Hogwarts Legacy: Desenvolvedor teria acusado representatividade trans no game de ser “encenação barata”
Hogwarts Legacy: Desenvolvedor teria acusado representatividade trans no game de ser “encenação barata”
Jogo será lançado esta semana após uma série de polêmicas.
Depois de anos de espera, Hogwarts Legacy enfim será lançado ao longo desta semana para a nova geração de consoles. Porém, enquanto parte do público está empolgada para desbravar o universo mágico criado por J.K. Rowling, outro grupo ainda ressente o gosto amargo deixado pelas declarações condenáveis da autora. E parece que os próprios desenvolvedores também estão insatisfeitos com toda essa polêmica — de acordo com o CBR, um desenvolvedor anônimo acusa a representatividade trans adicionada ao game de ser uma “encenação barata”.
Primeira personagem transgênero de Harry Potter
Com o fim da confidencialidade sobre o jogo por parte da imprensa, começaram a surgir notícias sobre a primeira personagem trans da franquia Harry Potter: Sirona Ryan. A bruxa comanda a taverna Três Vassouras no período em que se passa o game, porém logo surgiram críticas sobre todo o contexto que cerca a personagem.
Hogwarts Legacy tem falsa representatividade?
De acordo com Stephanie Sterling, YouTuber não-binárie que critica jogos, um desenvolvedor anônimo revelou que teria sido adicionado apenas o mínimo necessário de representação trans para esquivar de críticas.
“Me contaram que adicionaram uma NPC trans de chaveirinho para tirar JK [Rowling] do foco da conversa. [Essa personagem] mal está no game,” afirma Stearling, “A personalização era escassa quando meu amigo estava trabalhando [no jogo] ano passado. Você tem diferentes penteados e uma pífia oferta de escolhas de corpo com ‘bruxa’ e ‘bruxo’ como opções de gênero.”
Por ter trabalhado por muito tempo na indústria, é de conhecimento público que Stearling tem colegas em diferentes estúdios, como Gearbox, Epic Games e Nintendo, o que corrobora sua possível fonte interna sobre o desenvolvimento de Hogwarts Legacy. Outro nome importante no jornalismo de jogos internacional, Liam Robertson, corroborou a história de Stephanie.
Robertson, mais conhecido por seu trabalho investigativo no canal DidYouKnowGaming, reforça que também ouviu algo parecido de suas fontes. “Houve aparentemente alguma representatividade trans adicionada no jogo após a controversa original. Eu não sei como isso aparece no produto final, mas uma fonte com quem falei descreveu como ‘encenação barata'”.
Qual é o posicionamento oficial do estúdio?
Perguntada pela IGN USA sobre a representatividade trans incluída no game, a Portkey Games, subdivisão da Warner Games dedicada aos títulos de Harry Potter, reforçou o comprometimento do estúdio em criar um jogo diverso, que respeite todos os fãs.
O representante do estúdio evitou ao máximo comentar sobre a personagem em específico, optando por respostas mais amplas sobre Hogwarts Legacy de modo geral. Não foi confirmado quando a inclusão de Sirona começou a ser discutida, mas as variadas opções de personalização do protagonista foram confirmadas como uma prioridade dos desenvolvedores desde o início.
“A equipe sentiu que era muito importante criar um jogo que fosse representativo do rico e diverso mundo de Harry Potter assim como do grupo de pessoas que jogam os games, o que inclui a comunidade LGBTQIA+. Nós temos um diverso elenco de personagens que os jogadores poderão encontrar ao longo do game,” afirma.
Desde o início do desenvolvimento, o estúdio se esforçou para desvincular sua imagem das visões agressivas de J.K. Rowling. Mesmo assim, muitos fãs prometeram boicotar a produção alegando que, como principal detentora dos direitos autorais de Harry Potter, a autora ainda lucraria com o lançamento do game. Nos últimos anos, J.K. Rowling vem sendo acusada de investir tempo e dinheiro em ataques aos direitos de mulheres trans, especialmente no Reino Unido.
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