Começamos a lista com um caso um tanto quanto controverso, uma vez que Desventuras em Série conseguiu agradar a vários fãs do autor Lemony Snicket, graças à sua narrativa ágil e às adaptações que permitiram condensar os três primeiros livros da série em uma aventura de menos de duas horas. E com a crítica positiva, a única coisa que poderia interferir na franquia era a bilheteria.

Graças ao fracasso comercial do filme - que lucrou pouco mais de setenta milhões de dólares a mais que seu orçamento - os planos de estabelecer uma franquia que "concorresse diretamente" com Harry Potter foram deixados para trás. A ideia seria fazer mais filmes, aproveitando a popularidade de Jim Carrey, mas o estúdio não quis prosseguir. Felizmente, agora temos uma série da Netflix para adaptar a franquia literária.

Seguindo os moldes de romances fantásticos como Crepúsculo, a Warner Bros. investiu, em 2013, na adaptação da saga Dezesseis Luas, que trazia um plot similar ao investir no romance proibido entre um homem normal e uma bruxa. A saga de livros tinha quatro volumes que, segundo os planos originais, seriam adaptados no cinema conforme o sucesso do primeiro filme.

Porém, o longa não conseguiu levantar voo. Embora as críticas não tenham sido tão duras e ruins, e o elenco contasse com nomes de peso, como Viola Davis, Jeremy Irons e Emmy Rossum, as diversas comparações com a Saga Crepúsculo e o extremo flop nas bilheterias acabaram fazendo com que o estúdio nunca mais se atrevesse a tocar no nome da franquia.

Se você foi criança ou adolescente nos anos 2000, provavelmente já deve ter visto esse filme, ainda que ele seja - entre os da lista - o projeto mais esquecido de adaptações literárias. Os Seis Signos da Luz curiosamente era a adaptação do segundo livro da saga Rebelião das Trevas, que curiosamente pretendia lançar série de mais filmes, adaptando os quatro livros restantes.

Na trama, Alexander Ludwig interpretava o protagonista, que precisava coletar seis artefatos sobrenaturais para derrotar o Cavaleiro, um enviado direto das trevas. A adaptação enfureceu não apenas a própria autora da saga, como também os fãs por seu imenso desrespeito ao material-fonte. Como consequência, ele também foi massacrado pelos críticos e os planos para sequências foram abortados.

Se você lembra desse filme, lançado em 2013, provavelmente não deve saber que O Sétimo Filho adapta - ou tenta adaptar - uma série de livros bem populares, conhecida como As Aventuras do Caça-Feitiço. Foi a segunda tentativa de Ben Barnes de estrelar em uma franquia de fantasia, após ter vivido Caspian nos dois filmes mais recentes de As Crônicas de Nárnia.

O filme fez questão de contratar grandes atores, como Jeff Bridges e Julianne Moore, para interpretar o mentor e a vilã da trama, respectivamente. Ainda assim, o filme recebeu críticas devastadoras, falando que ele era muito derivado de outros filmes e histórias do gênero, e desde então, nem se fala a respeito de continuações.

Uma sensação nos anos 2000, Eragon é o título do primeiro livro do Ciclo da Herança, a saga escrita pelo autor Christopher Paolini e conta a história de um fazendeiro que logo descobre-se ligado a um dragão, uma raça quase extinta nesse mundo medievo. O filme, apesar de traçar muitas alterações em relação ao livro, também seguiu de perto essa narrativa.

E, ao contrário da maior parte dos itens anteriores, Eragon ganhou uma quantia significativa nas bilheterias mundiais, de forma que o estúdio pretendia manter os planos de adaptar os dois livros seguintes, Eldest e Brisingr, que seriam gravados simultaneamente. Contudo, a recepção crítica e dos fãs foi tão baixa que todos os envolvidos acabaram abandonando o navio - ou seria o castelo?

Por mais que os fãs tentem defender, a saga Divergente nos cinemas bem que poderia mudar seu nome para Decadente. Lançadas como concorrentes diretas de Jogos Vorazes, as adaptações chegaram a cobrir boa parte dos três livros da franquia... até que o estúdio decidiu que seria uma boa ideia separar o último livro em duas partes.

Conforme a franquia ia perdendo bilheteria e recebendo críticas ainda mais pesadas, Convergente seria a primeira parte do final da saga. O fracasso foi tão grande que os planos para uma eventual "Parte 2" foram esquecidos no churrasco, com a protagonista, Shailene Woodley se recusando a voltar. Até hoje, fala-se da possibilidade de encerrar a saga com uma série televisiva, mas duvidamos que isso vá para frente.

Outra franquia juvenil de fantasia que criou um inesperado furor nos últimos anos foi Instrumentos Mortais, que mostra a luta eterna de alguns jovens contra criaturas demoníacas. Assim que os livros começaram a se popularizar, a adaptação cinematográfico do primeiro da saga, Cidade dos Ossos, foi desenvolvida.

Mas não adiantou. Com uma recepção catastrófica, tanto por parte do público quanto da crítica, a saga rapidamente morreu nos cinemas. Porém, assim como Desventuras em Série, ela teve um reboot na forma de uma série televisiva, intitulada Shadowhunters, que é transmitida no Brasil pela Netflix, e que está prestes a entrar em sua terceira temporada.

As Crônicas de Nárnia é, de uma forma bem geral, um caso muito interessante. O primeiro livro, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa fez imensa justiça à série de livros de C.S. Lewis, atraindo a atenção do público. A continuação, Príncipe Caspian, teve críticas menos favoráveis, mas manteve-se sólido. Porém, quando a franquia saiu da mão da Disney para a Fox, tivemos A Viagem do Peregrino da Alvorada...

Com críticas majoritariamente negativas e uma bilheteria abaixo do esperado pelo estúdio, o filme colocou em pausa todo o plano para as diversas sequências. Atualmente, está em produção uma adaptação de A Cadeira de Prata - mas nem consideramos como parte da mesma franquia, já que, por estar em um novo estúdio, está sendo tratado como um reboot da saga e nem sabemos se alguns atores da franquia original irão retornar.

Pobres fãs de Percy Jackson... enquanto a franquia de livros é um fenômeno mundial, alastrando-se por diversas séries que tentam atualizar diversas mitologias antigas para o mundo atual, a primeira adaptação, Percy Jackson e o Ladrão de Raios atraiu um olhar muito negativo, por deturpar toda a essência do livro em uma trama visivelmente comercial.

Porém, a bilheteria foi boa, e logo o estúdio desenvolveu O Mar de Monstros, segundo filme da saga - que incorporou elementos de diversos livros, inclusive a inevitável batalha contra Cronos, que só aconteceria no final da série. Com um resultado desastroso, a saga foi esquecida nos cinemas e as únicas notícias que os fãs tem hoje são as inúmeras pegadinhas de 1º de abril dizendo que a Netflix vai adaptar os livros...

Encerrando a lista, temos o caso mais decepcionante de uma franquia que não foi para frente. A Bússola de Ouro é a adaptação do primeiro livro da saga Fronteiras do Universo, de Philip Pullman. A trama original é sombria e adulta, tecendo críticas vorazes à instituição da Igreja Católica, enquanto é entremeada por uma saga envolvendo bruxas e animais espirituais.

O filme, apesar de trazer em seu elenco, dentre outros, Nicole Kidman e Daniel Craig, passou o pano na maior parte dessas questões, para criar uma saga infanto-juvenil para toda a família, além de trazer um final abrupto que serviria de gancho para as continuações. E, assim como os outros casos dessa lista, isso acabou matando toda a franquia, que adaptaria A Faca Sutil e A Luneta Âmbar.