Greve dos Roteiristas: Demandas do sindicato custariam menos de 1% dos lucros dos estúdios
Greve dos Roteiristas: Demandas do sindicato custariam menos de 1% dos lucros dos estúdios
À medida que o quarto mês de greve se aproxima, estúdios ainda não querem fazer pagamentos justos aos roteiristas
A Greve dos Roteiristas continua pairando sobre Hollywood, enquanto a Associação de Produtores de TV e Cinema, os estúdios e plataformas de streaming se recusam a ouvir e contemplar as demandas do Sindicato dos Roteiristas da América (WGA). Uma nova reunião foi feita nesta segunda-feira sem chegar a um novo consenso, e tudo indica que a paralisação ainda vai durar um bom tempo, mesmo que as reinvindicações custem menos de 1% dos lucros dos estúdios.
Recentemente, o Deadline fez uma longa matéria sobre a greve e como o Sindicato dos Roteiristas tem lidado com as novas propostas veiculadas pelos grandes estúdios. Em uma lista divulgada por lideranças do WGA, é dito que várias das demandas originais não foram cumpridas, enquanto estúdios e streamings continuam omitindo informações e tentando driblar a greve.
Entre os tópicos da lista, lideranças do Sindicato denotam que os estúdios não querem estender os salários residuais e as proteções legais para todos os roteiristas de um projeto, além de continuarem se recusando a regular o uso das inteligências artificiais em produções audiovisuais:
- Nas telas, eles propuseram uma promoção, mas para um grupo estatisticamente pequeno de roteiristas, excluindo todos os roteiristas que não foram creditados em primeiro lugar para roteiros originais. Eles negaram o conceito de pagamento semanal.
- Eles cederam alguns – mas insuficientes – termos mínimos para alguns, mas não todos roteiristas do Apêndice A em lançamentos para VOD. Por exemplo, enquanto roteiristas de comédia são cobertos pela proposta, os que escrevem para game shows, programas de auditório e outros roteiristas do Apêndice A não são contemplados.
- Na televisão, as companhias introduziram a noção de uma equipe mínima de produção e duração. Mas os furos no plano, limitações e omissões de sua “proposta modesta” são muito numerosos para se destacar.
- Equipes de dois roteiristas receberiam contribuições de pensão e plano de saúde como individuais, mas isso não valeria para equipes de três ou mais.
- Tivemos grandes discussões e vimos movimentações da parte deles sobre a proteção contra IA. Mas ainda não chegamos onde deveríamos estar. Por exemplo, eles continuam se recusando a regular o uso do nosso trabalho para treinar IAs e escrever novos conteúdos para filmes.
- Finalmente, as companhias disseram que fizeram uma grande concessão, liberando seis membros do WGA para estudarem dados de audiência do streaming pelos próximos três anos. Então, podemos retornar em 2026 e pedir novamente por um salário residual baseado em audiência. Enquanto isso, o WGA não pode falar a nenhum roteirista o quão bem seu trabalho está desempenhando, muito menos receber um residual baseado nesses dados.
Porém, o mais chocante vem com a tabela de números. De acordo com o levantamento do WGA, todas as demandas exigidas pelos roteiristas custariam, em média, 0,29% dos lucros anuais de cada estúdio e streaming. Para uma indústria que movimenta centenas de bilhões de dólares todos os anos, há uma reticência em dedicar alguns milhões para profissionais de base do mercado.
Por enquanto, não há sinal para o fim das paralisações, e o Sindicato dos Roteiristas continua firme em sua meta de proteger e garantir salários melhores para todos os seus membros. Vale lembrar que, além dos roteiristas, a Greve dos Atores também está em andamento, efetivamente paralisando toda a indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
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