Romeu e Julieta: Protagonistas do filme de 1968 processam estúdio por exploração sexual
Romeu e Julieta: Protagonistas do filme de 1968 processam estúdio por exploração sexual
Os atores eram menores de idade quando gravaram o longa.
Uma das maiores adaptações da obra homônima de William Shakespeare até o momento, Romeu e Julieta, de 1968, é considerado um clássico romântico do cinema. No entanto, os bastidores do filme escondem uma história sórdida, e agora os astros Olivia Hussey (Julieta) e Leonard Whiting (Romeu) estão processando o estúdio por uma série de infrações durante as gravações.
No dia 30 de dezembro de 2022, Hussey e Whiting assinaram um processo judicial contra a Paramount Pictures em Santa Monica, na Califórnia (via Entertainment Weekly). Os dois tinham, respectivamente, 15 e 16 anos durante as gravações do longa, e agora acusam o estúdio de diversos crimes como exploração, assédio sexual, negligência, abuso sexual, fraude e distribuição de fotos de menores nus.
Atualmente na casa dos 70 anos, os dois atores contam que sofreram com distúrbios mentais e emocionais desde o lançamento do filme, e perderam a oportunidade de trabalhar em outros longas. O processo ainda cita que o estúdio “tinha o dever de proteger seus empregados – menores de idade – de exploração sexual infantil“.
O processo alega que Hussey e Whiting teriam sido assegurados pelo diretor Franco Zeffirelli de que não teriam que fazer cenas sem roupa, e que nos momentos íntimos, usariam uma vestimenta na cor da pele deles. Contudo, em um dos últimos dias da filmagem, o diretor teria os incentivado a gravarem a cena sem roupas, ou então “o filme iria fracassar”.
Um agente dos dois atores, Tony Marinozzi, disse à Variety o seguinte: “o que disseram que eles fariam e o que eles acabaram fazendo são duas coisas bem diferentes. Eles confiaram em Franco. Aos 16 anos, como atores, eles aceitaram sua liderança e confiaram que ele não iria violar a confiança que eles tinham. Franco era seu amigo, e francamente, aos 16 anos, o que eles fariam? Não havia opções. Não havia o #MeToo”.
Além de Tony, um advogado da dupla, Solomon Gresen, falou sobre as cenas, já que imagens dos seis de Hussey e das nádegas de Whiting foram parar no corte final do longa: “Imagens de menores nus são contra a lei e não devem ser exibidas. Essas eram crianças muito inocentes nos anos 60 que não tinham entendimento do que recairia sobre eles. De repente, eles são famosos em um nível que nunca esperaram, e além disso, são violados de uma maneira com a qual não sabiam lidar.”
Agora, Hussey e Whiting estão em busca de justiça e esperam cobrar US$ 500 milhões dos cofres da Paramount. Até o presente momento, representantes do estúdio não se manifestaram sobre o assunto.
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