Review: BLANC é o jogo certo para um encontro com o “crush”
Review: BLANC é o jogo certo para um encontro com o “crush”
Entre quebra-cabeças e um modo single player, jogo ganha ainda mais camadas no multiplayer
It Takes Two marcou o mundo dos jogos ao trazer um multiplayer dinâmico com uma história cativante. Agora, BLANC, novo jogo da Casus Ludi, tenta resgatar o mesmo espírito do Jogo do Ano de 2021, mas sem esquecer que, às vezes, jogar sozinho também é uma opção.
Ficha Técnica
Título: BLANC
Desenvolvedora: Casus Ludi
Distribuidora: Gearbox Publishing
Plataformas: Nintendo Switch e PC
Lançamento: 14 de fevereiro de 2023
Gênero: Aventura, Indie
Entre cervos e lobos
Mas, mais do que sua jogabilidade, o carro chefe de BLANC é sua história e visual. Em uma arte que mistura 2D e 3D, temos um mundo em preto e branco onde um filhote de lobo e um pequeno cervo se perdem de suas famílias durante uma tempestade de neve. Para conseguirem seguir o rastro de seus respectivos bandos, esses dois animais precisarão trabalhar em harmonia.
E “harmonia” é a palavra de ordem do jogo indie. A arte funciona bem com sua trilha sonora que consegue conversar com a narrativa proposta pela Casus Ludi. Focando em quebra-cabeças em que, para resolvê-los, “duas cabeças pensam melhor que uma”, jogar BLANC é como ler um livro infantil. Você se encanta com o visual, se emociona com algumas passagens e, no fim, tem aquela sensação de dever cumprido.
Resumindo desta forma, parece até que BLANC não depende tanto de seus jogadores — ou jogador — para funcionar, mas esse não é o caso. Mesmo com sua simplicidade, o jogo tem seus desafios. Mais do que um quebra-cabeça em que deixará o público empacado por horas em determinado espaço, ele oferece um diálogo, um momento para limpar a cabeça e procurar uma nova solução.
Esse tom experimental está em tudo. Seja em utilizar o cervo para alcançar novos espaços, na forma como sinaliza qual personagem será melhor para determinada tarefa ou os momentos de contemplação do jogo. Mesmo que estejamos falando de um mundo “fechado”, é gostoso explorá-lo. Pois, cada capítulo iniciado é um convite para se aprender mais e mais da lógica do jogo.
Ainda assim, essa experimentação ainda causa alguns problemas. Como o fato da jogabilidade depender de dois personagens, mas BLANC trabalhar apenas com uma tela. É fácil se perder nos comandos e no espaço apresentado. Por isso, estar em “harmonia” é tão importante. Seja com você mesmo ou com o seu parceiro de jogatina.
Um é pouco, dois é melhor
Pensando nisso, talvez o mais frustrante em BLANC seja o fato de existir um single player. No Nintendo Switch, por exemplo, jogar sozinho significa, constantemente, dividir sua atenção entre os dois personagens.
Em um primeiro momento, é confuso. Quando seu foco está completamente no cervo, seu lobo acaba correndo para o lado oposto. Ou vice-versa. Felizmente, a duração do jogo vai de duas até três horas, o que torna qualquer dificuldade contornável e temporária.
Além disso, é perceptível a preocupação dos desenvolvedores em entregar uma experiência que seja prazerosa, seja para apenas um jogador ou dois jogadores. BLANC não está preocupado em confundi-lo ou se tornar uma pedra em seu sapato. Ele apenas quer te distrair do dia a dia. O único problema é que: com duas pessoas é melhor.
Mesmo que a minha experiência com BLANC tenha sido em um modo single player, a impressão final que fica é que seria o plano perfeito para um encontro. Com uma gameplay curta e uma jogabilidade simples, esta é uma obra para se curtir com quem gosta. Seja um amigo, um familiar ou alguém que queira algo mais.
É um jogo para se discutir a saída certa de situações que parecem impossíveis; Rir e até se emocionar com aparições casuais de personagens e, novamente, terminar com o coração quentinho e o sabor de dever cumprido.
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