[PREVIEW] Star Wars Outlaws é um retorno para casa e um afago no coração dos fãs

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[PREVIEW] Star Wars Outlaws é um retorno para casa e um afago no coração dos fãs

Por Fernando Maidana

A convite da Ubisoft jogamos 4 horas de Star Wars Outlaws e o que você verá a seguir são nossas impressões do jogo que se passa entre os eventos de O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi.

A experiência foi focada na gameplay, portanto os detalhes da trama não serão abordados durante essa review, já que também não temos mais detalhes além de que acompanharemos Kay Vess, uma mercenária, tentando realizar o maior roubo já visto na Orla Exterior.

Ficha Técnica

 

Título: Star Wars Outlaws

 

Data de lançamento: 30 de Agosto de 2024

 

Desenvolvedora: Massive Entertainment/Ubisoft 

 

Plataforma: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One e PC

 

Modo: Single player

 

Gêneros: Ação e Aventura

 

Tradução PT/BR: Sim, dublagem e texto

Há pouco tempo, em uma galáxia muito, muito próxima…

Mesmo com motor gráfico limitado, Outlaws ainda tem momentos visuais impactantes

Antes de tudo, vamos tirar o Sarlacc branco da sala… Se você espera um espetáculo visual digno dos efeitos especiais dos cinemas prepare-se para ficar desapontado.

Star Wars Outlaws foi desenvolvido em cima da Snowdrop Engine, um motor gráfico criado pela própria Ubisoft e utilizado em jogos como The Division e o mais recente Avatar: Frontiers of Pandora. É uma ferramenta eficiente, mas que deixa a desejar no quesito beleza. 

Logo, por mais que o visual tente se aproximar do que vimos em Star Wars Jedi: Survivor e Fallen Order, e isso seja incrível para nosso cérebro assimilar que os jogos estão situados no mesmo universo mesmo sendo feitos por diferentes estúdios, o novo game da Ubisoft não consegue entregar a mesma qualidade.

A impressão é que Outlaws já chega ao mercado com os gráficos datados. Ainda assim, o jogo consegue entregar momentos visuais impactantes e grandiosos graças à direção de arte.

Mas, desde o início de nossa gameplay, ficou claro que o foco do game não é impressionar no quesito visual, mas sim na diversão.

Star Wars Outlaws foi uma das experiências de gameplay mais prazerosas que já tive.

Controlar Kay Vess e seu companheiro, Nix, é extremamente intuitivo e fluído, assim como as interações da protagonista e do pequeno Merqaal com os cenários e elementos em cena. Mas para destrinchar os detalhes de nossa experiência vamos dividir a gameplay em três tópicos principais: Exploração, Combate e Navegação Espacial.  

Mais uma vez, reforço que a história não será aprofundada já que esse não foi o foco da preview.

Exploração

Esse é certamente o ponto forte de Star Wars Outlaws. Por mais que não pudéssemos explorar todo o cenário, já que a preview estava limitada a áreas e missões específicas, foi possível perceber como a ambientação dá vida ao jogo.

De boas, fingindo que não estou ouvindo nada

O Vale de Mirogana, no planeta Toshara, é um mar de oportunidades para nossa protagonista. É possível interagir com praticamente todos os personagens no cenário (e são muitos!) e as informações que eles deixam escapar podem ser importantes para recuperar um artefato valioso ou encontrar uma entrada escondida para facilitar missões furtivas.

Isso também recompensa o jogador que gosta de explorar cada cantinho do mapa. Nada está posicionado por acaso e encontrar um baú secreto pode ser, na verdade, uma isca para te mostrar um caminho diferente pro mesmo lugar.

Kay também possui um arsenal extremamente eficaz para sua exploração. Um arpéu permite alcançar lugares pelo alto, o grampo é a ferramenta perfeita para abrir baús e portas, mas nada chega aos pés do carismático Nix. A criaturinha pode recuperar itens pelo cenário, distrair inimigos, roubar cartões de acesso. Enfim, quanto mais você progride no jogo, mais utilizar Nix durante a jogatina se torna tranquilo e necessário.

Mr Robot em ação

A mecânica de hackear também é bastante divertida e realmente te faz sentir invadindo um sistema e recuperando informações importantes.

Mas é o sistema de decisões que merece destaque. Durante as missões, Kay pode escolher trair o cliente que a contratou, o que obviamente a torna uma procurada dentro daquela facção, mas pode ser bem visto pelos grupos criminosos rivais. O tempo todo, a protagonista se depara com escolhas que vão alterar seu status dentro das facções e isso pode abrir algumas portas mais facilmente.

Por exemplo, optei por me aliar à Aurora Escarlate e conquistei um grau de confiança elevado dentro da facção. Quando recebi a missão de roubar um artefato dentro dos cofres da Aurora, simplesmente entrei pela porta da frente e saí com o objeto no bolso. Eles não ficaram felizes quando descobriram, mas aí já era tarde demais.

Nada para ver aqui, senhores

Fato é que a liberdade de escolher pra onde ir, qual missão aceitar ou qual estilo de jogo adotar é satisfatório e realmente transparece o sentimento de: “Uau! Isso é Star Wars em um mundo aberto de verdade” 

Combate

Nesse quesito fiquei com sentimentos divididos.

Os momentos de tiroteio são desafiadores e divertidos. A arma de Kay possui diferentes modos de tiro, que são mais eficientes de acordo com o inimigo que você enfrenta. Um droide com escudo pesado não pode ser abatido com balas normais, mas pra isso existe um modo de impulso elétrico que inativa o oponente, ainda que apenas atordoe os inimigos comuns. Encontrar o equilíbrio durante a gameplay é recompensador, mas algumas mecânicas acabaram incomodando.

Pistola é nada, passa essa metralhadora pra cá

Quando suprimida por muitos inimigos, o medidor de estresse de Kay aumenta e ela pode utilizar uma habilidade semelhante ao Dead Eye de Red Dead Redemption. No entanto, algumas vezes os inimigos não são marcados e de nada adianta utilizar a habilidade.

Outro ponto: Kay até pode utilizar as armas de seus oponentes quando os derrota, mas apenas temporariamente. Toda vez que você precisa interagir com algum elemento do cenário, ou utilizar outro modo de tiro da sua blaster, a arma é dropada. Ou seja, não há como carregar uma arma diferente. Pelo menos durante as 4 horas da nossa gameplay, a blaster foi a única arma principal. E quando você enfrenta hordas gigantescas de Stormtroopers que, diferente dos filmes, realmente estão empenhados em acabar com sua vida, um rifle viria bem a calhar.

O combate corpo-a-corpo é o elemento mais frustrante. Alguns golpes simplesmente atravessam o inimigo que, em resposta, te abate com um tiro à queima roupa. Isso aconteceu mesmo quando tentava utilizar o modo furtivo e o inimigo nem tinha me visto ainda. Talvez seja uma função que ainda esteja sendo refinada para o lançamento do jogo, mas aqui prejudicou um pouco a experiência.

Mais uma vez, Nix brilha em cena. Utilizar a criaturinha durante os combates também é bem divertido e gera situações inusitadas em que os inimigos não sabem o que os atingiu e nem para onde mirar. O companheiro de Kay também pode explodir barris estrategicamente posicionados no cenário para distrair os oponentes ou mandá-los pelos ares.

Como falei no início do tópico, o combate é um misto de emoções. Alguns recursos são divertidos e recompensadores, outros são frustrantes e parecem mais prejudicar a experiência do que auxiliar.

pew, pew, pew

Navegação Espacial

Aqui está outro grande acerto do jogo!

Confesso que não sou um grande fã de combates aéreos. Alguns games até me deixavam frustrado com o momento em que te obrigavam a embarcar na aeronave e enfrentar sequências maçantes, sendo que eu só queria ir de um planeta a outro. Mas em Outlaws a diversão, mais uma vez, é colocada em primeiro plano.

O sistema de navegação espacial é totalmente focado no arcade. Os movimentos são intuitivos, desviar dos oponentes é divertido e destruí-los ainda mais. Ao mesmo tempo, você precisa administrar seus recursos e saber se é mais indicado atirar ou focar sua atenção nos escudos de energia. Tudo isso enquanto os membros de sua tripulação te dão atualizações sobre o status da Trailblazer ou de onde os inimigos estão se aproximando.

Além disso, sair e entrar de órbita é um momento visual muito impactante e que não parece ser apenas uma cutscene, mas sim ajuda a reforçar a ambientação do game.

Absolute cinema

Tudo o que os fãs queriam!

No geral, Star Wars Outlaws parece ser tudo que os fãs da franquia esperavam de um jogo de mundo aberto situado nesse universo.

Apesar de ainda não sabermos como será a história, uma trama simples para conectar todos os elementos de gameplay e um refinamento no combate são mais do que suficientes para Outlaws se tornar uma experiência tão icônica quanto os games mais aclamados da saga.

Referências e localidades consagradas dos filmes são o tempo todo jogadas em cenas e diálogos, e nós realmente nos sentimos parte dos eventos da franquia. A sensação é de que a qualquer momento veremos uma cena do filme acontecendo aos fundos.

Agora é esperar pra ver se o todo será tão bem sucedido quanto a preview e se preparar para explorar a galáxia ao lado de Nix… sério, já estou com saudades.

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