Video game feito inteiramente por IA foi um grande fracasso, empresa explica o motivo
Video game feito inteiramente por IA foi um grande fracasso, empresa explica o motivo
Projeto demonstrou os problemas em se depender apenas de IA para trabalhos criativos
A Keywords Studios, que trabalhou em lançamentos recentes como Alan Wake 2 e Baldur’s Gate 3, esteve envolvida nos últimos seis meses em um projeto de jogo desenvolvido inteiramente por inteligência artificial generativa. De acordo com o relatório fiscal da empresa, o resultado foi um fiasco, uma vez que a ferramenta é incapaz de substituir a expertise e talento humano (via Game Developer).
No arquivo de 60 páginas, a Keywords dá detalhes sobre seu ano fiscal, conquistas e desenvolvimentos. Na sessão sobre tecnologia, a empresa descreve o Projeto Ava, uma equipe especial que tentou criar um jogo 2D utilizando apenas a GenAI — também conhecida como IA Generativa, ferramenta em que é possível criar conteúdos de texto, imagem, música, áudio e vídeo, supostamente, novos.
“Ao longo do processo de seis meses, a equipe compartilhou suas descobertas, destacando onde a GenAI tem o potencial de aumentar o processo de desenvolvimento de jogos e onde ela fica para trás”, explicou o CEO da Keywords, Bertrand Bodson.
Apesar do tom positivo de Bodson, a conclusão da Keywords não é animadora para os amantes das inteligências artificiais. De acordo com o relatório, a GenAI é capaz de “simplificar ou acelerar determinados processos”, mas os “melhores resultados e a qualidade necessária só podem ser alcançados por especialistas em suas áreas”.
Outro ponto importante apresentado no relatório é a incapacidade da ferramenta em criar algo novo, uma vez que a GenAI precisa de uma constante alimentação de arquivos externos.
“Embora a equipe do projeto tenha começado pequena, ela identificou mais de 400 ferramentas, avaliando e utilizando aquelas com o melhor potencial. Apesar disso, acabamos utilizando recursos de bancada de sete estúdios de desenvolvimento de jogos diferentes como parte do projeto, já que as ferramentas não conseguiram substituir talento”.
A entrada das inteligências artificias no setor criativo tem sido um tópico delicado nos últimos anos. Com a implementação de ferramentas como MidJourney, ChatGPT e Gemini, ilustradores, roteiristas e, até mesmo, atores e dubladores tem apontado a ameaça que essa tecnologia tem apresentado a criatividade, arte e direitos autorais.
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