Geração Z quer mais diversidade e menos sexo nos filmes e séries, revela estudo
Geração Z quer mais diversidade e menos sexo nos filmes e séries, revela estudo
Público quer mais diversidade e conteúdo relacionável
Com uma pesquisa que reuniu mais de 1500 jovens, o grupo de estudos do Centro de Acadêmicos e Contadores de História (Center for Scholars & Storytellers) da Universidade da Califórnia em Los Angeles constatou que a geração Z quer mais séries com narrativas relacionáveis ao invés de conteúdo sexual. A amostragem contou apenas com americanos entre 10 e 24 anos e retoma o debate sobre “cenas de sexo” nas produções.
Apresentado em outubro de 2023, a pesquisa utilizou o Alchemer, um serviço e plataforma de coleta de dados de pesquisa com sede nos Estados Unidos. De acordo com o arquivo contendo todos os resultados, as entrevistas ocorreram durante o mês de agosto deste mesmo ano.
“Nossas descobertas oferecem uma visão geral do conteúdo de mídia que os adolescentes dos Estados Unidos desejam ver na tela, qual mídia parece mais autêntica para eles e o porquê”, explica.
Nos gráficos apresentados, que trazem desde trechos das entrevistas até notícias da cultura pop com relação ao tema, 51,5% do público quer ver mais conteúdo focado em amizades e romances platônicos, como na série Heartstopper.
Ainda mostrou que a preferência dos adolescentes é assistir “vidas como as deles” em tela, o que, em consequência, inclui menos romance.
“Embora seja verdade que os adolescentes querem menos sexo na TV e nos filmes, o que a pesquisa está realmente dizendo é que eles querem mais e diferentes tipos de relacionamentos refletidos na mídia que assistem”, disse a Dra. Yalda T. Uhls, fundadora e diretora do grupo de estudos, além de coautora na pesquisa. “Sabemos que os jovens estão sofrendo uma epidemia de solidão e estão buscando modelos na arte que consomem. Embora algumas histórias usem sexo e romance como atalho para a conexão com o personagem, é importante que Hollywood reconheça que os adolescentes querem histórias que reflitam todo o espectro de relacionamentos.”
O assunto não é uma novidade entre os consumidores de séries de TV. Recentemente, produções como Euphoria e The Idol foram criticadas pelo seu conteúdo altamente focado em cenas de sexo e uso de drogas. O debate, inclusive, levou alguns consumidores a sugerirem um botão para “pular cenas de sexo”. Outros discutem a origem desse posicionamento mais conservador do público jovem, entre eles o youtuber Ora Thiago.
“Esse tipo de argumento, o da ‘cena necessária que não deveria existir’, é muito parecido com as falas de certos grupos conservadores que não querem diversidade no cinema e na TV,” alerta em um vídeo sobre a temática. “Existem nuances nessa discussão e existem relações de poder simbólico por trás da escolha de mostrar ou não mostrar um corpo nu.”
Além de retomar a polêmica, a pesquisa traz dados sobre hábitos de consumo e uso de redes socias como TikTok. Entre alguns dos resultados que chamam atenção está que o público atual prefere maratonar séries ao invés de esperar semanalmente por um novo capítulo.
O estudo, que pode ser conferido aqui, lembra os leitores que, para além de “menos” cenas de sexo, o que os jovens buscam é diversidade e mais histórias que “reflitam suas experiências”.
“Nossas descobertas demonstram a variedade do que os adolescentes estão buscando na narrativa das séries: desde histórias mais autênticas que reflitam suas experiências até um espectro mais diversificado de relacionamentos; os jovens estão deixando claro o que querem”, conclui o estudo.
Aproveite e continue lendo: