atores (SAG Awards). Apesar de um discurso relativamente estranho no Globo de Ouro, Phoenix mudou sua postura nas premiações televisionadas seguintes, o que certamente fez com que sua reputação tenha melhorado. Seria realmente uma surpresa se o astro saísse da noite do dia 9 sem o Oscar.