Greve dos atores é oficializada após fracasso em negociações com estúdios
Greve dos atores é oficializada após fracasso em negociações com estúdios
Após semanas de negociações sem sucesso, o sindicato dos atores oficializou uma paralisação generalizada em Hollywood a partir desta quinta-feira (13)
Após semanas de discussões entre o SAG-AFTRA e o AMPTP, as negociações entre o Sindicato dos Atores e a representante dos estúdio de televisão e cinema se encerraram na noite desta quarta-feira (12) sem um acordo satisfatório para ambas as partes. Portanto, como já vinha sendo esperado pela indústria no geral, o sindicato aprovou oficialmente o início da greve dos atores, que se juntam aos roteiristas na paralisação a partir desta quinta-feira (13).
As negociações entre a Alliance of Motion Picture and Television Producers, a AMPTP, e o SAG-AFTRA acontecem há mais de quatro semanas, enquanto os roteiristas continuam firmes e fortes em sua paralisação, que segue afetando a indústria audiovisual de diversas maneiras, desde o início de maio.
Agora, com a greve dos atores, tudo indica que Hollywood enfrentará períodos ainda mais conturbados pela frente, já que a AMPTP não concordou com as reivindicações sugeridas pelo Sindicato dos Atores durante a fase de negociações de contratos dos profissionais (expirados em 12 de julho) com grandes estúdios do ramo, como a Amazon, a Netflix, a Warner Bros. Discovery e muitas outras. A greve se iniciará oficialmente à meia-noite, no horário padrão do Pacífico.
Em seu pronunciamento, o representante do sindicato, Duncan Crabtree-Ireland, disse que “Membros do sindicato devem pausar seu trabalho até um contrato justo ser alcançado,” adicionando que “Eles não nos deram outra alternativa.”
“Hoje, embarcamos em um novo capítulo importante na história de nossos sindicatos. Mais cedo nesta manhã, o conselho nacional do SAG-AFTRA se reunião após quatro semanas de negociações com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), porque a AMPTP continua relutante em oferecer termos justos em questões centrais essenciais para proteger a sobrevivência de atores e artistas. SAG-AFTRA, como conselho nacional, votou a favor do início da greve contra estúdios e streaming de modo unânime,” ele disse, no início da conferência.
De acordo com Fran Drescher (via Deadline), a presidente do SAG-AFTRA, o sindicato fez o possível para chegar a um acordo satisfatório, mas a resposta da AMPTP foi “desrespeitosa” diante das contribuições que o grupo vem fazendo na indústria:
“O SAG-AFTRA negociou em boa fé e estava ansioso para chegar a um acordo que atendesse suficientemente às necessidades dos artistas, mas as respostas da AMPTP às propostas mais importantes do sindicato foram ofensivas e desrespeitosas com nossas massivas contribuições para a indústria […]”
Já o AMPTP divulgou um comunicado oficial sobre o ocorrido, afirmando que “estão profundamente desapontados com o afastamento do SAG-AFTRA das negociações”. O grupo afirma que o sindicato “rejeitou a oferta de aumentos residuais e salariais, limites substancialmente mais altos para pensões e contribuições de saúde, proteção de audições”, além de “uma inovadora proposta que regulamenta o uso da inteligência artificial para recriar a imagem dos artistas”.
Vale ressaltar que a greve de atores não é algo inédito na indústria do audiovisual hollywoodiano. A última vez que isso aconteceu foi em 1980, sendo que, em 1960, os atores e os roteiristas se uniram nas paralisações quando Ronald Reagan, que foi o presidente dos Estados Unidos nos anos 80, comandava o Screen Actors Guild, ou apenas SAG.
Com a paralisação, espera-se que diversos filmes e séries que estavam em processo de filmagens, mesmo com a greve dos roteiristas, sejam interrompidos por tempo indeterminado.
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