Star Wars: Por que Rey foi capaz de derrotar Kylo Ren em O Despertar da Força?
Star Wars: Por que Rey foi capaz de derrotar Kylo Ren em O Despertar da Força?
Explicações surgiram de maneira sutil ao longo da saga
Star Wars: O Despertar da Força, primeiro filme da saga sob os cuidados da Disney, termina de maneira bastante controversa. A novata Rey derrota o experiente Kylo Ren em seu primeiro duelo usando um sabre de luz. Mesmo depois de anos, muitos fãs ainda não superaram a conclusão improvável deste conflito, mas filmes e quadrinhos que lançaram ao longo do tempo explicam o porquê da Jedi ter saído vitoriosa (via ScreenRant).
Por que Rey foi capaz de derrotar Kylo Ren em O Despertar da Força?
A princípio, pode parecer que o sucessor de Darth Vader era quem tinha a vantagem, mas uma série de fatores estavam à favor de Rey naquele momento que, juntos, resultaram em sua vitória — a díade da Força, o chamado do cristal kyber dos Skywalker e a instabilidade de Ren.
A Díade da Força
Para começar, ao longo da trilogia o conceito de díade da Força é introduzido. De forma resumida, esta é uma conexão muito rara entre dois usuários da Força que permite uma comunicação mental quase ilimitada, uma via de mão dupla para a troca de informações, habilidades e até mesmo objetos físicos. E, apesar de ser mais explorada nos filmes posteriores, em especial Os Últimos Jedi, esta conexão entre Rey e Kylo Ren começa antes do fatídico duelo.
Perto da metade de O Despertar da Força, o vilão sequestra a jovem sucateira para tentar descobrir o paradeiro de Luke Skywalker. E, quando a Jedi se recusa a cooperar, Ren apela para uma invasão mental por meio da Força. Contudo, ele não sabia de sua conexão incomum com Rey na época, que abriu espaço para um contra-ataque da novata.
Na adaptação de Os Últimos Jedi para livro, escrita por Jason Fry, o autor explica que a díade da Força permitiu que Rey, de forma inconsciente, se apropriasse de parte do treinamento do seu rival. Assim, parte do conhecimento adquirido após muito estudo pelo aprendiz de Sith foi absorvido pela Jedi de forma automática. E essa conexão explica tanto como Rey conseguiu enganar um Stormtrooper, usando a Força, na cena seguinte, como a proeza de combate que demonstrou no final do filme, contra Kylo Ren.
Afinidade com os Cristais Kyber
Outro ponto que favoreceu a Jedi na batalha foi a relação dos dois com seus cristais kyber. Estas pedras especiais são usadas dentro dos sabres de luz para direcionar sua energia. Na animação The Clone Wars é explicado que cada cristal escolhe o seu usuário. E recentemente, no quadrinho lançado no Brasil como Star Wars: As Buscas da Força, de Charles Soule e Madibek Musabekov, a forma como o cristal pode se comunicar com seu escolhido foi melhor explicada.
A história mostra como Luke Skywalker encontrou o cristal kyber que deu origem ao tom verde de seu segundo sabre de luz. Para conseguir a ajuda de seu escolhido, a gema se comunicou através de visões: da mesma forma que aconteceu com Rey em O Despertar da Força.
A jovem foi inundada por vislumbres do seu passado ao tocar o sabre de luz no castelo de Maz Kanata. A comunicação entre o cristal contido dentre da arma Jedi com Rey é prova de que a jovem foi realmente escolhida. E o momento exato em que a Jedi aceitou o chamado do cristal foi durante a batalha contra Kylo Ren, o que resultou em uma cooperação total do experiente sabre de luz com sua detentora.
A instabilidade de Kylo Ren
O oposto pode ser dito de Kylo Ren. Como todo usuário de sabre de luz do lado sombrio, o filho de Leia Organa precisou sangrar o seu cristal kyber para torná-lo vermelho. O processo envolve a injeção de seus sentimentos negativos, porém, como visto ao longo da trilogia, o vilão estava sempre sendo tentado pelo lado da luz.
Na revista A Ascensão de Kylo Ren, também de Charles Soule, publicada no Brasil pela Panini, é mostrado que este conflito de sentimentos resulta em uma falha no ritual que gera rachaduras no cristal kyber. Por isso seu sabre é construído em forma de uma cruz, para estabilizar a energia liberada por um cristal fragmentado. E isso também explica que o vilão não está usando o sabre em todo o seu potencial, dando vantagem a Rey no combate.
Somado a isso, o livro que adapta o filme A Ascensão Skywalker, escrito por Rae Carson, ainda confirma que o ferimento causado pela besta do Chewbacca foi bastante sério. Ren tentou não demonstrar fraqueza por orgulho, mas o machucado definitivamente impactou sua habilidade de combate naquele momento. Levando tudo isso em consideração, impressionante seria se Kylo Ren saísse vitorioso.
No fim, não deveria ser necessário acompanhar duas sagas dos quadrinhos, uma série animada e mais adaptações literárias para entender a cena de um filme. Porém, com a gestão confusa da LucasFilm naquele momento, este será o legado da maior parte da trilogia sequel de Star Wars: uma sequência de histórias que justifica suas falhas com uma série de anexos.
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