Greve em Hollywood: Estúdios vão esperar roteiristas irem à falência para retomar conversas, diz site
Greve em Hollywood: Estúdios vão esperar roteiristas irem à falência para retomar conversas, diz site
Warner Bros Discovery, Apple, Netflix, Amazon, Disney, Paramount e outros estúdios e streamings estão determinados a “quebrar” a greve.
“Acho que estamos em direção a uma greve longa, e eles vão deixar sangrar” disse um veterano da indústria cinematográfica com ligações a CEOs dos estúdios para o Deadline, em uma extensa reportagem do portal sobre como os estúdios e streamings pretendem arrastar ao máximo a greve dos roteiristas, esperando que os trabalhadores em greve fiquem sem dinheiro e assim aceitem os termos das grandes companhias.
Com a greve dos atores pairando uma sombra sobre Hollywood, a greve dos atores já está em seu 71º dia, porém a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers) – a associação comercial que as empresas estadunidenses de produção de televisão e cinema nas negociações com sindicatos da indústria do entretenimento – está planejando arrastar ao máximo as negociações com o WGA, a Associação de Escritores da América.
O Deadline diz que várias fontes ligadas a estúdios e streamings em Hollywood confirmaram a estratégia – que, na verdade, já foi posta em prática há semanas segundo a publicação. “Eles concordaram faz meses, antes mesmo do WGA realmente começar [a greve]”, disse outro executivo. “Ninguém queria uma greve, mas todo mundo sabia que acabaria acontecendo”.
Segundo um executivo de estúdio, Warner Bros Discovery, Apple, Netflix, Amazon, Disney, Paramount e outras empregas grandes estão determinadas a “quebrar o WGA”, mas como essas grandes companhias e a AMPTP pretendem acabar com a greve? Esperando que os roteiristas fiquem sem dinheiro.
“O plano deles é permitir que isso se arraste até os membros da união começarem a perder seus apartamentos e perderem suas casas”, disse um executivo de estúdio para o Deadline. A reportagem deixa claro que várias outras fontes confirmaram a estratégia, com um insider dizendo que este é um “mal cruel, mas necessário”.
Estúdios e plataformas de streamings acreditam que com problemas financeiros, os roteiristas pressionarão a liderança da WGA e demandarão que eles retornem conversas antes do Natal. Dessa forma, as empresas estariam em uma posição de ditar a maior parte dos termos de um acordo.
De acordo com o próprio site do Sindicato dos Roteiristas, as demandas para o fim da greve incluem um aumento da compensação mínima (reajuste do piso salarial), expansão das proteções para todos os roteiristas de televisão e aumento no salário residual para os mercados que reutilizam obras já existentes (reexibições e lançamentos no streaming).
Além disso, há demandas sobre uma maior regulamentação no uso de inteligência artificial e algoritmos tecnológicos treinados, além de uma legislação mais detalhada sobre cláusulas de exclusividade nos contratos de roteiristas televisivos, além da exigência de medidas para combate à descriminação e o assédio contra a classe.
Por enquanto, a greve se estende apenas aos roteiristas mas isso pode mudar em breve, uma vez que vários sindicatos de Hollywood, como dos atores e diretores, também não estão felizes com os pagamentos esdrúxulos feitos pelos estúdios com a ascensão do streaming.