Horizon Forbidden West: Roteiristas explicam sobre sexualidade de Aloy em entrevista exclusiva
Horizon Forbidden West: Roteiristas explicam sobre sexualidade de Aloy em entrevista exclusiva
Momento icônico da expansão Burning Shores confirmou Aloy como parte da comunidade LGBTQ+
Atenção: Alerta de Spoilers!
No último mês, Horizon Forbidden West recebeu uma elogiada expansão no PlayStation 5 intitulada Burning Shores. Dando um respiro a sua protagonista, a trama se aprofunda em quem é Aloy quando o mundo não está em perigo imediato, aproveitando a chance para explorar pela primeira vez questões mais pessoais como sua sexualidade. Em certo momento, a personagem revela ser parte da comunidade LGBTQ+, o que virou assunto na internet. Em entrevista a Legião dos Heróis, a equipe por trás do roteiro do game respondeu algumas dúvidas sobre a questão.
Afinal, a Aloy é lésbica ou bissexual?
No final da expansão, Aloy troca um doce beijo com Seyka, uma guerreira com uma história similar a da caçadora. A cena levantou uma discussão sobre a orientação sexual oficial da personagem, com fãs afirmando que ela seria lésbica, enquanto outros defendem uma possível bissexualidade.
Para responder essa questão, conversamos com Benjamin McCaw, diretor de narrativa da Guerilla Games (studio narrative director), e Annie Kitain, roteirista chefe da expansão Burning Shores, a convite da PlayStation Brasil. McCaw confessa estar animado em enfim poder explorar um lado mais vulnerável de Aloy, em que ela permite se abrir para novos tipos de relacionamentos.
“Isso é algo que nós vemos sob o contexto dela ter crescido exilada e depois ter passado pelos eventos de Forbidden West… Ela realmente chegou a um novo ponto em que pode mostrar vulnerabilidade e se abrir para um relacionamento romântico. Esse é um passo enorme para ela, como personagem,” explica Ben.
O diretor reforça que a personagem é sáfica sem sombra de dúvidas, isto é, sente atração por outras mulheres. Contudo, McCaw prefere não rotular Aloy neste momento, para não dar spoiler dos próximos jogos, mas sugere que o assunto será melhor explorado em um inevitável Horizon 3.
“Acho que é provável que vamos explorar melhor seus interesses românticos no futuro, mas acho que é isso é tudo que nós queríamos dizer por agora,” comenta.
Como as tribos de Horizon enxergam a comunidade LGBTQ+?
Além de perguntas sobre a própria heroína, a revelação de que Aloy é uma personagem queer também levantou um questionamento sobre como as diferentes tribos do jogo lidam com questões de preconceito. Kitain explica que, devido ao cenário futurista da história, não podemos levar em conta os dogmas da sociedade moderna para refletir sobre como a sociedade de Horizon funciona.
“O reinício é um motivo chave para o porquê as coisas são diferentes para nós em Horizon,” explica Annie, que acrescenta: “Porque o conhecimento de como era o velho mundo foi, em grande parte, perdido. Então todos os habitantes das tribos de nosso mundo… Se eles não tem noção da história que veio antes deles, então eles construíram a sua sociedade do zero depois do reinício.”
Por esse motivo, as relações de preconceito que surgiram no universo de Horizon se dão por questões sociais completamente diferentes. Ao invés de fingir que estas desavenças não existem, os produtores precisaram considerar como as dinâmicas de cada tribo resultaria em diferentes formas de opressão.
“Nós imaginamos o mundo de Horizon para não ser completamente livre de preconceitos,” comenta McCaw, “Por exemplo, os Carja são um império sexistas. Isso é de fato verdade, se você jogar o jogo. Mas no geral, muitos dos preconceitos do mundo antigo não existe no mundo de Horizon por causa deste reinício que você comentou. E eu tenho certeza que se você olhar em todas as tribos em Horizon, todas tem relacionamentos homoafetivos como algo visto como completamente normal, basicamente.”
McCaw ainda reforça que no universo do jogo, os humanos foram reintroduzidos na Terra pelo Projeto Gaia com diversidade genética, considerado na biologia uma vantagem evolutiva. Assim, não há uma etnia dominante em nenhuma tribo, o que resulta em uma cultura comum mais aberta a diversidade e que promove aceitação, cada uma do seu modo.
O que você achou da expansão de Horizon? O que espera dessa história no futuro? Não deixe de comentar!
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