[Review] Cereza and the Lost Demon é um acerto lúdico e brilhante para a franquia Bayonetta

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[Review] Cereza and the Lost Demon é um acerto lúdico e brilhante para a franquia Bayonetta

Por Márcio Jangarélli

Se você achou que a jornada da Bayonetta terminou no multiversal terceiro game da franquia, fique despreocupado. Cereza and the Lost Demon, lançado em Março, é o spin-off perfeito para pintar novos horizontes na saga, enquanto arrisca em novas maneiras de contar sua história, de entreter o jogador e em seu público-alvo.

Graças à Nintendo, tivemos a oportunidade de testar Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon, para explorar todos os mistérios da Floresta de Avalon com vocês. As bruxas e as fadas te chamam! Vem comigo?

FICHA TÉCNICA

Título: Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon

 

Lançamento: 17 de Março de 2023

 

Desenvolvedora: Platinum Games

 

Distribuidora: Nintendo

 

Plataformas: Nintendo Switch


Gênero: Aventura, Puzzle


Tradução PT/BR: Não

 

BRUXARIA PARA TODAS AS IDADES!

Se Bayonetta 3 apresentou um multiverso de possibilidades, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon vem para subverter qualquer expectativa do que a saga pode ou não explorar em seu futuro. Afinal, saímos de uma aventura com bruxaria violenta, sexy e interdimensional para um conto de fadas sombrio e lúdico.

Essa aposta, ousada para o título, é extremamente bem sucedida e um deleite para qualquer fã. É a chance de se aventurar pelo mundo de Bayonetta através de uma nova perspectiva, ainda mantendo a familiaridade pela protagonista, Cereza, que já possui, mesmo muito jovem, algumas das características que a tornaram icônica no futuro. O game acerta em muito do que se propõe, seja na apresentação da heroína, tom, abordagem, história, gameplay, designs ou trilha sonora.

Caso você precise refrescar a memória, Cereza and the Lost Demon é um derivado da franquia Bayonetta, clássico de ação da Platinum Games. Enquanto na série principal nós jogamos com a personagem titular, Bayonetta, uma Bruxa Umbra que é peça central em um plot pseudo-apocalíptico, Bayonetta Origins te coloca na pele da heroína ainda jovem, quando atendia pelo nome de Cereza e estava apenas começando seu treinamento mágico.

Origins é uma mudança radical em tudo o que popularizou Bayonetta. É voltado para um novo público, seu design e narrativa são inspirados em livros de contos infantismais sombrios, algo similar a uma obra de Tim Burton – sua jogabilidade é focada em exploração, puzzles e na coordenação entre os personagens jogáveis e a música é a cereja desse bolo fantástico, orquestrada, saída de animações clássicas. Praticamente um universo de distância da ação hack’n slash insana, sensual e ácida dos games originais.

No gameplay, você controla a Cereza no início do seu aprendizado mágico. Toda a história acontece quando, seguindo visões misteriosas e querendo se provar para sua mestra, a heroína resolve explorar a perigosa Floresta de Avalon, lar do povo Fada. Você também assume a direção do Cheshire, um demônio que possui o bichinho de pelúcia da Cereza e funciona como sua ofensiva no game, quando as magias da bruxa são de aprisionamento e feitiços em área.

É importante lembrar que este é um jogo voltado para o público infanto-juvenil, então não há muita dificuldade no quesito ação, puzzles ou exploração. Claro, Bayonetta Origins possui seus desafios, especialmente se você é mais casual com games, mas não vá esperando grandes esforços. É um jogo simples, divertido e funciona para o público adulto mais por sua atmosfera, arte e pela riqueza que acrescenta à franquia Bayonetta.

Além disso, Origins brinca com um multiplayer muito peculiar onde é possível dividir os controles da Cereza e do Cheshire pelos joy-cons do Switch. Não é uma divisão obrigatória, sendo bem divertido controlar os dois como single player, cada um em um lado do joy-con. No entanto, é clara a intenção do título de colocar jogadores mais jovens com a Cereza e passar o papel de “protetor” do Cheshire para adultos, uma tomada interessante e acessível de gameplay.

O que mais faz brilhar os olhos no game é, de fato, arte e dublagem. Além da história ser contada como um conto da hora de dormir, com uma voz apenas fazendo toda a narração, imitando falas e barulhos, o design do game é brilhante, traduzindo assinaturas de Bayonetta para algo mais fantástico, seja nas cenas de história ou no próprio gameplay. O sentimento de você estar jogando um conto de fadas é maravilhoso e isso existir dentro do universo de Bayonetta torna tudo ainda mais divertido.

Apenas uma grande crítica: o título possui bugs que prejudicam drasticamente seu gameplay. Erros sempre existiram e sempre existirão em jogos e eles podem até se tornar divertidos, dependendo do contexto. No entanto, no meu primeiro save de Origins, o game liberou um dos poderes da Cereza antes da hora, pulando cutscenes e até áreas de gameplay, deixando meu jogo preso em uma seção, impossível de prosseguir sem começar de novo. Isso é uma negativa grave, infelizmente.

O que salvou, nesse caso, é que Bayonetta Origins é ótimo o suficiente para me convencer a, novamente, jogá-lo do início. É um título tão rico, detalhado e sensível que mesmo uma segunda vez compensa.

Nota: 8,5/10

Apostas como Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon são uma das minhas partes favoritas na indústria de jogos. É um prazer como fã, não só de Bayonetta, mas de games em geral, poder vivenciar esse universo de uma maneira nova e bem feita.

 

Pelo jogo em si, é impossível você não ficar feliz pelo menos um dos elementos de Bayonetta Origins. Mesmo que esse não seja seu gênero favorito e você sinta falta da ação ou de algo mais “adulto”, é inegável a qualidade da arte, da história, da trilha ou a criatividade do gameplay. Um erro ou outro não apagam a beleza desse game.

 

Por tudo isso, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon leva 8,5 da Legião! Perfeito para fãs da franquia e para fisgar novos seguidores da Bayonetta desde cedo.

E você, já jogou Cereza and the Lost Demon? Não esqueça de comentar!

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