Quentin Tarantino critica indústria do streaming, cita filmes de Ryan Reynolds na Netflix: “É como se não existissem”
Quentin Tarantino critica indústria do streaming, cita filmes de Ryan Reynolds na Netflix: “É como se não existissem”
O cineasta não mediu palavras para criticar o formato cinematográfico preferido da atualidade
Um dos cineastas mais consagrados de Hollywood, Quentin Tarantino esteve recentemente em um evento especial em Cannes, local onde ocorre o prestigiado festival de cinema francês. O diretor aproveitou a oportunidade para falar de sua carreira e também fez algumas críticas sobre a indústria do streaming. Em entrevista ao Deadline, Tarantino usou a Netflix e o ator Ryan Reynolds como exemplos para afirmar que, embora tais produções custem milhões, ninguém se lembra que elas existem.
Prestes a embarcar naquele que será o último filme de sua carreira, Tarantino acredita que a experiência cinematográfica dos dias atuais modificou a indústria como um todo, já que muitas distribuidoras preferem fazer lançamentos em plataformas de streaming ao invés de colocar as produções nas salas de cinema. O diretor afirmou que, nesses casos, o sucesso de um filme é medido apenas por seu grande orçamento e não por seu impacto cultural.
“Quero dizer que, não estou implicando com ninguém em específico, mas, aparentemente, para a Netflix, Ryan Reynolds fez US$ 50 milhões em um filme, fez US$ 50 milhões em outro, e mais US$ 50 milhões no próximo que fizer com eles. Não sei o que esses filmes são. Nunca os assisti. Você já?”
Tarantino completou sua explicação frisando que nunca chegou a conversar com o agente de Ryan Reynolds, logo os valores usados são apenas exemplos imaginados. Ainda assim, o ponto dele é que, embora o ator esteja ganhando rios de dinheiro para fazer essas produções, os filmes acabam caindo no esquecimento no serviço de streaming.
“Nunca conversei com o agente de Ryan Reynolds, mas seu agente pode falar: ‘Legal, custou US$ 50 milhões’. Bom, que ótimo para ele estar ganhando tanto dinheiro. Mas esses filmes não existem no zeitgeist [termo alemão que pode ser traduzido literalmente como “espírito da época”]. É quase como se eles não existissem.”
O cineasta por trás de Pulp Fiction e Kill Bill também foi questionado se a indústria do streaming teria prejudicado de maneira irreversível o cinema. Para Tarantino, que afirmou não olhar para a questão de um jeito tão negativo, a problemática já vem acontecendo há um tempo, mas a crise pandêmica teve um papel decisivo como agravante.
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