Quando a Marvel descartou um personagem dos quadrinhos após tragédia do 11 de setembro
Quando a Marvel descartou um personagem dos quadrinhos após tragédia do 11 de setembro
Personagem foi apresentado apenas 11 dias antes da tragédia
O atentado do 11 de setembro de 2001 gerou diversas marcas ao redor do mundo. Desde um pânico contra o povo islâmico até uma guerra que durou anos e a cultura pop se adaptando ao evento. Entre diversos casos curiosos, um que chamou a atenção foi um personagem polêmico da Marvel lançado apenas 11 dias antes da tragédia.
Jihad, como era chamado, foi apresentado em um quadrinho especial do Quarteto Fantástico que homenageava a história de Simbad, um marinheiro fictício do Bagdá, protagonista de uma das mais antigas histórias do Oriente Médio.
O personagem surge como um vilão que busca conquistar o mundo. Para isso, ele sequestra Valeria e Franklin Richards, filhos de Reed e Sue, além de Caledonia, para obrigar o Quarteto a aceitar uma jornada atrás de itens místicos.
A presença do personagem pode não parecer controversa, mas o nome e estética de Jihad escondem diversas questões.
Para os poucos familiarizados com a religião islâmica, “Jihad” é um conceito essencial para os islâmicos. O mesmo pode ser traduzido como “empenho”, “esforço” ou “luta” e é habitualmente entendido como uma “guerra santa” travada contra os inimigos da religião muçulmana.
Além do nome e da motivação do personagem — aspectos que poderiam acabar gerando ainda mais ódio e receio contra o povo muçulmano —, Jihad reunia diversas características estereotipadas de uma pessoa do Oriente Médio. Desde seu cabelo até brincos e tatuagens pelo corpo. Depois desta primeira aparição, Jihad acabou caindo no esquecimento da Marvel.
Vale lembrar que a editora se livrou, ou modificou, diversos outros personagens carregados de xenofobia, como é o caso do Mandarim. O vilão do Homem de Ferro criado em 1964, inicialmente, personificava diversas imagens xenofóbicas de uma pessoa amarela.
Aproveite e continue lendo: