Antes de começar um pequeno aviso. Nessa lista eu considerei mais o sentido visual/estético de animação do que qualquer outra coisa.

Se formos considerar o processo de animação de forma mais técnica, animes como Kuroko no Basket e Haikyuu!!, que lidam com ações bem difíceis de serem trabalhadas, ou animes semanais de longa duração, deveriam ser considerados.

Caso queiram ir mais fundo nesse papo, deixa nos comentários que logo produzimos algo sobre.

Não tem como começar essa lista sem a última grande sensação visual do mundo dos animes. Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba é uma boa história, sim, mas não tem como negar que o trabalho da ufotable elevou a obra para outro nível com a primeira temporada do anime.

Demon Slayer é um deleite visual que vale à pena mesmo se você não é muito fã desse tipo de aventura. A animação se utiliza de um traço muito único, além texturas diferentes e cenários de tirar o fôlego, tudo para enriquecer o conto do Tanjiro. Até mesmo os momentos mais grotescos da história possuem uma beleza digna de não desviar olhar.

Mas antes de Demon Slayer, o queridinho dos amantes de visuais incríveis era a primeira temporada de One Punch-Man. Aliás, a animação faz jus à arte do mangá, que é considerada por muitos uma das melhores de todos os tempos - mas isso fica para a próxima lista.

A primeira temporada de One Punch-Man foi produzida pela Madhouse e, além de visualmente brilhante, entregou algumas das melhores cenas de batalha de anime de todos os tempos. O estúdio conseguiu captar de uma maneira incrível as mudanças de traço e de humor do mangá e entregou algo que faz qualquer pessoa, mesmo quem não é muito da área de anime, entender e vibrar com aquela história.

Sinceramente? É impossível assistir a primeira temporada de OPM uma vez só.

Duas obras do ONE na lista? Pois é, não foi só One Punch-Man do mangaká que ganhou uma adaptação surpreendente para anime. Mob Psycho 100 recebeu sua primeira temporada menos de um ano depois de OPM, produzida pelo estúdio Bones e, assim como a aventura do Saitama, é um espetáculo visual - mas em outro estilo.

O ONE não é lá aclamado pela sua arte, então comparar a webcomic/mangá com o anime pode ser um choque pra muita gente. A animação conseguiu traduzir todo o espírito da obra em uma explosão de cores e texturas, além de adaptar o traço do autor para algo mais “refinado”, criando uma série visualmente única - já que o ONE gosta de brincar com formatos e expressões de uma forma bem particular.

Para quem não conhece, Mob Psycho 100 segue a história do Mob, um adolescente com poderes psíquicos absurdos, mas que os reprime por achá-los “inconvenientes”. Quando algo o abala demais, esses poderes afloram e tomam conta do rapaz, representados pela emoção dominante do momento, seja raiva, medo, estresse, etc.

Diferente dos outros itens nessa lista, Fate/Stay Night: Unlimited Blade Works é mais uma adaptação de um game do que de um mangá em si. Fate/Stay Night começou como um jogo do estilo visual novel, produzido pela Type Moon, para PC e, devido ao sucesso, ganhou mangá, a versão em anime, filme, games derivados, spin-off, um prelúdio, etc. Coisa pra caramba, né? Já Unlimited Blade Works, de 2014, é uma versão alternativa da história original.

Fate/Stay Night UBM é fantástico. O anime não é apenas bonito, mas super dinâmico, trabalha as texturas de magia e ataques especiais de forma brilhante - literalmente - e entrega cenários épicos e batalhas que te fazem esquecer de respirar por alguns momentos. Essa é uma produção da ufotable, os responsáveis por Demon Slayer, então faz todo sentido, né?

Se você não conhece, Fate/Stay Night conta a história de uma grande guerra secreta entre magos e Servos pelo Santo Graal, um artefato mágico que pode realizar qualquer desejo de seu portador.

Um título menos conhecido aqui no Brasil , Kyoukai no Kanata merece um pouquinho do seu tempo. Essa é uma light novel de Nagomu Torii e Tamoyo Kamoi, de 2012, que foi adaptada para anime em 2013 e é uma jornada belíssima, seja pela animação ou pela narrativa.

O anime é uma produção da renomada Kyoto Animation e, como é de se esperar de um trabalho do estúdio, acerta em todos os elementos. Esse não é o anime mais dinâmico de todos, mas as batalhas e magias possuem um toque especial e a arte dos personagens e cenários é da maior qualidade possível.

Kyoukai no Kanata segue a história de Akihito, um estudante que possui um poder de cura extremamente rápido, o tornando quase imortal, e Mirai, uma garota que vem de uma linhagem de guerreiros do mundo espiritual e usa magia de sangue. Isso em um mundo normal, mas com um plano de fundo lotado de magia, mistérios e espíritos.

Shingeki no Kyojin, ou Attack on Titan, é um fenômeno e não precisa lá de muitas apresentações, certo? E ainda que divida opiniões sobre o desenvolvimento de sua história, é inquestionável que a versão animada da aventura, produzida pelo Wit Studios em parceria com a Production I.G., é incrível.

O anime de Attack on Titan fica ainda melhor se você já leu o mangá, quando a arte do criador, Hajime Isayama, não é das mais coesas. O estúdio conseguiu elevar e dar um gás diferente para a obra, traduzindo as batalhas, cenas de ação e todo o gore de uma forma sem igual.

Essa é uma tarefa bem difícil, inclusive, quando Shingeki no Kyojin é super dinâmico, trabalha com movimentos e formatos absurdos de personagens e monstros, além de ser muito dramático e depender muito de expressões quase exageradas para funcionar.

Do estúdio Production I.G., Guilty Crown é outro anime de visuais que fazem o olho brilhar. Essa é uma série original de 2011, que depois ganhou mangá, Light Novel e game em visual novel.

Production I.G. é o mesmo estúdio de Attack on Titan, além de outros títulos icônicos como Ghost In The Shell, Kuroko no Basket e Haikyuu!! - então, só por isso, já dá para medir Guilty Crown. Como os outros títulos citados, Guilty Crown brilha com suas cores sólidas, efeitos de luz e sombra, além de texturas bem aplicadas - até um pouquinho de 3D - e uma ação excelente.

A história do anime também é daquelas que te deixa curioso de primeira. Esse é um futuro distópico no Japão que, em 2039, está dominado pela força militar da organização GHQ depois de quase sucumbir a um vírus mortal dez anos antes. Nesse cenário, acompanhamos Shu em sua jornada com o grupo Undertaker lutando pela libertação do Japão.

Seguindo um caminho BEM diferente no quesito animação, Devilman Crybaby é um dos melhores originais Netflix até hoje. Esse anime é uma nova adaptação do mangá clássico Devilman, de Go Nagai, que, na verdade, começou como série animada antes de ir para o papel.

Se você me pedir para descrever Devilman Crybaby em poucas palavras, eu diria surrealista, explosivo e extremo. Dirigido por Masaaki Yuasa, Devilman é um tsunami de visuais e cores dinâmicas, feito em um traço fino que faz os personagens quase se fundirem com o cenário. É uma experiência única de anime que, mesmo que não seja para todo mundo, é uma expressão de arte em forma animada.

Devilman Crybaby segue a história de Akira Fudo, que se funde a um demônio e se transforma no Devilman para lutar contra forças infernais dominando o mundo dos homens. Além dos visuais, a narrativa é outra peculiaridade desse anime, diferente do tradicional, rápida e surpreendente. Pacote completo e um grande acerto da Netflix.

Esse título deve ser familiar para muita gente, né? Hunter x Hunter é um daqueles shonen clássicos, ainda que dificilmente vá ganhar um final oficial para a sua história. Uma criação de Yoshihiro Togashi, o mesmo autor de Yu Yu Hakusho, resolvi incluir Hunter na lista para representar os shonen semanais que, mesmo tendo um tempo de produção bem diferente dos outros itens, ainda mantém uma qualidade impressionante.

Mas calma, antes é preciso dizer que estamos falando da segunda adaptação de Hunter, a que começou em 2011. Hunter x Hunter na verdade tem duas versões animadas, uma que foi lançada muito próxima do início do mangá, em 1999, uma produção da Nippon Animation, e outra, mais fiel à história original, de 2011, que rebootou toda a série.

A versão de 2011 foi produzida pelo estúdio Madhouse, o mesmo da primeira temporada de One Punch-Man. Com 148 episódios, exibidos de 2011 até 2014, Hunter é um exemplo de como um anime semanal pode sim ter uma animação linda.

Para finalizar, um anime para quem gosta de se emocionar, chorar, de ter aquele momentinho particular de descarrego emocional assistindo alguma coisa. Violet Evergarden é um dos animes mais lindos que eu já vi, seja na narrativa extremamente sensível, ou na arte que é para te deixar sem palavras.

Produzida pela Kyoto Animation, Violet Evergarden traz uma arte super detalhada e emocional, com cenários deslumbrantes e movimentação fluida, tudo engatilhado para auxiliar a narrativa sem roubar sua atenção dela. É um daqueles combos perfeitos de arte e história que entregam algo que certamente vai te marcar de alguma forma.

Violet Evergarden conta a história da Violet, uma veterana de guerra que trabalha redigindo cartas para pessoas que não conseguem escrever. Ela perdeu suas memórias dos tempos de soldado e, conforme escuta e escreve as histórias de outras pessoas, vai recobrando seu passado.