Pokémon tentou roubar o público do Snoopy com tirinhas nos anos 2000
Pokémon tentou roubar o público do Snoopy com tirinhas nos anos 2000
O resultado foi um desastre colossal
Pokémon virou febre nos início dos anos 2000 graças ao seu imenso sucesso na televisão, nos games e nas cartas colecionáveis. Porém a Pokémon Company tentou conquistar uma fatia ainda maior do público: os leitores de jornal. Com a morte de Charles Schulz, o autor de Snoopy, no início de 2000, a empresa correu para substituir as tirinhas de Charlies Brown por histórias de Ash Ketchum. Porém, a estratégia não deu muito certo… (via Did You Know Gaming)
As tirinhas, conhecidas como Pikachu Meets the Press (“Pikachu Encontra a Imprensa”, em português), estrearam em setembro de 2000. O roteiro ficou a cargo de Gerard Jones, respeitado quadrinista na época por trabalhar tanto na Marvel quanto na DC Comics. Já as ilustrações foram obra de Benimaru Itoh, mangaká que trabalhou com a Nintendo em adaptações de Super Metroid e ilustrações de Pokémon Snap.
O projeto foi idealizado por executivos japoneses como uma forma de conseguir publicidade bilionária por apenas uma fração do investimento. Afinal, na época, Snoopy era um dos personagens mais conhecidos do mundo, ao lado do Mickey. Então assim que Schulz foi diagnosticado com câncer, a Pokémon Company correu para assumir o seu lugar.
O tiro, contudo, saiu pela culatra, porque a pressa para lançar o projeto resultou em histórias com qualidade questionável. Mirando em um público mais adulto, que tinha o hábito de ler jornais, o roteiro era muito engessado e pouco engraçado. Sem nenhum resquício do charme de Pokémon, as histórias traziam destaque para Délia Ketchum, a mãe de Ash; e nas aventuras de Ash e Misty em uma escola normal, aprendendo política americana e economia.
A história simplesmente não conectou com o público e as tirinhas saíram de circulação em apenas seis meses, em março de 2001. Os quadrinhos originais ainda podem ser encontrados, em inglês, no Internet Archive. Contudo, a Pokémon Company ignora completamente este fracasso por outra infelicidade do projeto — anos depois, Gerard Jones foi condenado por pornografia infantil e a empresa não quer se associar a essa imagem.
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