10 alegorias do mundo real em Harry Potter
10 alegorias do mundo real em Harry Potter
A saga é repleta de alegorias sobre nossa sociedade!
Toda obra, por mais ficcional que seja, é um reflexo do contexto em que ela foi escrita. Quando se trata de Harry Potter, uma das obras literárias e franquias do cinema mais relevantes dos últimos anos, é possível extrair mensagens poderosas sobre coisas da nossa vida real.
Enquanto algumas coisas estão bem nas entrelinhas da história, outros elementos são bem claros e fundamentais para você compreender a obra de J.K. Rowling. Nessa lista, você confere 10 alegorias do mundo real em Harry Potter!
AIDS
O personagem Remo Lupin, apresentado em O Prisioneiro de Azkaban, sofre de licantropia, uma condição causada pela mordida de um lobisomem, que faz com que ele se transforme na criatura eventualmente. A autora J.K. Rowling já revelou que escreveu o personagem como metáfora para doenças que carregam um estigma, como a AIDS.
“Todos os tipos de superstições parecem cercar as condições transmitidas pelo sangue, provavelmente graças a tabus envolvendo o sangue propriamente dito. A comunidade bruxa é tão propensa à histeria quanto a trouxa, e o personagem de Lupin me deu a chance de examinar essas atitudes", disse Rowling.
A escritora, no entanto, lembrou aos fãs que apesar da condição, Lupin encontrou a aceitação de amigos maravilhosos e construiu uma nova família, como qualquer um que sofra com a doença na vida real.
Escravidão
Os elfos são criaturas fantásticas, mas há anos são escravizados pelos bruxos. Eles não têm direitos, eles não recebem respeito dos seus senhores e são maltratados por eles. No entanto, o reconhecimento de si enquanto escravo de seus senhores é tão grande, que os elfos não gostam nem de pensar na ideia de ter uma vida livre.
A partir do seu quarto ano em Hogwarts, Hermione se torna uma profunda defensora dos direitos e liberdade dos elfos que trabalham na cozinha da escola.
Imprensa sensacionalista
Com a personagem Rita Skeeter, está muito claro sobre o que J.K. Rowling queria comentar: o sensacionalismo da imprensa. Apresentada em O Cálice de Fogo, Skeeter é repórter bruxa especializada em escrever histórias e artigos com informações falsas e entrevistas exageradas para Profeta Diário.
Na história, a personagem tenta desmoralizar Harry e seus amigos - especialmente Hermione - perante a comunidade bruxa. As atitudes da repórter se assemelham bastante ao estilo de muitos profissionais da vida real, que frequentemente publicam fofocas e mentiras sobre pessoas públicas.
Depressão
Os Dementadores, criaturas apresentadas em O Prisioneiro de Azkaban, se alimentam de pensamentos e memórias felizes das pessoas, até que elas as percam totalmente e lhe reste apenas os piores sentimentos da vida.
"É como se eu nunca mais fosse ser feliz", é como Rony descreve a sensação de se deparar com um Dementador pela primeira vez. Esse sentimento terrível pode rapidamente ser associado à depressão, doença que atingiu a autora J.K. Rowling. E claro, essas semelhanças não são coincidências, pois Rowling escreveu os dementadores inspirada pela ideia da doença.
“É difícil descrever a depressão para alguém que nunca a teve, porque ela não é tristeza. Eu conheço a tristeza. Tristeza é chorar e sentir. Mas a depressão é essa sensação de ausência de sentimento, é isso que os dementadores são", disse a escritora em uma entrevista.
Racismo
Os bruxos cujos pais são trouxas frequentemente são menosprezados por parte da sociedade bruxa. A elite, que se autodenomina de bruxos puro-sangue, se acha superior a bruxos nascidos trouxas apenas por uma questão "de sangue".
Chamados como forma pejorativa de "sangue-ruim", vemos bruxos como Hermione Granger e tantos outros sofrendo todo tipo de perseguição. Nos livros, a Família Weasley, que é puro sangue, é considerada traidora por "se misturar" com bruxos nascidos trouxas.
Tudo isso, é claro, soa como uma metáfora perfeita para o preconceito racial que assola a humanidade há muitos séculos.
Instrumentos de manipulação e queda de entidades políticas
Dada a hegemonia do Profeta Diário, o maior jornal bruxo da Grã-Bretanha acaba sendo o principal meio de manipulação por parte dos interesses de políticos como Cornélio Fudge e posteriormente por Lord Voldemort.
Em A Ordem da Fênix, o jornal passa a atacar figuras como Alvo Dumbledore e Harry Potter a fim de desacreditar suas versões sobre a volta de Voldemort. Quando o Ministério é tomado, o Lorde das Trevas e seus Comensais da Morte continuam a usar o jornal como um poderoso instrumento de manipulação. Mortes à nascido trouxas são encobertas e informações falsas são disseminadas diariamente, alimentando a ideologia anti-trouxa de Voldemort e seus aliados.
Fascismo
A figura de Voldemort, vilão da saga Harry Potter, é associada à líderes ditatoriais fascistas, como Hitler, visto que uma das principais atitudes que o bruxo implementa ao chegar no poder é promover algo semelhante a uma “limpeza étnica”.
Voldemort odeia qualquer bruxo nascido trouxa, e tem o apoio da elite bruxa para promover seus atos terroristas e cruéis. O bruxo das trevas ainda toma entidades de grandes poder, como o Ministério da Magia, o Profeta Diário e a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, tornando grande e impenetrável sua influência no Mundo Bruxo.
Líderes políticos "carismáticos"
Grindelwald, vilão de Animais Fantásticos, acreditava na supremacia bruxa em relação aos trouxas, os "sem magia". Segundo ele, "a magia floresce somente em almas raras". Mas ao contrário de Voldemort, Grindelwald não convence pelo medo, ele convence pelo seu discurso encantador, que é capaz de atrair até mesmo quem não concordava com seus ideais.
Em seu discurso, Grindelwald prega a superioridade dos bruxos, e tenta convencer seus ouvintes afirmando que, na verdade, é o outro lado que é uma ameaça, de que a sua luta é pelo "bem maior", e de que por eles serem dotados de poder, é dever deles governar a todos.
Grindelwald aterrorizou o Mundo Bruxo muitos anos antes do Lorde das Trevas, só sendo derrotado em 1945… e se você prestou atenção nas aulas de História, deve saber que esse é o ano do fim da Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha Nazista é finalmente derrotada.
Ditadura e controle do ensino
Uma das personagens mais odiadas de Harry Potter tem muito a nos dizer. Dolores Umbridge é funcionária do Ministério da Magia e foi enviada à Hogwarts para o cargo de professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Lá, Umbridge optou por cortar diversos conteúdos fundamentais da matéria no intuito de controlar o que os estudantes deviam saber ou pensar.
Rapidamente, Umbridge convenceu o Ministro da Magia a nomeá-la Alta Inquisidora. O que fez com que a mulher instaurasse uma verdadeira ditadura em Hogwarts, onde criou vários Atos Institucionais, demitiu professores que iam contra seus interesses e o do Ministério, promoveu a delação premiada entre os alunos, e ainda aplicou tortura.
Quando Voldemort chegou ao poder posteriormente, Dolores Umbridge ganhou, é claro, um alto cargo no Ministério, virando líder do Registro da Comissão dos Nascidos-trouxas, onde perseguiu e mandou vários nascidos trouxas para Azkaban.
Resposta ao Autoritarismo
Apesar das investidas do Ministério da Magia por meio de Dolores Umbridge e posteriormente, com a tomada de Voldemort, por meio de Severo Snape e vários Comensais da Morte, Hogwarts resistiu.
Umbridge plantou uma verdadeira ditadura na escola, proibindo diversas liberdades individuais dos alunos e funcionários, e em resposta à essa postura, os estudantes se organizaram e criaram a Armada de Dumbledore, um grupo estudantil fundado por Harry, Rony e Hermione, para enfrentar o regime autoritário de Dolores Umbridge.
Com Voldemort no poder, Hogwarts se tornou um lugar terrível para se estar, e isso fez com que Neville Longbottom, Luna Lovegood e Gina Weasley se articulassem e reunissem um grande número de alunos em oposição à ditadura.
Além disso, há também a Ordem da Fênix, uma sociedade secreta que lutou contra Lord Voldemort antes do vilão cair e pela primeira vez, e posteriormente durante a Segunda Guerra Bruxa.