The Witcher: Quais são os planos de Philippa Eilhart nos livros?
The Witcher: Quais são os planos de Philippa Eilhart nos livros?
Afinal, Philippa é do bem ou não?
A terceira temporada de The Witcher trouxe para as telinhas alguns dos momentos mais importantes da trama da saga. Atingindo seu clímax com o Golpe de Thanedd, a história deu a novos personagens a chance de se destacarem, principalmente quando se trata do trio da Redania formado por Philippa Eilhart, Sigismund Dijkstra e Radovid. Ainda assim, as atitudes deles na série, em especial relacionadas ao golpe, deixaram muita gente em dúvida quanto ao real propósito dos personagens.
No caso da feiticeira em particular, Philippa é mostrada ao longo de toda a temporada como uma personagem bastante misteriosa, desde seu passado com Tissaia à sua relação com Dijkstra. Mas quais são os reais planos dela? No fim das contas, ela é do bem ou não é? Olhando para os livros é fácil perceber que a resposta, como é o caso para a maioria dos personagens de The Witcher, não é tão simples assim.
A história de Philippa nos livros
A personagem é introduzida pela primeira vez em Sangue dos Elfos, primeiro romance da série escrita por Andrzej Sapkowski, e que dá continuidade aos livros de contos anteriores do mesmo universo. Desde o início, há algumas diferenças entre a versão literária e a da Netflix, como o fato de que, nos livros, Philippa é uma das feiticeiras que participa da Batalha de Sodden.
Em ambas as versões, porém, ela é a conselheira do rei Vizimir II da Redania. Os livros também sugerem que ela e Dijkstra tinham um caso e, independente do tipo de relacionamento existente, mostram que havia uma forte relação entre os dois, que buscavam controlar a Redania por meio de sua parceria.
Tal como na série, ela tenta usar Jaskier para conseguir informações sobre o paradeiro de Ciri, ainda que nos livros o faça de um modo um pouco mais sutil, sugerindo estar preocupada com a garota estar a salvo. Eventualmente, ela encontra Geralt ao seguir o bardo, o que a leva a descobrir sobre a situação com Rience, de quem o bruxo precisava se livrar. Uma vez que eles conseguem descobrir o paradeiro do assassino, Geralt o enfrenta, mas antes que possa acabar com a briga e matar seu oponente, Philippa o impede com um feitiço, permitindo que Rience escape. Depois, a feiticeira explica que sua escolha havia sido necessária para que eles pudessem chegar até o “mandante” de Rience, já sendo capaz de deduzir que Vilgefortz era o traidor responsável por tudo.
Isso leva aos eventos de Thanedd, com Philippa viajando para o Conclave com Dijkstra. No dia seguinte ao banquete, a feiticeira reúne seus apoiadores, prendendo os traidores que estavam do lado de Nilfgaard de surpresa, tal como acontece na série da Netflix. Os aprisionados, que seriam então julgados, acabaram sendo libertados por Tissaia de Vries, que remove as algemas de dimerítio e a barreira mágica que impedia os nilfgaardianos de resistirem. O motivo para isso seria que, de acordo com Tissaia, os apoiadores dos Reinos do Norte também não eram neutros, pois apoiavam reis ao invés de feiticeiros independentes, enquanto suas nações planejavam iniciar guerras e fazer parecer que a culpa era de Nilfgaard.
Ainda que Philippa tente debater, Tissaia opta por intervir para defender a neutralidade dos feiticeiros, libertando os nilgaardianos – o que dá início à luta entre os dois lados. Philippa foge do conflito, se transformando em uma coruja, e acaba salvando Ciri no caminho. Ela permite que a garota e Geralt fujam juntos, acreditando que devia isso ao bruxo por ter interferido com a situação de Rience anteriormente.
Alguns meses após o fim da Irmandade e do Golpe de Thanedd, Philippa é a grande responsável por reunir as feiticeiras mais poderosas restantes e apresentar a proposta de uma nova organização: a Estada das Feiticeiras. O grupo, composto apenas por mulheres, defende que, ao invés de serem conselheiras dos diversos monarcas, elas próprias eram as mais qualificadas para governar. Mas, para isso, elas precisariam que os Reinos do Norte fossem unificados, contando com um único governante que tivesse sangue real e habilidades mágicas.
É aí que Ciri se torna ponto de interesse para as feiticeiras, uma vez que só ela poderia ocupar essa posição. O grupo então tenta usar Yennefer para encontrar a garota, mas não consegue, uma vez que Yennefer foge com a ajuda de Fringilla Vigo. Apesar disso, elas continuam tentando expandir sua influência, inicialmente por meio da nação neutra de Kovir.
Philippa é a líder do grupo, que continua reunindo informações sobre as nações e preparando o tabuleiro para seus próprios planos. Mas é só bem depois de diversos eventos centrais para a trama da série como um todo que Philippa finalmente encontra Yennefer e Ciri, em um momento em que o plano inicial que elas tinham não pode mais ser utilizado, uma vez que Emhyr se casou com uma “falsa Ciri” e a verdadeira não conseguiria retomar o trono de Cintra.
Assim, Philippa apresenta um novo plano: que a garota se torne amante do príncipe Tankred de Kovir, eventualmente tendo o filho que as profecias dizem que seria extremamente poderoso, e que seria criado pelas feiticeiras. Ciri se mostra inclinada a aceitar a contragosto, mas pede para ir com Yennefer para a Rívia antes de dar sua resposta, já que havia prometido se reunir com Geralt lá. Apesar da necessidade da garota para seus planos, as feiticeiras fazem uma votação, e é Philippa quem apresenta o voto decisivo – se colocando à favor de deixar a garota ir.
Mas afinal, Philippa é do bem?
Como fica claro ao longo de sua participação nos livros, Eilhart é uma feiticeira ambiciosa e muitas vezes sem escrúpulos, disposta a tomar medidas drásticas para alcançar seus objetivos. Apesar disso, ela não é colocada como necessariamente cruel, e chega a tentar lidar com os traidores em Thanedd da forma menos violenta o possível, antes que eles fossem libertos por Tissaia.
Também é notável que a personagem não é apegada a qualquer governante, ou mesmo a um reino específico. No fundo, os objetivos de Philippa estão relacionados a proteger a magia. Em Batismo de Fogo, quando defende a fundação da Estada das Feiticeiras, ela afirma que o objetivo da nova organização seria apenas servir aos assuntos relacionados à magia, impedindo que ela seja extinta.
Do ponto de vista dos protagonistas da trama, é difícil defender que ela seja do bem, embora categorizá-la como uma vilã não seja completamente correto. Philippa é um dos inúmeros obstáculos impedindo Geralt, Ciri e Yennefer de ficarem juntos, uma vez que pretende utilizar a garota para seus propósitos. Apesar disso, suas ambições não são de todo pessoais, e a feiticeira acredita que este seria o melhor caminho para o bem de todos os Reinos do Norte.
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